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Artigos-->Notas Sobre Notas e Moedas em Extinção -- 24/05/2002 - 20:41 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOTAS SOBRE NOTAS E MOEDAS EM EXTINÇÃO

(por Domingos Oliveira Medeiros)



O Banco Central noticiou, através dos órgãos de imprensa, que a partir da segunda quinzena do próximo mês de junho, estará circulando a nova cédula de 20 vinte reais. O objetivo, como sempre, seria o de facilitar o troco no curso das transações comerciais entre empresas e pessoas. O lançamento, segundo o Banco Central, ainda não teria sido feito por conta de atraso que ele credita à Casa da Moeda, responsável pela emissão do nosso dinheiro, cada vez mais raro.



Deixando de lado os fuxicos e mexericos, vale o registro de que, mais uma vez, a população ficou sem entender direito os motivos alegados para a emissão daquela nota.



A última cédula que foi lançada com o mesmo objetivo - facilitar o troco -, recebeu algumas criticas. Eu mesmo coloquei algumas delas. Naquele contexto, em que havia uma febre de lojas do tipo R$1,99, chegou-se mesmo a sugerir que melhor faria o governo se lançasse a nota de R$1,99. Seria mais prático. Ou então, que junto com a nota de R$2,00 fosse emitida a moeda de R$0,001 (um centavo de real). Com essas duas notas, estaríamos, aí sim, cobrindo grande parte da falta de troco, principalmente entre a grande massa da população menos favorecida.



Agora, sinaliza-se com a nota de R$20,00. A expectativa do Banco Central é a de que esta cédula virá preencher a lacuna que existe entre as notas de R$10 e de R$ 50 reais. Novamente, o governo, no meu modo de ver, não acertou no troco. Primeiro porque, qualquer dona casa, (ou dono) sabe perfeitamente que os preços praticados no mercado são sempre reajustados para cima. Apesar de o governo negar este fato. Um crescimento lento, é certo, porém um crescimento constante. E muito significativo para os padrões inflacionários de hoje.



Depois, há que levar em conta a mania (ou a esperteza) de quase todos os empresários que atuam no mercado nacional. A mania de pensar que todos os consumidores são ingênuos. Virou rotina, como medida para atrair consumidores, as liquidações e ofertas em que os preços de vários produtos, como o arroz, o feijão, blusas, sandálias e tantos outros, são anunciados com a terminação 99. Assim, nós temos uma variação de preços enorme, que começa em R$ 0,99 e pode chegar a preços mais altos, como R$ 129,99, por exemplo.



Naturalmente que esta indicação de preços procura criar uma impressão visual de que o produto ou é barato, ou não é tão caro assim, aos olhos do consumidor menos atento. A expectativa é de que o consumidor, ao se deparar com um preço de R$ 1,99, raciocine que o produto estaria custando um-real-e-pouco, ou pouco mais de um real. E que, sendo assim, ele estaria mais propenso ou motivado para comprá-lo. Só que este pouco é o suficiente para dobrar o preço do produto. Que, na prática, na verdade custa R$2,00, pois não existe, ainda, a moeda de troco de que falei acima. A de um centavo.



Por outro lado, tem sido costume do Banco Central, entre as medidas de segurança adotadas nas cédulas, ( marca tátil, marca d’água, impressão em alto relevo, fica, fio de segurança, registro coincidente de armas nacionais), adotar a chamada banda holográfica, que seria a tarja contendo o valor da nota com a imagem estilizada de um animal ou ave em extinção. Naturalmente, dentro de uma política de colaboração com a proteção desses animais, além de uma demonstração de que o governo estaria preocupado com às questões ambientais. Não é por outra razão que as notas de valores em reais vêm abrindo espaços para animais e aves, desde a onça pintada até a ararinha azul. E, agora, na versão de R$ 20 reais, o mico leão dourado entra em cena.



A par das considerações e dúvidas anteriormente levantadas, sobre a discutível eficácia da emissão dessas cédulas como forma de facilitar o troco, temos agora outra preocupação. A perspectiva de que, muito em breve, o Banco Central terá que fotografar as notas de valores superiores, (tanto as que já existem, como as que vierem a existir), como as notas de R$50, R$100, R$200 ou até de R$500, a fim de que sejam distribuídas pela população mais carente, para que estas pessoas possam ter o prazer de conhecer estas notas, posto que, para eles, ou elas nunca existiram ou estão em extinção, a exemplo dos animais e das aves aqui citadas. E isto em função do longo tempo que essa pessoas não conseguem colocar em seus bolsos uma dessas notas que seja. Até mesmo quem recebe um salário mínimo, posto que, após os devidos descontos, o líquido sempre fica em torno de cento e poucos reais.



O próximo presidente precisará, na verdade, preocupar-se mais com o meio ambiente social da população, cuja renda está, lamentavelmente, em franco processo de extinção. Há quase oito anos. E ninguém faz nada. .



Domingos Oliveira Medeiros

24 de maio de 2002











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