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Poesias-->14. O PESO DE UM NOME -- 17/12/2003 - 06:33 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Voltei cansado da vida

Que levei com desrespeito:

A rancores dei guarida,

Guardando-os fundo no peito.



Hoje estou bem mais tranqüilo,

Buscando a felicidade.;

Se tudo fiz porque qui-lo,

Reverencio a verdade.



Ponto importante a cumprir,

Nessa busca do infinito,

É passar ao Wladimir(1)

Este meu primeiro grito.









Sou Jânio da Silva Quadros,

Chegando doutras esferas.;

Fui pintor de muitos quadros

De palhaços e quimeras.



Vivi com Dona Eloá,

Boa amiga e companheira.;

E até do lado de cá

Eu a tenho bem faceira.



Entretanto, ao bom amigo

Que registra a minha voz,

Vou referir-me ao perigo

Que ameaça a todos nós.



Tudo o que for exagero,

Ou nos gestos ou nos atos,

Transforma-se em desespero

Que nos deixa estupefatos.



Passei antes por aqui,

Tendo escrito três quadrinhas:

Parece que consegui

Dar a idéia que são minhas.



Hoje volto remoçado,

Por ter sofrido na vida.

É que fui abençoado

Pela alma arrependida.



Tive algum tempo de sobra,

P ra meditar no passado:

Fui mau, ruim que nem cobra,

Mas não me vi renegado.



Algum bem que desejei

Fazer para a multidão

Foi a prece que rezei,

No fundo do coração.



Dei bom curso à inteligência,

Procurei ser muito honesto.;

Sofri da maledicência

Que dizia que não presto.



Por isso sofro um pouquinho,

Por causa da incompreensão:

Não há rosa sem espinho,

Nem amor sem frustração.



Peço a Deus bem firmemente

Que a humanidade me esqueça.

Eu rezo por essa gente

Sem miolo na cabeça.



Mas há quem vibre por mim:

São companheiros de luta.

Chegaram comigo ao fim

E o meu coração se enluta.



Contudo, nutro a esperança

De abraçá-los algum dia,

Ao final de sua andança,

Em meio a grande alegria.



Nosso médium desconfia

Deste estilo amarfanhado.

Pois não sabe que a poesia

Nos põe um pouco de lado?!...



De qualquer forma as lições

Que preciso ministrar

Se infiltram nos corações

Dos que me vêm apoiar.



Sinto ainda uma fraqueza

A penetrar-me os tecidos:

Trabalhar junto a esta mesa

Tem-me aguçado os sentidos.



Preciso fazer as quadras

De acordo co o compromisso:

Navegante sem esquadras

Não fará jus ao serviço.



Quero pedir ao parceiro

Que destrua a quadra acima,

Pois pretendo estar inteiro

Até mesmo numa rima.



Ou então anote o verso

Por estar comprometido,

Dado que se fez o inverso

Do que pus em seu ouvido.



São cuidados sem sentido

Que me põem muito nervoso.

Noutra era, houvera rido.;

Agora almejo outro gozo.



Já não posso retirar-me,

Sem abraçar este amigo,

Que desejou o desarme

Da prevenção p ra comigo.



Vou chamá-lo de colega,

Por nós sermos professores,

Pois nosso barco navega

Nos mares das mesmas dores.



Sei que fui muito infeliz

Nestas quadrinhas que fiz

Com o coração na mão:

Ainda me recomponho

Daquele pesado sonho

Que me levou de roldão.



Mas bendirei os momentos

Dos meus graves sofrimentos,

Quando me tornei inútil:

Na cadeirinha de rodas,

Vegetal depois das podas,

Senti minha vida fútil.



Hoje, remôo os tormentos

Dos sérios atrevimentos

Que me arruinaram o soma:

Deus é quem nos dá a vida,

Para ser por nós vivida,

No fim, ele no-la toma.



Aí prestamos as contas,

Que já se apresentam prontas,

Sem que possamos mudar.;

E, no fundo da consciência,

Sem alegar inocência,

Nós é que vamos julgar.



A pena que atribuímos,

Se choramos ou se rimos,

Aquela vamos cumprir.

Há um só subterfúgio:

É buscar algum refúgio

Na esperança do devir.;



E fazer algum trabalho,

Mesmo que seja um retalho

Dos grandes feitos de outrora,

Pois é chegado o momento

De mudar o pensamento

E de pôr o mal p ra fora.



Não sei se dei meu recado:

Deixe o meu nome de lado.;

Pense só nos meus ensinos.

A glória é algo que passa,

Deixando muita desgraça:

Por nós ninguém canta hinos.



Vou dizer, com emoção,

Nesta forma de canção,

Que volto regenerado:

Passei horrores no Umbral,

Onde curti todo o mal

Do tempo mal empregado.



É, com suave alegria,

Que componho esta poesia,

Ajudado pelo irmão.

Ser simples eu desejava,

Mas o de que mais cuidava

Visava a dar sensação.



Porém, as dificuldades

Resultaram das maldades

Que encheram meu coração.

Hoje curto o sofrimento

De não ter o pensamento

Conforme minha intenção.



Por isso, o médium não sai

Deste círculo que vai

Fechando-se sobre si,

A demonstrar o egoísmo,

Que se fundia em cinismo,

Nos dias em que vivi.



Vejam só que, finalmente,

Transfiro para o escrevente

O que penso sobre mim.

Se demorar mais pouco,

Acabo ficando louco,

Neste tormento sem fim.



Quero pedir uma prece,

Já que minh alma carece

Do auxílio dos protetores.

Vou pedir, com humildade,

Sufocando a crueldade

Da angústia das minhas dores.



Agradeço ao escrevente,

Por ter sido mui paciente

Com este que sofre tanto,

Pois forneceu-me as palavras

Que permitiram as lavras

Com que compus o meu canto.



Por Deus demonstro ternura

E espero cumprir a jura

Que fiz perante os mortais.

Fui, um dia, presidente,

Mas desgostei tanta gente,

Ao rejeitar os seus ais.



Vou contar, muito em segredo

(Da verdade tenho medo)

Porque foi que fiz aquilo:

É que esperava sair,

Para volver a seguir,

Com o poder mais tranqüilo.



Já chega de “lorotice”:

Tudo isto é esquisitice

De quem se julga escritor.

Digo adeus e vou-me embora,

Já faz tempo deu a hora:

Fiquem só com meu amor.





(1) As três quadras iniciais foram ditadas dois dias antes, em horário inusitado.



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