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Artigos-->CIRCUITOS DE VIDA E DE MORTE -- 01/03/2022 - 17:32 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

CIRCUITOS DE VIDA E DE MORTE



João Ferreira



1 de março de 2022



 



Não podemos ser neutros num comportamento que contradiz os direitos legados pela democracia,  ou fere frontalmente a soberania de um país autônomo. Os  princípios da boa convivência entre os povos e a carta das Nações Unidas induzem-nos a ver a invasão de um país soberano por outro como uma agressão.  No caso da invasão da Ucrânia pela Rússia há uma clara agressão. Pior. Há uma agressão militar de uma potência militar ordenada por um ditador que ao fazê-lo está transgredindo todos os preceitos do direito internacional.



As últimas notícias são as de que a Rússia avança sobre Kiev com um enorme comboio militar  de cerca de 27 quilômetros de extensão formado por tanques e tropas apoiados por meios aéreos com mísseis.



Para resolver o impasse de uma guerra já no sexto dia e que se vem agravando a cada dia pelas proporções que está tomando, só há um caminho: parar. O agressor terá de parar. Terá de ouvir as razões da opinião internacional, deixando de lado interesses expansionistas,impulsos ditatoriais e seguindo à risca as regras internacionais estabelecidas para a boa convivência entre povos.



Avaliando bem, trata-se de uma guerra infame, pela agressão em si, pelo volume destruição, pelos ataques à população civil e pelos bombardeios desumanos que destroem casas e lares e que deixam desabrigadas milhares de famílias criando dramas familiares nos quais quem mais sofre são as mulheres e as crianças. Num dia em que se prevê o acirramento dos ataques a Kiev, há que lamentar todo o sofrimento das populações e a longa fila de refugiados que aumenta a cada dia. O que mais se impõe por agora é a ajuda humanitária para aliviar um pouco os efeitos desta guerra injusta. Por outro lado, em termos políticos, a Europa livre e o Ocidente em geral não querem deixar que o ditador imperialista se anime com sua infeliz aventura. Vemos portanto a Europa unida, sabendo que se fraquejar será engolida também. Há uma decidida frente da União Europeia que optou por apoiar  a Ucrânia invadida fornecendo apoio moral e humanitário e fornecendo por via indireta mísseis e outros tipos de armamento.  A União Europeia, a OTAN e, praticamente, todo o mundo livre optou por declarar ilegítima esta aventura putiana.  O mundo livre optou porque acha que há um outro mundo a defender, o mundo da democracia, o mundo da liberdade, o mundo da paz, o mundo das sociedades desenvolvidas que optaram por uma vida vida humana baseada em valores de convivência pacífica, longe do mundo belicoso que só traz destruição. A fundação da União Europeia, está ligada a estes valores. Cansados das guerras franco-prussiana de 1870,  da primeira guerra mundial de 1914-1918 e e da segunda guerra mundial de 1939-1945, os europeus conceberam o projeto de uma nova Europa. Uma Europa aberta, sem exércitos ameaçadores, uma sociedade desenvolvimentista, fundada na democracia e na liberdade dos cidadãos. Embalada romanticamente pelos ideais de uma sociedade convivente, a União Europeia eliminou  fronteiras, acreditou nos homens, acreditou que o homem podia ser guiado por estes ideais.  Em consequência dessa visão, proclamou através do tratado de Schengen a livre circulação de bens e de pessoas.  Foi uma revolução de confiança. Os autores do projeto porém não pensaram que entre os homens livres poderiam surgir  homens-lobos. A invasão da Ucrânia é uma prova disso.  Simbolicamente, ela representa um retorno ao "homo homini lupus" de que falavam os antigos. Ou seja, o retorno do homem virando lobo contra seu semelhante, que é o próprio homem.



Uma boa parte da sociedade moderna pensa  que há que manter os princípios do humanismo e da filosofia, os princípios da democracia, do desenvolvimento e da liberdade. Para que haja uma sociedade avançada com todos os direiros democráticos reconhecidos há que cultivar as boas ideias ou seja, as ideias que garantem este estado democrático das coisas. Não estamos num tempo de neutralidade quando estamos diante de uma invasão que transgride todos os fundamentos do direito internacional. Neutralidade não cabe. Entre o bem e o mal não há como se falar de neutralidade numa sociedade avançada. Quando se trata de um cidadão consciente com seu papel definido na sociedade, seu caminho é definido através de opção. O bem e o mal são dois caminhos. Como a vida e a morte são dois caminhos que convivem e se cruzam mas que se distinguem em sua antinomia. Não há neutralidade perante a vida e a morte. Ou se vive ou se morre. Como não deve haver neutralidade entre sociedade civilizada democrática, de um lado, e sociedade bárbara e violenta,  de outro. O nosso mundo é um mundo que faz suas escolhas no dia a dia. Escolhe um filme, escolhe um mercado onde fazer compras, escolhe igreja, escolhe partido político, escolhe clube. Escolhas são preferências. Essas preferências determinam a a base democrática do mundo livre. Perante a invasão da Ucrânia feita pela Rússia, o cidadão consciente e alfabetizado sabe bem onde se colocar. Ele vai se colocar através de sua escolha. Normalmente, o povão escolhe a condenação da injustiça, da agressão, da desigualdade, do desprezo e do ultraje. Em suas escolhas, se agarra à fidelidade aos princípios da tradição, ao bem, à justiça, à coragem, à honestidade, à ética, à moral, ao respeito às crenças religiosas, políticas e civilizacionais.



Aplicando os princípios desenvolvids acima, diremos que nos circuitos da vida e da morte, a invasão da Ucrânia não pode ser esquecida nem interpretada de uma forma superficial. A agressão é nítida. E o direito internacional está muito claro.  Não pode haver neutralidade perante o direito escancarado. E quanto a equilíbrio...bem, "equilíbrio mesmo é ver as coisas com clareza e abrir o jogo pela lado da verdade".



 



João Ferreira



 


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