Encaro a palavra “Medo” como sentimento positivo.
Ressaltando, que me refiro ao medo normal, e não o medo obsessivo.
Estive olhando meus medos e deles retirei a minha conclusão.
Quando possuo medo, penso em todos os ângulos em que possa ser afetada. Olho-os na natureza passiva de um crime impune. Encaro. Aconteceu e pronto. Não dá para passar uma borracha no livro da nossa História. Não há como voltar atrás. O que passou... passou e não deve permanecer, justamente por ser passado. O presente bate à porta para entrar.
Se repararmos um pouco, o medo não é um sentimento bobo de criança, muito menos negativo. É nosso instinto de sobrevivência. A partir do momento em que o encaramos, fica mais fácil conviver com ele.
Quando ela a mim se apresenta, procuro ressaltar o meu lado positivo, por exemplo, o Dom da escrita. Para mim meu Dom é sagrado. Emerge de uma bolsa de água. Nasce junto com a gente. Vem de berço. Vem do útero. Vem de não sei onde. Sei que começa com o esperma. Uma simples minhoca de cabeça grande. Mas muito bem inventada. Minhoca de Deus.
Somos feitos de minhocas de Deus, igual minhoca da terra, que também é sagrada; fazem seu trabalho de reciclagem natural para que a terra fique pronta para receber sementes.
Minhocas não são agradáveis. São até meio nojentas. Vistas à olhos nús, elas são bastante esquisitas e, para quem não as conhece, sem dúvida, parece sem serventia. Mas como é necessária! Diria, imprescindível. Assim como o medo.
Só quem não tem medo é que não percebe que é o medo que nos impulsiona à agir. Sem ele não acreditamos que algo irá nos afetar.
Quando possuímos destemor, ficamos cegos e vulneráveis por olharmos só para a frente e esquecer os lados. Olhando só para a frente não observa-se os outros ângulos, nem as minhocas abaixo do solo.
Meu Conselho Diário ou Meu Conselho de Guerra: Encare o medo!