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Artigos-->Ninguém Mais Acredita em Milagres -- 18/05/2002 - 22:39 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ninguém Mais Acredita em Milagres



Neste governo, a generosidade e a indiferença caminham juntas, porém em lados opostos. Generosidade, na hora de socorrer bancos falidos, com recursos, inclusive, do Tesouro Nacional, já tão carente deles. O caso Fonte Cindam é bom exemplo. Um bilhão e meio de reais. Como se os Bancos não devessem correr os riscos normais de mercado, assumindo as conseqüências da má qualidade de sua gestão. Como se o mundo fosse acabar, se este ou aquele banco falisse. Indiferença, na hora de corrigir os valores da tabela do imposto de renda que, há anos, vem corroendo os ganhos dos assalariados. Generosidade, para aumentar a arrecadação, e garantir o pagamento da dívida líquida do governo, que já se aproxima da casa dos 55% do PIB. Tudo, para atender as necessidades de uma política econômica suicida, cujo ciclo vicioso pode assim ser resumido: déficits em conta corrente, mais empréstimos, mais receitas de exportações, mais aumento da carga tributária, mais cortes de despesas, mais endividamento, mais déficits.



Generosidade, na hora de aprovar pacote antigreve, para demitir grevistas, contratar temporários, transferir servidores, identificar e punir lideranças grevistas. Indiferença, na hora de dar fiel cumprimento às sentenças judiciais que não lhe são favoráveis, principalmente no tocante ao pagamento de precatórios. Indiferença, na hora de fixar o teto salarial dos servidores públicos, de reajustar seus salários, e de realizar as reformas política, tributária e do Judiciário.



Esta última, ao meu ver, a mais urgente. O próprio cidadão já percebeu a importância desta reforma, posto que ele é a principal vítima do difícil acesso, por conta da lentidão e do custo operacional elevado do Judiciário. A máquina burocrática judicial tem privado a maioria dos cidadãos de receber a prestação jurisdicional que lhe é devida, nos termos consagrados pela Constituição Federal. Muitas vezes, o próprio Poder Executivo, por conta do imediatismo e do improviso que norteia a maioria de suas ações, contribui para a enxurrada de processos que emperram o Judiciário, colaborando para a longa espera e o conseqüente sentimento de desilusão e descrença na Justiça, da parte dos que nela buscam reparar, exatamente, as injustiças praticadas pelo governo.



Parece que este governo só sabe produzir gastos e aumentar impostos e débitos por conta de empréstimos para cobri-los. E o que é pior: não apresenta resultados compatíveis com o tamanho da dívida e da carga tributária, que crescem em proporções geométricas. E os serviços prestados, na razão inversa, diminuem de quantidade e de qualidade. Do mesmo jeito que o nível de emprego, que o crescimento econômico e a esperança do povo brasileiro. E nem a eleição, nem a seleção brasileira de futebol, conseguem trazer de volta o ânimo do brasileiro. Que já não acredita em milagres.



Domingos Oliveira Medeiros

18 de maio de 2002

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