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Artigos-->O POEMA ES TU DO ES TU E O COMPOSITOR GIL NUNO VAZ -- 19/11/2022 - 12:41 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

ÁLBUM  ES TU DO ES TU DO

E O COMPOSITOR GIL NUNO VAZ

 

 

L. C. Vinholes

19.11.2022

 

 

No período em que fui bolsista do Ministério da Educação do Japão, nos 1957-1959, conheci a também bolsista arquiteta Luiza Helena Carla de Oliveira, por intermédio de quem passei a ter contato com o compositor santista Gil Nuno Vaz. Ambos, cada um na sua especialidade, foram funcionários contemporâneos da fábrica de automóveis Fusca, em São Bernardo do Campo, na Rodovia dos Imigrantes, entre São Paulo e Santos. Nas visitas ao Brasil, nos anos que vivi no exterior e depois do retorno definitivo em 1989, nas minhas visitas a Santos, inúmeras vezes estive com Gil, ora no apartamento do compositor Gilberto Mendes (1922-2016), o idealizador, mentor e diretor do Festival Internacional de Música daquela cidade; ora na casa do engenheiro Brasil Eugênio da Rocha Brito, meu colega da Escola Livre de Música da Pró Arte, em São Paulo, e funcionário da Prefeitura Municipal de Santos; e, também, no apartamento dele mesmo, onde sempre tratamos de assuntos de nossos interesses comuns. Registro que, de parceria com Brasil e Antônio Galvão Novaes, foi produzida a “Apostila de Acústica para os que fazem e ouvem música” (1957).

 

 Gil interessou-se pelo poema concreto es tu do (1959) em três versos que figuram às páginas 139 a 141 da monocópia artesanal da antologia Retrato de Corpo Inteiro que reúne minha produção poética de 1947 a 2007, e criou uma quarta versão com texto alinhado na vertical do lado esquerdo.

 

 

 

 

                                              e   s      

 

                                     e   s   t   u   

 

                            e   s   t   u   d   o

     

                   e   s   t   u   d   o   e   s      

 

          e   s   t   u   d   o   e   s   t   u  

 

e   s   t   u   d   o   e   s    t   u  d   o                     Primeira versão                             

 

 

 

 

 

 

                                                         e   s   t   u   d   o   e   s    t   u  d   o

 

                                                         e   s   t   u   d   o   e   s   t   u

 

                                                         e   s   t   u   d   o   e   s

 

                                                         e   s   t   u   d   o

 

                                                         e   s   t   u

 

                                                   e   s      

 

                                         e   s   t   u   

 

                              e   s   t   u   d   o      

 

                    e   s   t   u   d   o   e   s      

 

          e   s   t   u   d   o   e   s   t   u  

 

e   s   t   u   d   o   e   s    t   u  d   o                                                 Segunda versão                                                          

 

 

 

 

 

                                                       e   s   t   u   d   o   e   s    t   u  d   o

 

                                         e   s   t   u   d   o   e   s   t   u

 

                                          e   s   t   u   d   o   e   s

 

                                          e   s   t   u   d   o

 

                                          e   s   t   u

 

                                      e   s      

 

                                      e   s   t   u   

 

                                      e   s   t   u   d   o      

 

                                      e   s   t   u   d   o   e   s      

 

                                      e   s   t   u   d   o   e   s   t   u  

 

                                      e   s   t   u   d   o   e   s    t   u  d   o

                                                                                                                       Terceira versão

 

 

SOBRE O POEMA ES TU DO

 

 

A primeira versão foi publicada na capa da revista Sen Nº 3, de 12 de junho de 1961, de Kobe, Japão, dirigida pelo poeta Ken Yamaguchi; consta da Antologia de Poesia Concreta Brasileira publicada pela revista Design nº 27, de dezembro de 1961, em Tokyo, com layout de parceria com o arquiteto Alex Nicolaeff; figurou da Exposição na Biblioteca Morisset e no Pavilhão Simard da Universidade de Ottawa, de 4 de novembro a 2 de dezembro de 1983; e da mostra na Biblioteca Roberts da Universidade de Toronto, Canadá, em janeiro de 1985.

