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Poesias-->31. SEM REFORMAS -- 28/11/2003 - 06:18 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Pensamos ter esgotado

Os temas para este treino,

Mas temos um reservado

Ao chegar do Pai o reino.



Soluços, dores e lágrimas

São temores que já foram

Gargalhadas e sorrisos:

São tintas que as dores douram.



Tomamos conhecimento

De que as coisas não vão bem,

Pois é grande este tormento

De passarmos por ninguém.



Os méritos são pequenos,

As rimas são pobrezinhas,

Mas considerem, ao menos,

Que preenchemos as linhas.



Claro está que é só retórica,

Para dar curso à poesia:

Nossa voz é estentórica,

Doce e meiga, a melodia.



Comigo não tem vantagem

Quem me aceita o desafio.;

É preciso ter coragem:

A rima está por um fio.



Se conhecer a poética,

Fazer verso é brincadeira,

Mas neste jogo da estética,

É fácil dizer asneira.



Por mais que nos empenhemos

Em dar curso a nossos versos,

Só nos cansam esses remos

Que no mar ficam imersos.



Repetimos a figura,

Que se faz bem comezinha.;

É p’ra manter a estrutura

E completar a quadrinha.



Contente está o escrevente,

Com as nossas redondilhas.;

Já confia mais na gente:

Em seu mar, somos as ilhas.



Uma outra coisa que o alegra

É nossa velocidade.;

A rima pode estar negra,

Satisfaz sua vaidade.



Mas, no fundo da consciência,

Aumenta sua expectativa,

Já que nos falta a ciência

E a moral não reaviva.



Ficam os versos bem chochos,

As rimas, descoloridas,

Como os adornos são roxos,

Ao final das nossas vidas.



Aqui e ali se apresentam

Versinhos mais graciosos.;

São os ânimos que esquentam,

Em desafios preciosos.



Sendo assim, vamos levando

Nossa tarefa ao seu fim,

O sentimento cansando

De reação tão chinfrim.



Às vezes, sai bem forçado

O texto do nosso assunto.;

Vai ficar sempre de lado

Quem não pode morar junto.



A sorrir, nosso escrevente

Empenha a sua caneta,

Põe confiança na gente,

Mas, por dentro, faz careta.



Ao som dessa referência,

Deixa o ouvido bem em pé,

Pois doce manemolência

Produzirá forte fé.



É longo o nosso caminho

Em busca da perfeição.;

É como a roupa de linho

Que exige moderação.



Queremos simplicidade

Nest’arte de versejar.;

É grande a complexidade

Do que temos p’ra ensinar.



Pode até ser presunçoso

O que acima colocamos,

Mas, para do reino o gozo,

Tudo haverá que aprendamos.



Pedimos simplicidade

Para a forma destes versos.;

Na prima oportunidade,

Foram eles mui perversos.



Vamos ter de reformar

Muitas quadrinhas das nossas:

Os barcos que vão ao mar

Se quebram nas ondas grossas,

Se tiverem avarias,

Que nem as nossas poesias.



É bem justo que digamos

Que nem tudo está perdido.;

Rosas pendem dos ramos,

Doce refrão é ouvido.



Mas algo definitivo

Era preciso deixar,

Ou perde seu objetivo

Este tão longo treinar.



Nosso amor pelo encarnado,

Que chamamos instrumento,

Não tem sido interpretado

Com base no sentimento.



Quem mede nossa poesia,

Julgando noss’alma fria

E distante o coração,

Deveria meditar

Como é duro o labutar

De quem faz a transmissão.



Ficaria mais tranqüilo,

Sabendo que eu não repilo

O tema mais escabroso,

Mas dando-lhe o tratamento

Pelo “Novo Testamento”,

Para torná-lo formoso.



Se são pobres nossas rimas,

São certas nossas estimas,

O nosso carinho e amor.;

Portanto, fique contente,

Confie um pouco na gente,

Sinta gostoso calor.



Somos boa companhia,

Quando a casa está vazia

E o escrevente fica só.;

Mas, ao chegar alma viva,

Muda a tal expectativa:

É ânsia de causar dó.



Vamos ter de liberá-lo,

De manhã se ouve o galo:

É de sua natureza.

Sendo assim, eu me despeço,

O samba não atravesso,

Beleza não vai à mesa.



Pretendíamos dizer

Deste enorme bem-querer

Que sentimos pelo amigo.

Não vá tolher-se por nós,

Você há de ouvir nossa voz

E dirá: — “Contem comigo!”



Pedimos a Deus no Céu

Que abençoe a todo o povo,

Que rasgue este espesso véu,

P’ra amanhã virmos de novo.



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