TRISTES OLHOS
Tristes olhos, em vosso piscar distante
Revelais toda a dor que a solidão carrega
E na procura da fúria da paixão alucinante
Trazeis convosco a glória, no alento da entrega.
Tristes olhos, em vossos lânguidos fitares
Escondeis o querer mais que preciso.
Atravessando, traiçoeiros, desertos de estrelas apagadas,
Iluminais os breus de candelabros infinitos.
Tristes olhos, de plácidos olhares turvos,
Onde a saudade e a alegria travam duelos de amor.
Encobris a lua em seu brilhar noturno,
Que mingua feito chama fria, sem poesia e sem calor.
Tristes olhos, de fenecidos brilhos
Onde, por momentos, mergulharam os meus,
Jazeis quietos como não nascidos filhos,
Cegando-me de amor ao enxergar o adeus.
Lílian Maial
Rio, 10/10/00.
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