Diz-me, amor, se te lembras
Da tarde primaveril
Em que te olhava ansiosa
A querer os quentes carinhos
Da tua boca, em labaredas,
A incendiar as fibras do meu ser?
Diz-me, querido, se ainda lembras
Das minhas juras de amor,
Dos meus carinhos sem pudor
No teu corpo desnudo.;
Das palavras entrecortadas,
No auge do gozo apaixonado?
Se te lembras do momento
Que me deitaste no leito,
Desnudaste meu corpo com jeito,
E expuseste os macios relevos
Que te deixavam delirante,
O mais ardente amante?
Pelo vinho do desejo embriagado,
Perdias as mãos entre a folhagem
Onde se esconde a rosa do prazer...
E os dedos a procurar o caminho
Entre o compasso das minhas pernas,
Aninhavam-se na gruta tão carinhosos...
Diz-me, amor, ainda te lembras?
16/04/03.
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