Do que a mente contém,
e todo esse processo,
o "eu interior" vem,
e não tem maior acesso.
O pararmos de pensar
cremos ser muito danoso.;
difícil continuar
existir incurioso.
No processo do crescer,
construímos a imagem
do que chegamos a ser,
fruto do "eu-vassalagem".
É um eu fantasmagórico,
é uma atividade
mental, cujo peso glórico
é repetitividade,
um pensar que é constante,
falso eu interior,
uma forma abdicante
de ser seu próprio senhor.
Esse ego não atenta
nunca para o presente.;
quando não lembra, inventa
o que foi ou será à frente.
Nada é mais importante,
esse ego só inverte,
redefine o instante
com algo que lhe diverte.
Essa total inversão
do real, que é presente,
mostra que não tem função
o que se passa na mente.
Mantém vivo o passado,
com medo de não mais ser,
ou então, por outro lado,
faz futuro por prazer.
E, se vê algum presente,
vê com olhos do passado,
nunca resiliente,
um presente deformado.
Ou dele vale-se, mais,
como meio de obter,
no futuro, os finais
pensares que vai querer.
O presente é a chave
para a libertação,
é o seu criado-grave
que lhe tira d"aflição.
Mas, enquanto você for
um vassalo dessa mente,
será bem difícil pôr
o Ser junto ao presente.
O predomínio da mente
na crescente consciência
é um nível, meramente,
de uma melhor vivência.
Passar ao próximo nível
é urgente, necessário,
pois, há um risco horrível
se ficarmos no primário.
Quem pensa, cônscio não fica.
O cônscio até que pensa.;
não pensar não prejudica
a consciência imensa.
Subir um nível a mais,
além do seu pensamento,
não descer aos animais
ou ao das plantas ao vento,
é a iluminação:
o uso da mente segue
com a focalização
melhor, que você consegue.
Nossas mentes aplicando
com maior praticidade,
a voz não fica falando,
surge a serenidade.
Mente usada de fato,
pra soluções criativas,
oscila, faz um hiato,
entre pensar e paz viva,
entre a serenidade
e a velha agonia,
entre a mentalidade
e sua "mente vazia".
E essa oscilação
ocorre por um instante,
gerando melhor razão,
pensar não alucinante.
O pensamento, a sós,
não tem a força real,
desatrelado dos nós
da consciência primal.
A mente é, em essência,
ótimo computador,
máquina de sobrevivência,
e duela com ardor,
ataca e se defende
de outras mentes assim,
guarda, analisa, prende
as informações sem fim.
Mas nunca é criativa,
se não há serenidade
gerada pela ativa
força do Ser em Verdade.
O "insight", criativo
impulso para criar,
da mente surge bem vivo,
se ela se religar
ao grande núcleo vazio,
sereno, eu mais profundo,
em lugar do doentio
pensar vulgar, errabundo.
Quem nunca foi criativo,
nunca parou de pensar,
abrindo um decisivo
instante pra se-religar.
A mente e o pensar
nossos corpos não geraram,
um milagre milenar
da vida, e ignoraram
a Grande Inteligência,
uma outra dimensão
que guarda a sapiência
de toda evolução,
da qual pouco que sabemos
vem da iluminação.;
é quando compreendemos
essa tal separação.
Veja a seguir:===>>>>Trampolim