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Artigos-->A QUESTÃO DO PATROCÍNIO -- 23/05/2002 - 09:52 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Questão do Patrocínio



Tenho visto algumas pessoas neste site, felizmente em número bastante reduzido, que insistem em manter posição contrária ao patrocínio de textos. Confesso que gostaria de saber as verdadeiras razões pelas quais essas pessoas devotam um sentimento de indiferença em relação ao patrocínio, instrumento de propaganda e marketing tão comum, e que vem sendo utilizado no mundo inteiro.



Desde que observadas as regras da boa ética e da moral, não vejo como possa tal recurso ser considerado prejudicial a quem quer que seja. No meu modo de ver , portanto, é de todo equivocada a visão de que o patrocínio seja sinônimo de humilhação, de subserviência ou ainda, como tenho lido, de que tal procedimento pudesse significar que o artista, no caso, o escritor, estivesse “se vendendo” ou “sendo comprado” pelo patrocinador.



Patrocínio, à luz do seu significado mais frio, seria sinônimo de proteção, amparo, auxílio e, mais especificamente, no caso ora em estudo, abraçaria a conotação de custeio de um projeto, de um programa, de uma obra de arte, de uma campanha de cunho social, comercial, e assim por diante.



Por isso, a minha surpresa. Não posso concordar com quem se coloca na contramão da ajuda, do auxílio e do amparo, e da obtenção de recursos para dar continuidade a um bom projeto de cunho social.



Ao contrário, a falta de patrocínio, ao meu ver, é que tem gerado expectativas e resultados negativos em todos os sentidos. Inclusive, prejudicando a própria divulgação da cultura, como um todo.



Não são poucos os atletas que, por falta de patrocínio, deixam de prosseguir na sua prática esportiva, impotentes e impossibilitados de se aperfeiçoarem e melhore representar o nosso povo e o nosso país no exterior.



Portanto, é bastante utópica a idéia de que a produção artística, de modo geral, por si só, seria suficiente para que, automaticamente, todos dela tomassem conhecimento. Não é verdade. Vivemos num país de regime capitalista. Regime de mercado. Que envolve custos e lucros. Ninguém, em sã consciência, irá custear a produção de uma obra literária, por exemplo, apenas por considerá-la de ótima qualidade. Há, que haver, no caso, uma compensação, uma retribuição pelo trabalho. E esta compensação, por conta desta “ajuda”, desta “colaboração”, trará benefícios para todos.



Para o livreiro, por conta do retorno da vendagem dos livros. Para a economia, pela arrecadação de impostos e garantia do nível de emprego. Para o autor, por conta do retorno de seus direitos autorais, além da vantagem de ter o seu nome e a sua imagem, divulgados num raio de ação mais abrangente. Para o patrocinador, que espera um aumento da demanda efetiva pelos produtos de sua empresa, além de alguns pontos a mais na imagem de sua marca, que sintetiza o seu negócio.



Inúmeras campanhas de interesse público só foram possíveis através da parceria com o setor privado. E seus benefícios, para a sociedade como um todo, foram, e continuam sendo incalculáveis.



Finalmente, a posição contrária ao patrocínio, no meu entendimento é, no mínimo, exagerada. Até porque, no mundo de hoje, ninguém consegue viver, direta ou indiretamente, sem a interferência do patrocínio.



Quando se compra um CD, que soubemos através de propaganda na televisão, estamos seguindo os ditames do patrocínio. Quando ficamos cientes de que haverá uma feira de eventos ou de amostra de novos produtos, em todas as áreas, seja de cunho cultural, comercial, industrial, tecnológico, filosófico ou científico, estamos sendo guiados pelo patrocínio positivo. Que produz resultados positivos.



É claro que podemos não concordar, por exemplo, com o que chamo de “patrocínio negativo!. Aquele patrocínio que não está nem um pouco preocupado com a qualidade do objeto a ser patrocinado. Numa empresa de minha propriedade, por exemplo, jamais patrocinaria um evento como o Big Brother. Não iria arriscar a imagem de minha empresa. Não iria contribuir para a banalização dos costumes. Fora disso, não vejo porque posicionar-se avesso a um simples instrumento de divulgação e apoio, inclusive de ordem financeira.



O patrocínio, em si, tanto pode ser bom, como ruim. Do mesmo modo que o objeto a ser patrocinado. E, da mesma maneira, em relação aos empresários, isto é, os patrocinadores, que tanto podem situar-se entre os que primam pelo patrocínio da qualidade, e os que apenas priorizam seus ganhos. A questão, portanto, não se acha restrita ao âmbito do patrocínio. Não há como justificar o injustificável. E o Ministério do Bom Senso adverte: patrocínio não faz mal a ninguém.





Domingos Oliveira Medeiros

23 de maio de 2002



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