O escritor catarinense - assim como muitos outros de outros estados brasileiros – é, antes de tudo, um forte. Forte e teimoso, pois além de não conseguir editora para publicar seu livro, nem aqui no nosso estado nem fora dele, quando consegue ter o livro pronto, fruto de recursos próprios ou algum patrocínio, também tão escasso, esbarra no fantasma da distribuição. E digo fantasma, porque ela não existe. Até mesmo as editoras tradicionais do estado têm dificuldade para distribuir e vender seus livros, imagine-se o escritor com sua edição própria.
É claro que o autor de edição própria se esforça, pega seu livro, coloca-o debaixo do braço e vai à luta, oferecer de porta em porta. Mas, por mais que consiga esgotar uma edição, o alcance do livro fica restrito a um círculo de amizade, um bairro, quando muito a uma cidade.
Para atenuar esse problema e fazer com que o escritor da terra seja conhecido e lido não só na sua cidade, mas em toda Santa Catarina, o governador sancionou a lei número 8759, em 27 de julho de 1992, que dispõe sobre a aquisição de livros de autores catarinenses pelo estado, com a finalidade de integrar acervo das bibliotecas públicas municipais.
A lei especifica, também, que em todos os casos, será considerada a qualidade da obra, qualidade esta que seria medida ou avaliada pela Comissão Catarinense do Livro.
Como a lei, no entanto, está fazendo dez anos sem que, na prática, tenha sido levada a efeito, a União Brasileira de Escritores de Santa Catarina veio reivindicar a sua execução, em documento enviado ao Sr. Governador. A resposta veio confirmar o não cumprimento da lei até então, por “falta de orçamento”, mas trazia a esperança de, neste exercício de 2002, “contar com os recursos indispensáveis à perfeita execução daquele preceito legal”.
Um passo já foi dado, que foi o de reativar a Comissão Catarinense do livro. Esperemos que a verba para a compra dos livros tenha sido lembrada e que finalmente os livros de autores desta terra catarina cheguem às bibliotecas municipais. Bom seria se chegassem até as bibliotecas das escolas, mas já estará muito bom se chegar às bibliotecas públicas.
O escritor catarinense terá de continuar o trabalho junto às escolas, fazendo-se conhecer e divulgando sua obra, tentando vender o seu livro ao leitor em formação e, na impossibilidade, fato comum, fazer saber que o mesmo está à disposição na biblioteca pública da cidade.
Promessa nem sempre é dívida, mas esperança é o que nos move para o futuro.
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