 

 

GIL ANALIZANDO O POEMA   ES  TU  DO

 

“O texto duplica a palavra estudo, colocando uma em seqüência da outra, divide-se em sílabas, oferecendo várias possibilidades de leitura, a partir das palavras que emergem da fragmentação silábica. Pode ser lido como uma afirmação: estudo és tudo (ou em outra ordem, és tudo, estudo). Pode ainda ser interpretado como uma interrogação: és tu do estudo?.  Ou és tudo, estudo?. Ou, falado, pode sugerir outras acepções, como ex tudo, ou eis tudo. Em outro momento, Gil volta a analisar o poema: “Musicalmente, cria uma expectativa pelo sequenciamento temporal. Alguém, ou alguma coisa, começa a ser definido: és. No verso seguinte, fica caracterizado um alguém: és tu. Já no terceiro verso, a caracterização se abre para uma qualificação: és tudo, lançando uma dúvida sobre o sujeito da declaração, se alguém ou alguma coisa. Abre-se inclusive até uma suspeita de uma declaração amorosa. Com o início da duplicação da palavra, um novo sentido torna-se possível: estudo és, como se a declaração indicasse o sujeito como estudo. Isso fica reforçado no verso seguinte: estudo és tu. E, no verso final, o estudo passa a ser o sujeito da proposição estudo, és tudo. Enfim, o seu poema me acompanha já por mais de 30 anos, e a companhia continua me agradando.

 

 

O ALBUM DAS SEIS PEÇAS DE GIL

 

A obra Gil é um álbum de seis peças, escritas no período de 1976 a 2007, divididas em duas séries. Conforme ele mesmo explica, a Série A é “formada pelas composições escritas em 1976, 1977, 1979 e 2007; tem como traço comum o uso predominante de elementos formais característicos da música do século XX, como a seriação dodecafônica e a escala hexafônica”; e a Série B é “formada pelas composições escritas em 1990 e 1996” que “têm como traço comum o uso predominante de referências musicais históricas, deslocando para um nível subjacente (estrutural) da linguagem musical o viés da contemporaneidade". E continua esclarecendo: “A denominação de séries aos dois conjuntos busca assinalar o encadeamento que interliga as peças. Escritas todas sobre o mesmo poema, as peças formam uma sequência de criação, recriação e até revisões/reelaborações dos vínculos estabelecidos pelas associações suscitadas entre aquela poesia e a linguagem musical”.

 

Os parágrafos seguintes, relativos a cada uma das seis peças do álbum DO ES TU DO ES TU DO, fazem parte de um texto assinado pelo compositor com a intenção de apresentar o que cada uma delas tem de singular e característico nas leituras do poema e nas suas estruturas musicais. Os respectivos arquivos das partituras me foram enviados em mensagem de 09 de junho de 2022 e podem ser apreciados nos links que acompanham os dados de cada uma das peças ou estudos.

 

Série A

es tu do es tu do (1976) - Primeira peça, ou primeiro estudo

A visualização do poema de Vinholes imediatamente provocou uma associação com os jogos musicais de espelhamentos (retrogradação e inversão melódicas), pelas direções de leitura (horizontal ou vertical). A escansão da palavra "estudo", por sua vez, sugeriu outro tipo de associação: as sílabas como notas de uma melodia que se completaria no todo da palavra. E a duplicação da palavra, resultando num total de 12 letras, trouxe ainda a escala cromática à memória. E, no momento em que a técnica dodecafônica era objeto de interesse, uma vinculação de base meramente numérica se instaurou quase automaticamente.

 

Pouco tempo depois, vieram à tona reflexões sobre aspectos vocais da peça, sobre a condução vocal do canto e a inteligibilidade do texto. Como opção, à escolha do intérprete, o texto foi transformado numa fala entoada, sem necessidade de afinação, em sincronia com a melodia do canto, atribuída à uma flauta. E, como a inteligibilidade do texto, afora os condicionamentos dos registros das notas, ainda é permeada pela intenção da fala, algumas sugestões de interpretações do sentido verbal foram anotadas ao final de uma segunda partitura, uma partitura alternativa.

 

Partitura 1976 - manuscrita e digitalizada (nesta, incluí uma flauta na parte do canto, e deixei a voz como declamadora do texto (arquivos em pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-1976

 

 

es tu do es tu do (1977) – Segunda peça da série A.

Dada a disposição gráfica do poema “es tu do”, esta peça busca expressar as leituras cruzadas espaciais do texto pelas figuras musicais correspondentes da retrogradação, melódia e da inversão intervalar, em que a música segue os diversos sentidos pela posição da partitura (de pé/de cabeça para baixo) e direção de leitura (esquerda/direita).

 

Partitura 1977 - manuscrita (pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-1977

 

 

es tu do es tu do (1979) - Terceira peça da série A.

