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Cordel-->Outros de Paulo Nunes Batista -- 28/12/2004 - 00:25 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outros poemas de Paulo Nunes Batista
Paulo Nunes Batista (*)

Sou Fabião das Queimadas
Nego do quengo maneiro
Era escravo, mas um dia
Me livrei do cativeiro
Comprei minha liberdade
Cantando verso ligeiro

Também livrei minha mãe
Pois comprei dela alforria
De uma sobrinha comprei
Dando o que o senhor queria
Tudo com dinheiro ganho
Nas rimas da cantoria

Grande foi Mestre Ugolino
Meu avô, o Repentista
Grande foi meu tio Antonio
Cantador e Cordelista
Eu, perante essa grandeza
Sou o menor, com certeza
Dos Nunes e dos Batista.

É tão ligeiro o repente
Que no cantador se faz
Que o verso pula na frente
E o cantador corre atrás.

Curió das Alagoas
É coquista de aperreio
Tem no começo do nome
Um nome pequeno e feio.
No fim diz que tem um Ó
Que ri...esse curió
Parece que está sem freio.

Campina da Paraíba,
Faz tudo o que você mande:
Canta coco de embolada
E quando o seu verso expande
Já vem serrando de riba
Campina da Paraíba
Filho de Campina Grande.

Quem estava acorrentado
Naquela jaula-prisão?
Era eu ou era o outro
Chamado Cachoeirão-
Aquele que come brasa
E se parece com o Cão?

Quem tinha os olhos de fogo
E a boca do satanás?
Era eu ou era Ele-
O bebedor de água-raz,
Pegador de cobra grande,
O afoito, o Belo, o Rapaz?

Canarinho da Palmeira
De embolada cantador
Camelô nas horas vagas
Cachaceiro, sim senhor.
Uma jibóia o mordeu
E o braço dele secou.

Eu sou o Peito de Aço
Da Paraíba do Norte:
Canto coco de repente
E sou mesmo ruim de corte.
Para fazer puresia
Já estou pronto noite e dia
Cumprindo as ôndias da sorte.

(Era um sujeito franzino, magrinho e tomava uma cana lascada)

Quem conheceu lá no Rio
O embolador Patativa,
Sabe que era ruzagar
Cara de cabeça ativa
Se não morreu de feiúra
Pode ser que ainda viva.

No mundo da cantoria
Conheci Zé Maranhão
Era um cara bem vestido
Não cantava nada não.
Tinha o cabelo comprido
Que puxava caminhão.

(* Nascidoem João Pessoa-PB, 02/08/1924), poeta e escritor paraibano radicado em Anápolis-GO, é autor, entre outros, dos livros: Canto Presente (1969), Cantigas da Paz (1971), A Caminho do Azul (1979), De Mãos Acesas (1981), ABC de Carlos Drumond de Andrade e Outros Abecês (1986), O Sal do Tempo (1996), O Vôo Inverso (2001) e Alguns Poemas (2003) – poesia-; Anápolis em Tempo de Música (parceria com Jarbas de Oliveira, 1993) – ensaio; e Chamego, o urubu (1997) – contos.
Bacharel em Direito, repentista, cronista e jornalista, escreve na imprensa do Brasil e Portugal desde 1940. Em 1944 representou o Brasil nos Encontros de Improviso em Lisboa. Membro da Academia Goiana de Letras (Cadeira no. 8), Membro-Correspondente da Academia Paraibana de Letras, Sócio-Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e de outras entidades culturais. Consta de antologias e é citado por diversos autores.




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