Serenamente, o céu se encobre,
Tudo escondendo. Neste compasso
A negra terra, na fria crosta
Fecha os encantos no seu regaço.
Desnudos ramos, calado o espaço,
Tudo adormece.; a mata hiberna.
O rio dorme no lençol de bruma,
Cegas as luzes, parados os barcos.
O sol amado está tão longe!
Florindo ramos em outras terras...
Nesta, as sementes, esperam eternas!
Que prestes brilhe no horizonte
E logo irrompam do solo as ervas!
Lhe inunde o ventre, farto de esperas!
Almada, 18/11/2003 |