Miguel queria porque queria um animalzinho de estimação. Nos seus seis “longos”
anos de vida nunca havia tido um!
O menino não tinha com quem brincar. Papai e mamãe trabalhavam e quando ele não
estava na escola, ficava vendo TV, pois a empregada também vivia trabalhando na casa.
Seus pais tentavam convencê-lo que morando em apartamento seria difícil. Mas quem
convence criança decidida?
Sua solidão era tanta que um dia ligou para o tio e padrinho à procura de consolo, aproveitando
para fazer seu pedido: - QUERO UM BICHO!
O padrinho tentou trocar por viagem, festa de aniversário, cinema, parque e tudo mais e
O menino dizia: - SÓ QUERO UM BICHO. PODE SER BICHINHO, MAS NÃO
MUITO PEQUENININHO.
Então o padrinho pensou e repensou e deu-lhe um filhote de gato, rajado. Parecia um pequeno
tigre de olhos verdes e cara de filhote mesmo.
- É lindo o Teodoro, meu gatinho!
O padrinho pediu ao menino para dar notícias do tal Teodoro. Isso lá é nome de gato!
Mas o nome combinava com ele, pois o Miguel só dizia: - Teodoro! Eu te adoro!
Os dias foram passando e Teodoro miava fora de hora, fazia xixi pela casa, dormia o tempo
todo e quando estava acordado bagunçava tudo.
Numa certa noite o telefone tocou e era o tio, querendo saber do gato. O menino Miguel já estava cansado de tanto ensinar o gato e disse ao padrinho:
- Você me deu um GATO ESTRAGADO!
O padrinho quase morreu de rir, pois sabia que os filhotes eram assim mesmo... Precisavam
ser ensinados com calma e depois seriam bons e eternos amigos.
Agora sim! Miguel estava feliz da vida, pois vivia dizendo alto:
- TE ADORO! T E O D O R O!
Rita Nasser.