Desde que me entendo por gente
encontro por todo canto
palavrinha descontente
usada para explicar
o que não faz sentido,
ou para enganar,
simplesmente.
Nunca vi algum talento
no planejamento
e meta alguma ser cumprida,
antes pelo contrário,
vejo quebradeira
muito tipo maluco
ou bem intencionado
tentando encontrar
um meio de convencer
a maioria
que um dia
tudo vai melhorar.
A cada plano econômico
já são tantos
entra ano,
sai ano,
só não sai a sensação
de estar sendo logrado
e sempre entrar pelo cano.
Em tempos idos, porém,
a crise tinha pelo menos
um pouco de lógica,
um rótulo,
- crise do carvão,
- crise do petróleo,
hoje é vão o esforço,
de enxergar
onde começa
e onde vai
terminar
a crise,
porquanto a lógica,
da crise,
está em crise.
Há grande perplexidade
para entender
questões,
bem simples,
na verdade,
trata-se de perene
círculo vicioso,
também conhecido
como tautologia.
Quando a própria crise
está em crise,
tomando por base
a geometria dos fractais
é mister, sem mais,
um desatino,
para encontrar
um rumo,
após, um destino,
e depois soluções,
visto que o bom senso
nunca teve lugar
em importantes decisões.
Sabendo disso,
dizia Keynes,
renomado economista,
sem embargo,
sem rubor
e sem conflito:
“quero soluções
de curto prazo,
pois,
a longo prazo,
estarei morto”...
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