Das encenações
Nas minhas encenações,
prefiro sorrir,
reconstruir.
Nos percalços meus,
revirar... me divertir!
Desejo viver, crescer,
romper, voar.
Desejo amar, criar,
acreditar, ver.
Desejo fazer valer.
Encenar com graça...
atuar com raça.
Espalhar encanto,
reduzindo prantos,
distribuindo doces acalantos.
Desejo mimar, ninar, cuidar...
desejo sorrir
Da árida terra... fazer florir.
Enceno em minha mente
o estar presente,
na insônia dos meus,
na angústia dos seus,
na dor de quem não tem
onde ancorar...
Minha encenação é única.
Ímpar.
Não tem tempo de voltar a encenar.
Não essa cena,
esse momento,
esse mesmo evento.
Encenarei que será possível
a justiça prevalecer,
o pobre sobreviver,
o egoísmo ceder,
a manipulação de muitos
sobre poucos acabar.
Encenarei que somos irmãos,
uma imensa nação.
Encenarei como fêmea, mulher...
Mulher que o habita,
aquela que sempre amará.
Rose Oliveira |