Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62070 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A CASA NO ALTO DA MONTANHA -PARTE III -- 08/06/2003 - 17:32 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CASA NO ALTO DA MONTANHA - PARTE III

Enquanto o Sr. Vicente fazia suas buscas por Juiz de Fora, os outros dois foram fazer suas buscas no próprio local.
O sol brilhava forte quando partiram. Haviam acabado de almoçar ainda há pouco. Não sabiam ao certo bem o que procurar e como procurar, mas isso não os desanimava em nada. No fundo, sabiam que acabariam encontrando alguma coisa.
A primeira providência foi dar uma volta pela casa para ter certeza de que não havia ninguém na residência. O que foi constatado de imediato pelo silêncio imperante no local.
Do lado de fora não encontraram nada relevante. Não havia nada que pudesse fornecer uma pista sobre o misterioso dono do imóvel. Uma única coisa chamou a atenção daqueles dois homens. Num depósito de lixo, alguns metros acima, encontraram objetos de uso pessoal feminino. E até onde sabiam, só havia aparecido ali um homem. Além disso, encontrar talheres, copos e pratos descartáveis em quantidade considerável não avançava em nada as investigações. De que adiantava saber que duas ou mais pessoas haviam estado ali, se continuavam sem saber quem era?
-- Continuamos como começamos – disse o Sr. Francisco.
-- É verdade! – exclamou o outro. – Só nos resta fazer uma coisa: arrombar uma porta ou uma janela e entrar na casa.
-- Mas isso é ilegal!
-- E por acaso o que estamos fazendo é legal?
-- É mesmo! Mas não trouxemos ferramentas.
-- Ali naquele depósito – apontou – deve ter um pé-de-cabra ou algo parecido – disse o Sr. Zé Pedro. – Vá lá e ver o que acha enquanto eu vejo a melhor maneira de entrar na casa sem fazer muito estrago.
E assim fizeram.
-- Você tinha razão! – exclamou o Sr. Francisco.
-- A janela da cozinha possui uma fechadura simples. Com cuidado conseguiremos arrombá-la sem fazer estragos. Depois e só darmos um jeitinho e o dono nem vai dar conta de que foi forçada – explicou o Sr. Zé Pedro, tomando o pé-de-cabra das mãos do amigo.
Em questão de minutos a janela estava aberta.
-- Não te disse que seria fácil!
Deram uma olhada pela cozinha antes de entrar. Mais uma vez não havia sinal de presença humana naquela casa.
Entraram.
A primeira providência foi andar a passos leves em direção aos quartos. Era necessário ter certeza de que não havia o menor perigo. E isso foi feito em poucos instantes.
-- Não há perigo! Não tem ninguém! – exclamou o Sr. Zé Pedro.
-- Vamos dar uma olhada na sala. Talvez possamos encontrar alguma pista. – sugeriu o outro.
Não havia muita coisa na sala. Nas paredes alguns quadros antigos. Eles ainda estavam no mesmo lugar muito antes da casa ser vendida. No lugar do antigo sofá, havia outro em estado seminovo; e onde jazia uma enorme estante de livros, encontrava-se tão somente uma mesa com um aparelho de TV em cima. Além disso, as antigas cortinas ainda protegiam as janelas.
Via-se que o proprietário não se importava muito com a mobília da casa, pois o mesmo se aplicava a outros cômodos da casa. E isto facilitava a busca. Apesar de não encontrarem nada do que procuravam.
E quanto mais procuravam, mais intrigados aqueles dois homens ficavam. Não havia nada de suspeito na casa. Essa era a verdade. Tudo era tão normal como em qualquer outra residência.
Nos quartos jaziam em cada uma cama e um guarda-roupa embutido. No quarto de casal, havia também uma mesa e um criado mudo. Nada mais além. Ao que parece tudo havia pertencido ao antigo dono. Até mesmo alguns jogos de cama davam a impressão de não serem usados a muito tempo.
O Sr. Zé Pedro procurou nas gavetas alguma fotografia ou documentos do novo proprietário. Mas nada encontrou. Estavam praticamente vazias. Havia somente um par de laços de fita cor de rosa. Aquilo lhe causou estranheza. “Para que esses laços de fita?”, pensou ao examiná-las. Todavia, guardou-as no mesmo lugar em que as encontrara.
-- Parece que vamos continuar sem saber quem é esse sujeito – gritou o Sr. Francisco do outro quarto.
-- É verdade! – respondeu o outro.
-- Espero que o Vicente tenha mais sorte em Juiz de Fora.
-- Não sei não!
-- A impressão que tenho é de que essa pessoa não quer ser identificada de jeito nenhum.
-- Eu tenho essa mesma impressão! – exclamou o Sr. Zé Pedro. – Acho que vamos continuar sem saber quem é o dono dessa casa.
-- Será?
-- É capaz, compadre. E o melhor que temos a fazer é ir embora – disse, indo em direção à cozinha, por onde entraram.
Os dois homens deram uma última olhada para certificar se não haviam deixado nada fora do lugar.
-- Essa casa não tem um sótão? – perguntou o Sr. Francisco.
-- É verdade! Você tem razão. Cheguei a descer até lá uma vez, quando fomos naquela pescaria pouco antes do natal.
-- Eu me lembro do seu João comentar que guardava suas tralhas lá – comentou o Sr. Francisco. – Mas onde é a entrada?
-- Mas lá não deve ter nada! Vamos encontrar é muita tranqueira e ratos lá embaixo.
-- Já que estamos aqui, não custa dar uma olhada.
-- Isso é verdade – concluiu o outro. -- A entrada é aqui pela cozinha. Naquela porta – disse apontando.
Dirigiram até a porta.
-- Está trancada – comentou o Sr. Francisco, após tentar abri-la. – E a fechadura foi trocada há pouco tempo. Ainda está novinha.
-- Só me faltava essa! Mas deve ter uma chave em algum lugar.
-- Há umas chaves dependuradas atrás da porta daquele armário em cima da pia. -- lembrou o amigo.
-- Então vá lá buscar, homem! – pediu o Sr. Zé Pedro.
Não era possível saber o que seria encontrado lá embaixo, mas a intuição daquele homem e a troca da fechadura da porta abriam uma possibilidade. Ninguém troca uma fechadura e deixa uma porta muita bem trancada sem motivos aparente.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui