Usina de Letras
Usina de Letras
57 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50668)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->FELAÇÕES DE UMA BOCA SEM DENTES -- 05/01/2003 - 15:47 (Sardemberg Guabyroba) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi um acidente horrível. Sua face, a mais linda do mundo, com o choque contra o pára-brisa, desfigurou-se completamente. Maxilar quebrado, cútis rasgada, cartilagem nasal estropeada. Não sobrara um dente sequer para contar a história.Toda a conseqüência da pancada havia sido naquele rosto lindo. O corpo, com a graça dos céus não sofreu um arranhão sequer. Pelo menos isso: o corpo da jovem também era coisa de louco, meu! (defequei na história com esse sotaque de Faustão). Peitos rijos e carnudos,abdome sem uma protuberância mínima que fosse. Coxas perfeitas e lisinhas da silva. Joelhinho com uma escultural pátula (o que os médicos, que gostam de mostrar atualização profissional, chamavam, antes, de rótula), pés sem nenhuma varisinha ou prenúncio de capilares à flor da pele. Virilha que exalava cheiro de flores silvestres e vagina com o aroma suave das alcatras maturadas recém chegadas aos açougues. Né brincadeira não, depois dessa descrição, eu sou capaz de comer essa mulher bem-passada, ao ponto, mal-passada e, principalmente crua! Mas o problema estava na cara (literalmente), que havia ficado completamente destruída com aquele acidente "maledictu".

Ela era de família abastada, residente em bairro nobre de São Paulo. Num primeiro momento, eles, que nunca haviam pronunciado um amém sequer para qualquer santo ou assemelhado que fosse, passaram a rezar fervorosamente no hall do hospital, de mãos dadas, pegando qualquer um que passasse por ali para aumentar a corrente de fé, no afã de que a filhinha caçula não fosse parte das estatísticas do trânsito brasileiro, que, a cada ano, mata mais gente do que toda a Guerra do Vietnã (esse é um dado que conheço há muito tempo e sempre quis colocar muma história de minha autoria). Quando o médico abriu a porta e fez aquele sinal negativo com a cabeça ao tempo em que pressionava seu lábio superior contra o inferior, os novos cristãos danaram a chorar, acreditando que a menina tinha ido dessa para melhor. Porém, o doutor aproximou-se mais e explicou:

-A menina já não corre mais perigo de morte (aprenda esta: perigo de morte e não de vida), mas dificilmente coseguiremos recuperar de maneira digna o seu rosto, que, suponho, devia ser muito bonito, caso estivesse no mesmo quilate do seu corpão gostosão. Epa, perdão.

O médico não podia esperar que estivesse dando uma boa notícia àquela altura dos acontecimentos, mas estava. O fato de a graciosinha voltar a ter expectativas de vida era a melhor das notícias para a família. Abraçaram-se pelos ombros, fazendo uma roda, para a qual arrastaram o médico, e começaram a agradecer à São Ciprião pela graça alcançada. Quando o filho mais velho recordou o pai da necessidade de cumprir a promessa de vender cem dólares por semana pela metade do preço da cotação oficial até o último dia de vida de sua filhinha do coração, ele, mais do que depressa, tirou as mãos dos ombros do filho e da esposa, aproximou-se do médico e perguntou:

-Doutor, agora que a vida da minha filhinha está salva, diga-me: não existe, realmente, chance alguma de fazer com que o rostinho da minha queridinha volte a ser pelo menos normal, mesmo que não exatamente igual ao que era?

-Poxa, meu caro! Quanta volta você dá para fazer uma pergunta tão simples! Primeiro, gostaria de reforçar as palavras do seu filho para cumprir a promessa de vender cem dólares por semana pela metade do preço da cotação oficial até o último dia de vida de sua filha, pois não tenho dúvidas de que ela está viva por milagre. Segundo, não posso deixar de sugerir que você venda esses dólares semanalmente para mim, pois foi nas minhas mãos que o milagre efetivamente se concretizou e eu, como devoto de São Ciprião, tenho certeza de que a promessa será cumprida com louvores caso o negócio seja feito comigo. Terceiro e, respondendo a sua pergunta, a possibilidade de que sua filha volte a ter um rosto normal é praticamente nula, mas, mesmo assim, eu arrisco dizer que existe alguma possibilidade, se vocês tentarem a recuperação do rostinho da menina com o cirurgião plástico Dr. Ivo Acerola. Ele também tem feito milagres, o último que tenho conhecimento foi o de restauração do rosto de Vicente Celestino a partir dos restos mortais desse hébrio tão famoso em meados do século XX.

-Porra, doutor! O cara conseguiu reconstituir o rosto de uma pessoa a partir de sua caveira?! Vou nesse tal Ivo Acerola assim que a minha filha estiver em condições...

-Isso, isso! Ah, e não esquece de cumprir a promessa, hein, seu avarento!

Promessa nem pensar, mas reconstituir o rosto da filhinha tão linda, faria qualquer coisa por isto.

Passaram-se seis meses. A menina já estava em perfeito estado de saúde. Comia e mamava de tudo, apesar de estar banguela. Porém, era obrigada a andar de máscara, pois seus rosto estava completamente disforme. No sétimo mês, seu pai a levou ao consultório do Dr. Acerola, a fim de explicar-lhe a situação. Depois de escutar tudo, timtim por timtim, Acerola disse que seria possível, sim, reconstituir o rosto da menina, a partir da fotografia mais recente que ela tivesse antes do acidente. Só uma coisa não seria possível para ele: recuperar a arcada dentária da menina.

