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Contos-->Sweetest Thing -- 04/06/2003 - 14:07 (Gabriel Valmont) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sweetest Thing
- ou A coisa mais doce é você.

Quando ela desligou o telefone ele correu até o acesso à escada de incêndio. Desceu tão rápido quanto atravessou a avenida em frente ao prédio e pegou o táxi na esquina.

Quando ele desligou o telefone um frio na barriga brotou como há muito tempo não acontecia. Estava, então, acontecendo de novo. Ela ajeitou o penteado, colocou um casaco, para caso chovesse, e trancou a porta do apartamento. Esperou o elevador ansiosa, não tinha pressa, a praça ficava perto da sua casa. Se concentrou na borboleta que insistia em voar dentro da sua barriga.

Ele só tinha algumas coisas pra dizer e pronto. Era isso, a tristeza iria embora. Há quanto tempo ficaram sem se ver? Ele foi tão cafajeste com ela, tantas vezes. Tantas Helenas, tantas Priscilas, tantas Patrícias existiram depois. Mas o coração ainda era dela, da primeira de todas, e ele sentia este coração bater mais forte, inseguro, sem poder controlar. Calma, dizia a si próprio, mas que calma poderia ter? Em minutos estará tudo resolvido.

Quando chegou ao térreo resolveu subir novamente, por deus, como esquecera o urso? Quando chegou ao apartamento, entrou desesperadamente no quarto e agarrou o urso branco-amarelado-pelo-tempo de pelúcia. Agora sim correu, fechou a porta e aproveitou o elevador que ainda se encontrava parado.

Um chiclete poderia acalmar sua ansiedade. Aqui motorista, obrigado. Desceu e sentiu os pingos de chuva que estavam por vir. Olhou em volta e procurou por toda a parte, ela ainda não estava ali. Sentou-se para esperar, para a ansiedade passar, ele seria mais uma vez alvo de tantas brigas? O que estava por vir? Felicidade talvez.

Sim, estava chuvendo, e ela já previa isso. Mesmo assim atravessou a rua, colocou o casaco e seguiu em frente. Ele já estaria na praça? Será que lembraria? Será que ele se lembraria? Talvez não, faz tanto tempo, e já foi tanta coisa passada, tantos problemas, afinal eles eram adolescentes naquela época. Uma outra época. Atravessou mais algumas ruas e deu o passo pra dentro da praça. E cadê ele que não estava lá?

O povo corria pra se abrigar, a chuva estava ficando cada vez mais forte. Ele já tinha começado a pensar na demora dela, olhou pro céu e desejou que ela caísse ali no seu colo. Passeou um pouco para distrair, e as pessoas com certeza pensavam que coisa desse homem, dar voltas na praça enquanto chove. E foi em uma dessas voltas que ele olhou bem no olho dela, assim, meio que de surpresa, sem querer, acertou seu olhar bem no meio do dela.

Ela, meio se querer, sentiu o olhar firme dele sobre o seu, e sim, queria se derreter no corpo dele.

Ele queria tê-la derretida no seu corpo.

Agora se aproximavam, um do outro, como quando jovens, não eram meninos mais. A chuva nem atrapalhava, era chuva gostosa, dessas de filmes de amor, eles pararam um em frente ao outro e o primeiro sorriso foi o dela depois o dele. Seria o abraço inevitável? Se abraçaram assim molhados, e ele sentiu algo à mais no corpo dela. Ela mostrou o urso, descabelado e velho. Lembra? Lembro. O Urso que você me deu, quis lhe mostrar que ainda está comigo. Ele sorriu e tirou de dentro do bolso duas alianças. Lembra? Lembro. As alianças que eu também te dei, e fiquei encarregado de guardar até o dia em que nos encontrarmos novamente, e novamente... bem... Não tinha mais o que falar, chegou aquele momento em que as palavras não bastam, que frases feitas tornam-se superfúlas, que os sentimentos precisam estravazar, se juntar, tocar um ao outro, e começou pelo rosto, depois pelos braços e mais outro abraço seria inevitável só que eles preferiram outro gesto, outra demonstração de carinho, e foi em questão de segundos que a borboleta já não estava mais na barriga dela, voou para dentro dele e assim ficou.


...fim


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Gabriel Valmont





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