Quantas folhas secas bailando ao vento na estrada,
quando a noite tristonha aparece ao findar do dia,
o sino da igrejinha ao longe, bate a triste badalada,
enchendo de tédio a imensidão e toda a terra fria.
Quantas folhas secas dançando em louca debandada,
nas garras do vento, destino ingrato que as crucia,
na amplidão que muito chora, esta sorte malfadada
e que se esconde no véu, escuro manto da agonia.
Quantas folhas secas na estrada da minha existência,
pairando sempre um ar de mistério e de amargura,
quando as atira ao léu, com o vento em turbilhão.
Minha alma ao vê-las, chorando a triste coincidência,
as folhas bailando sempre em sua grande desventura,
seu derradeiro sonho e a mais sentida e última ilusão.
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