Motivada pela relação de pioneirismo de L. C. Vinholes na composição de música brasileira aleatória (suas Instruções 61 e 62), esta peça oferece um plano geral de interpretação, com sugestões de modelos temáticos a serem desenvolvidos/recriados pelo intérprete, e sequências de realização das seções.

 

O modelo temático em ilustração é a série dodecafônica do Concerto para Violino e Orquestra, de Alban Berg, que procede por intervalos de tríade maior e menor, duas vezes cada, e inclui uma sequência de quatro notas em intervalos de tons inteiros.

 

As sequências são alternativas de ordenação das 21 sílabas do poema es tu do es tu do, em dois sentidos na configuração gráfica do poema, cada sílaba correspondendo a uma seção musical, com sua formulação planejada previamente pelo intérprete.

 

Partitura 1979 - manuscrita (pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-1979

 

 

es tu do es tu do (2007) - Quarta peça da série A.

Quase três décadas após a formulação de es tu do es tu do (1979), em 2007 uma das possibilidades de realização daquela peça é escrita a partir de uma forte tentação (ou curiosidade) de imaginar como uma concepção musical aleatória seria concretizada pelo próprio autor.


Seguindo as recomendações da partitura original, é esquematizada a distribuição dos elementos temáticos por seção, conforme manuscrito exibido após a partitura.

 

Partitura 2007 - digitalizada (pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-2007

 

 


Série B

es tu do es tu do (1990) -  Primeira peça da Série B.

Procura estabelecer inicialmente vincular cada sílaba do poema a trechos ilustrativos de períodos da história da música ocidental: “es” com o início do canto polifônico de Notre Dame, “tu” com a música medieval subsequente, caracterizada por Robin et Marion, de Adam de La Halle, e “do” (ou “tudo”) com a música da renascença (Scaldava Il Sol) de Luca Marenzio. Na continuidade, a peça procura explorar diversos intentos expressivos a partir de elementos sugestivos da linguagem musical do século XX.

 

Partitura 1990 - manuscrita (pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-1990

 

 

es tu do es tu do (1996) – Segunda peça da Série B.

Peça escrita como uma condensação de es tu do es tu do (1990), da mesma Série B, reduzindo o desenvolvimento das seções da composição anterior a uma concisa apresentação dos elementos referenciais de vinculação ao poema de L. C. Vinholes. Teve sua estreia pelo Madrigal Ars Viva, em 6 de novembro de 1979, sob regência do maestro Roberto Martins, fazendo posteriormente um registro fonográfico para o disco Música Nova Para Vozes.

 

Partitura 1996 - digitalizada (pdf e jpg)

https://www.cantoscorrentes.com/post/es-tu-do-es-tu-do-1996

 

 

O QUE GIL ENCONTROU NO POEMA   ES  TU  DO

 

Há anos, Gil descobriu, identificou, aumentou, ampliou, enriqueceu e explorou o que encontrou no poema  es  tu  do  e, em depoimento de 2 de julho de 1997, a Mario de Souza Maia, autor da tese Serialismo, Tempo-Espaço  e Aleatoriedade - A obra do compositor Luiz Carlos Lessa Vinholes (1999), registrou o que consta dos parágrafos a seguir:

 

“O pensamento musical de Vinholes me agradava pela concisão e pela busca de um sistema ou modo de composição próprio. Embora minhas preocupações musicais me levassem a caminhos diferentes das propostas de Vinholes, acredito que o sentido da busca pela concisão tenha sido reforçado pelo contato com as ideias dele.

 

Um outro poema de Vinholes que me marcou foi "es tu do es tu do":

 

 

es

es  tu

es  tu  do

es  tu  do  es

es  tu  do  es  tu

es  tu  do  es  tu  do

 

 

O texto duplica a palavra "estudo", colocando uma em sequência da outra, divide-a em sílabas, oferecendo várias possibilidades de leitura, a partir das palavras que emergem da fragmentação silábica. Pode ser lido como uma afirmação: "estudo, és tudo" (ou em outra ordem, "és tudo, estudo"). Pode ainda ser interpretado como uma interrogação: "és tu do estudo?". Ou "és tudo, estudo?". Ou, falado, pode sugerir outras acepções, como "ex tudo", ou "eis tudo".

