Quando a tristeza na tarde sonolenta,
deixa violáceos reflexos no poente,
surge a mágoa no crepúsculo violenta,
trazendo a saudade bem impertinente.
Olhando a mãe natureza a tudo atenta,
só consigo ver pela minha frente,
uma triste saudade que me acalenta,
lembranças do passado, tão somente.
Tentei deixá-la no frio esquecimento,
mas a visão que cativa, a visão feiticeira,
me persegue com seu desencantamento.
Há de ficar comigo mas e eu lamento,
a saudade amarga, cruel e traiçoeira,
fazendo do seu império, meu tormento.
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