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Cordel-->O rezador -- 01/12/2004 - 20:15 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Literatura de cordel

O rezador

Prometi não mais falar
Do seu querido papai
Mas é que soube dum fato
E da memória já sai
O causo deste trovador
É sobre um rezador
Escute só que lá vai!

Contou-me por acaso
O meu amigo Israel
Sobre um fato que se deu
Na fazenda de Gedel
Tinha lá um rezador
Um educado senhor
Que apagou um fogaréu.

O fogo tava queimando
E acabando com o capim
Todo mundo preocupado
Até que um disse assim
Afaste que eu vou rezar
Para o fogo acabar
Pois a oração ta em mim.

Ele então foi rezando
A oração de São Nicolau
Quando o fogo já ia entrando
Para arrasar o cacau
O santo atendeu o rezador
E todo o fogo apagou
Antes de causar o mal.

Depois daquele milagre
Que fez aquele rezador
A noticia correu longe
E sua fama espalhou
Todo incêndio que aparecia
Ele ia lá e acudia
Com carinho e amor.

Um dia chamou ele
Numa certa região
Pra rezar para as cobras
Que acabava com a criação
Picava no mangueiral
Todo tipo de animal
Que passava naquele chão.

Com a presença do rezador
As cobras foram rastejando
E todas em um buraco
Uma por uma foi enfiando,
De dores se contorciam
Davam botes e morriam
Por ali se amontoando.

Outro dia o rezador
Recebeu outro recado
Para ir numa fazenda
Pertinho de um povoado
Para da lagarta dar fim
Pois arrasava o capim
Que era a comida do gado.

E lá se foi o rezador
Levando também um cordão
Para na fazenda colocar
Para dar fim na destruição
Muitas rezas de montões
Em cima daqueles cordões
Foi feito com devoção.

Em cada canto da fazenda
Foi deixado um barbante
Para dar fim nas lagartas
Que comia num rompante.
Dia seguinte o alarido!
Os barbantes tinham sumido.
O espanto no instante!

Via-se pintas brancas
Em todo o mangueirão
Eram bostas das largatas
Espalhadas pelo chão
Além de o capim estragar
Elas resolveram provar
Que gosto tinha o cordão.

Dessa vez o rezador
Não conseguiu acabar
Com a fama das largatas
Que estavam a arrasar
Depois que o capim acabou
É que o inseto se mandou
Pra outras terras de lá.

O rezador desfeiteado
Nunca mais quis ir rezar
Nas fazendas de amigos
Quando mandam lhe chamar.
Se a reza é em barbante
Diz logo no mesmo instante
Se tem lagarta não vou lá!

Para sua alegria Marina
Falo-te neste cordel
Que o nome do rezador
Era um tal de Manoel
Tirei da vontade minha
Mas não mexi com Capanguinha
Que deve estar lá no céu.

Mas te falo amiga
Se o papo não parar
Sou obrigado a pedir
Pra Capanguinha voltar,
Vou pedir pra Manoel
Fazer uma reza pro céu
Para ele a terra regressar.

Por Airam Ribeiro
27/11/04
www.usinadeletras.com.br
e-mail airamribeiro@zipmail.com.br











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