 

O trabalho musical em cima deste poema começou em meados dos anos 70. Em 1976, finalizei uma ideia para voz e piano, que era no fundo um jogo de retrogradação musical, processo que me ocupou bastante na época, e que resultou posteriormente na concepção do programa Cancrizans, para o Madrigal Ars Viva, e um livro (No Olvido do Tempo/No Ouvido do Tempo, publicado em 1984, do qual envio-lhe um exemplar). Essa peça, entretanto, era uma ideia desvinculada da sua possibilidade de realização musical. A afinação da voz exigiria um cantor de ouvido absoluto, e com muito poder de concentração para realizar a sua parte junto com as intervenções do piano. Em função disso, foi abandonada. Fiz ainda uma variação dessa ideia de retrogradação, conjugada com espelhamento e suas respectivas inversões, mas que também ficou apenas como estudo.

 

Em 1979, voltei ao poema dentro de uma concepção de música aleatória. Propunha deixar ao intérprete a decisão de escolher a ordem de leitura do poema, a partir de uma disposição gráfica dos motivos baseada no poema. O intérprete escreveria um pequeno tema para cada sílaba (três temas, portanto). Surgiu aí a sugestão de que um tema fosse baseado em um acorde de tríade maior, outro em um acorde de tríade menor e o terceiro em um acorde ou sucessão de tons inteiros. A sugestão veio com a lembrança da série do Concerto para Violino de Alban Berg. Devo ter estabelecido alguma associação entre aquela série com a disposição gráfica da palavra "estudo" no poema. São doze letras, agrupadas duas a duas, que resultam de uma duplicação. A série é formada por três grupos (acordes maior, menor e de tons inteiros), em que os dois primeiros são duplicados. Não é uma correspondência muito estreita, mas o fato é que a relação foi estabelecida no meu pensamento. E, de certo modo, mantinha alguma proximidade com a concepção bastante peculiar das relações entre texto e música em Vinholes. A peça Espaço-Tempo XVI exemplifica bem essa característica. No propósito de atribuir a cada som verbal um som musical específico, Vinholes vinculou cada som vocal (vogais e consoantes) do poema de Haroldo de Campos a uma determinada nota musical”.

 

 

QUEM É O COMPOSITOR GIL NUNO VAZ

 

 

Gil Nuno Vaz foi sempre um estudioso inveterado, haja visto a lista de matérias dos cursos feitos, mas é também um autodidata em música, embora tenha estudado piano com professor particular (1960-1962) e participado de um curso de música com Brasil Eugênio da Rocha Brito (1969-1970), na época engenheiro da Prefeitura Municipal de Santos. Como poeta publicou No Olvido do Tempo / No Ouvido do Tempo 1984). Tem formação em Ciências Econômicas e Comerciais (1966-1969), Comunicação – Publicidade e Propaganda (1971-1974) e Comunicação – Jornalismo (1975 / 1982-83). É autor da História da Música Independente (1988), da Coleção Tudo é História e das publicações Marketing Institucional – o mercado de ideias e imagens (1995) e Marketing Turístico – Um roteiro estratégico para projetos mercadológicos públicos e privados (1999). Foi o primeiro coordenador do Curso de Licenciatura em Música da UniSantos (2011-2013), onde em novembro de 2011, com seus alunos, produziu música aleatória utilizando minhisdtóriaHhIS

a Instrução 61, para quatro instrumentos quaisquer. Foi professor de História da Arte (2001), História da Música, Música nas Artes Cênicas e Audiovisuais (2011-2020). Em 2018, com a classe do curso de Música e Literatura, promoveu o exercício de musicalização dos meus poemas do livro+poema=polievroma menina só (1994), entremeados com as nuvens de só da mesma publicação. No magistério foi docente da UniSantos - Professor de Marketing (1987-2010), Marketing Institucional (1996-2005), Teoria da Comunicação (2018-2020), Análise da Imagem (2021) e Cibercultura (2022). Em abril de 2018, foi um dos promotores da instalação da Catedra Gilberto Mendes, na UniSantos. Integrou o Madrigal Ars Viva, do qual foi membro por três décadas, cantando sob a regência de Klaus-Dieter Wolff e Roberto Martins e, como parceiro do compositor Gilberto Mendes e do maestro Roberto Martins, participou ativamente dos Festivais Música Nova, de Santos. Criou o site www.cineines.com (2019), depois de retomar as “pesquisas acadêmicas por Inês Cruz (1945-2016) sobre dois núcleos culturais criados em Santos em meados do Século XX: Clube de Cinema de Santos e Clube de Arte de Santos”. Gil reuniu as referidas pesquisas em livro publicado pela editora da UniSantos. Criou ainda o site www.cantoscorrentes.com (2020), uma trama hipertextual em progresso, misturando arte e vida, ficção e realidade.

 

 

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