-Feito! - Falou o pai, entusiasmadíssimo com a chance de rever o rosto original de sua queridinha ao vivo e em cores.- E o preço, doutor, quanto tenho que pagar por esse seu trabalho?

-Há de se convir, meu nobre, que esse será um trabalho digno de um mestre. Por isto, terei de cobrar à altura. A minha proposta é a seguinte: que você, a partir do dia em que constatar a reconstituição do rosto de sua filha, passe a me vender cem dólares por semana pela metade do preço da cotação oficial até o último dia de vida de sua filha. Se você morrer antes dela, os seus herdeiros terão de continuar cumprindo o acordo estabelecido. Se eu morrer antes dela, meus herdeiros também terão o direito de continuar comprando dólar com você ou com seus familiares da mesma maneira.

"Puta que te pariu! São Ciprião me sacaneou em dobro. Fui ignorar a promessa que fiz e o filho da puta me obriga a ajustar as contas com o único viado-mercenário do mundo capaz de fazer com que minha filha tenha o rostinho de outrora." - Pensou o pai mesquinho, vendo-se numa sinuca de bico que nem o Ruy Chapéu seria capaz de sair. Como aquela possibilidade era um monopólio do Dr. Acerola, apesar do mesquinho ser um neoliberal a favor das privatizações e do fim da multa de 40% paga pelos empresários aos trabalhadores demitidos, teve de concordar.

-Tá bom doutor! Eu concordo com as condições. Agora, diga-me uma coisa: o senhor tinha conhecimento de uma promessa que eu fiz ao puto do São Ciprião?

-O que é isto, meu senhor! Eu acredito muito é na tecnologia e no mercado de capitais e só isso!

Bom, sem mais delongas, Dr. Ivo Acerola acabou fazendo duzentas e cinqüenta cirurgias plásticas na jovemzinha do cu gostoso, até que, finalmente, dois anos e meio depois, conseguiu reconstituir a face da bela. Em casa, ela, ao retirar a gaze da última operação diante do espelho, fica irradiante e cai em prantos ao ver o seu rosto reconstituído.

-Milagre! Milagre! Fifa o doutor Aferola!

-Você está outra vez linda, minha filha!

Todos se abraçaram por causa do resultado que viam.

Vocês devem ter observado que a nossa protagonista, ao manifestar sua emoção diante do espelho, falou "Fifa o doutor Aferola!". A explicação é simples: como o próprio doutor Quiwi, digo, Acerola havia falado, ele poderia reconstituir tudo, menos a arcada dentária da jovem das coxas torneadas. Naquele primeiro momento em que se sentia perfeita de novo, ainda tinha de se contentar com uma boca banguela como parte da sua (quase) perfeição estética restabelecida.

Depois das comemorações pelo êxito (graça) alcançado(a), o papai foi para o banheiro cagar sangue, pois sabia que, a partir daquela semana, teria que vender dólar pela metade da cotação oficial para o Dr. Ivo Acerola.

A filha, não contendo o tesão emcubado e a vontade de rever o mundo exterior, vestiu sua melhor roupa e foi dar um rolé pela vizinhança. Saiu atrás de uns parangolés que lhe permitissem sentir-se viva de novo. Sua primeira experiência sexual pós-operatória foi com o motorista de táxi que deveria levá-la a um dos centros Gastronômicos de São Paulo. O clima da conversa evoluiu de tal maneira que, no terceiro motel pelo qual passaram na estrada, de comum acordo, resolveram entrar. Realmente, o felizardo taxista pôde constatar que a mulher era muito gostosa. Pés, coxas, peitos, bunda e a danada da chupetinha, que estava apertadaça devido ao tempo que não encarava uma rola de frente. Mas a capacidade demonstrada pela menina de chupar a caceta do motorista foi que o pegou de suspresa. Foi ao orgasmo quatorze vezes só com os fartos boquetes que ela lhe proporcionava. Era emcubação pura. Ela precisava pôr pra fora aquela vontade de trepar represada por ânus, digo, por anos. A felação (chupação de pau) espetacular devia-se a ajudazinha dada pelo acidente, pois, como não tinha mais dentes, sua boca ao engolir a cobra, era como se fosse um rabo capaz de se moldar ao pênis da hora de maneira a lhe permitir sensações indescritíveis.

Dali pra frente, não deu outra: a nossa menininha tornou-se bela de novo, sempre preocupando-se em estar saradona, com tudo em cima, menos com a dentadura na hora de exercer o dom do boquete que São Ciprião havia lhe permitido como bônus, a partir do momento em que seu papai mesquinho pôde (teve de) efetivamente cumprir a promessa feita à beira do seu quase leito de morte.

Tá certo que alguns amigos sacaneavam diariamente o pai da menina por ficar vendendo dólar a preço irrisório para o cirurgião plástico com o qual a sua filha também praticava uma felação esperta nas horas vagas. Esse negócio de criador comer a criatura e de a criatura chupar o pau do criador sempre foi uma prática neste mundo cão em que vivemos. Mas ver o pai da criatura vender dinheiro a preço de banana para o criador empalador de sua filha, isto, realmente, é novidade.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui