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Cordel-->DANTAS. PENSADORES E POETAS. PARABÉNS. -- 24/11/2004 - 18:39 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PENSADORES E POETAS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

O ser humano é assim mesmo. Nunca se dá por satisfeito. E acha que é dono do seu próprio destino. Mas, lá no fundo do peito, mal arrumado, amassado e suspeito, escondemos a nossa certeza: a de que a vida nos surpreende. Muda a qualquer momento; e sem nos consultar a respeito. Altera o objetivo planejado. Ainda que com seus riscos calculados. Que alguns apelidam de acaso. Acaso cientificamente planejado. Acaso estatístico: o incerto acumulado. Ninguém se dá por vencido; por derrotado. Poro tudo isso, não passamos de servos do destino. Empregados sem carteira assinada e sem garantias.

Assim aconteceu dia vinte de novembro. A história se repetiu. Não porque era sábado, um dia qualquer. Mas um sábado inusitado, que se transformou, a nosso contragosto, em data histórica, apesar de triste, que será lembrada por muitos e muitos anos.

Não necessariamente pela tristeza do impacto, mas, por certo, pela imensa perda e pelas saudades que o fato trouxe para o Brasil e para o mundo. CELSO FURTADO, nosso grande pensador do desenvolvimento, faleceu.

O grande veículo do verdadeiro desenvolvimento. Com planejamento, liberdade, justiça social e amor á pátria. Planejamento no qual o homem sempre foi o seu fim, seu único destinatário. O maior privilegiado. Junto da grande nação brasileira, que ele tanto amou. Que tanto legado deixou.

CELSO FURTADO, para quem não sabe, nasceu em Pombal, no sertão da Paraíba. A nossa terrinha natal. A minha, e a de DANTAS, o poeta que, no dia 21, fez o contraponto da história. Completou mais um ano de vida. Dois fatos importantes. De certa forma, duas lembranças que merecem, apesar do binômio alegria-tristezas, serem comemoradas.

Dia vinte e um, também não será mais outro dia qualquer. É o dia do aniversário do grande amigo e poeta DANTAS. Comemoramos mais um ano de vida. Que estará, por força do destino, de agora em diante, unido à lembrança de outro grande pombalense, Assim é a vida. Assim é a morte. Assim é o presente e assim é o passado. Que acontece à revelia do desejado. O futuro a Deus pertence. Nada posemos mudar a respeito. Por isso, vivamos o melhor possível nossos presentes. Como fez Celso Furtado. Acumulando riquezas éticas e morais; e deixando ensinamentos para o Brasil e para o mundo.

Nosso consolo é que tanto o pensador como o poeta são imortais. O pensador, professor, economista, acadêmico, ao morrer para esta vida, tornou-se imortal pelo que deixou de bom; pelo que ensinou e amou, pelas raízes que plantou, desde a sua terra natal. O poeta DANTAS, pelo que faz, pelo que semeia e que vive, e que aniversaria; que torna a vida regada de poesia e que, de certa forma, morre quase todo dia: de amor, de emoção, de saudade e de magia.

Nestes termos, tanto Celso, como Dantas, dão motivos para homenagens. De certa forma - e com a permissão poética que nos é conferida -, ambos estão de parabéns.

De Celso Furtado, assim falou o professor e Senador Cristovam Buarque:

“Foi um pensador ativo, contribuiu com idéias e ações. Seu nome ficará como um dos grandes intelectuais de seu tempo, por meio dos livros, como um militante, presente nas grandes decisões do Brasil. Ao lado disso, dele ficará o exemplo de coerência. Lutou para valer suas idéias, jamais abriu mão delas nem de seus valores. Serviu ao Brasil como pracinha na Segunda Guerra, na Itália, foi professor do mundo, autor e político, mas sobretudo dele fica para as próximas gerações o exemplo de como deve se comportar um intelectual, um brasileiro, um cidadão, um homem”.

Filho de Maurício Medeiros Furtado e de Maria Alice Monteiro Furtado, nasceu em 26 de julho de 1920, na cidade de Pombal, no estado da Paraíba. Estudou no Liceu Paraibano, em João Pessoa- PB. Mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Trabalhou como jornalista na Revista da Semana.

Recém-formado em Direito, foi convocado para a FEB, durante a Segunda Guerra, juntando-se aos combatentes na Itália. Esteve no Chile, trabalhando na Comissão Econômica Para a América Latina (CEPÀL), no início da criação do Órgão, onde veio a ocupar o cargo de diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico.

De volta ao Brasil, integrou a diretoria do então BNDE (hoje BNDES), responsável por questões de ordem econômica, ligadas ao desenvolvimento da região Nordeste. Idealizador da SUDENE, foi o seu primeiro titular, ocasião em que lançou o clássico “Formação Econômica do Brasil”.

Cassado, nos idos de 64, segue para Santiago do Chile. Posteriormente, para os EUA, onde se ligaria ao Instituto de Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Yale. Em seguida, assume a cátedra de professor na Universidade de Paris, durante vinte anos. Foi o primeiro estrangeiro a obter tal distinção. Com o grupo liderado por Fernandfo Gasparian, compra a Editora Paz e Terra e publica o livro “Mito do Desenvolvimento Econômico”.

Registra intensa participação política na campanha para a eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Embaixador do Brasil na Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas, na Bélgica.; Ministro da Cultura., na Nova República.

Foi eleito para ocupar a cadeira 11, que foi de Darcy Ribeiro, na Academia brasileira de Letras, e que tem como patrono o poeta Leodegário de Azevedo Filho.

Concluiu seu doutorado na Universidade de Paris e retorna ao Brasil integrando o quadro de economistas da Fundação Getúlio Vargas.

Nomeado membro da Comissão Mundial para a Cultura e o Desenvolvimento, na ONU/Unesco. Seus livros são referências na Alemanha, na França e na Suíça. Teve sei nome indicado para o Nobel de Economia, que acabou sendo concedido ao inglês Cliver Granger e o norte-americano Robert Engler.

DANTAS, não há nada de estranho em, juntar o seu nome com o do nosso conterrâneo Celso furtado. Parabéns pelo seu aniversário, grande poeta. Que Deus continue a iluminar os pensadores de nossa querida Pombal. Terra de homens de fibra e de sensibilidade, como você. Terra de economistas, políticos, engenheiros, médicos, advogados, administradores e trabalhadores, e, sobretudo, terra de cantadores e de cordelistas como Leandro Gomes de Barros.

Terra, portanto, de brasileiros, de menestréis, de cantadores, de repentistas, de artistas, de atores e de autores da melhor prosa e do melhor verso.

Terra, finalmente, de bons nadadores, como é o seu caso, tão bem demonstrado NAS ÁGUAS DA POESIA, seu livro mais recente, e que dá a medida exata do seu talento e do nosso querido Daudeth Bandeira.

Meu propósito era falar de seu aniversário. No dia em que o mesmo aconteceu. Mas o senhor do destino falou mais alto. E falou de Pombal. E me obrigou a ficar alguns dias no hospital. Graças a Deus, tudo normal. Depois, a quebra do monitor de meu computador. Alguns dias para conserto. Coisa pequena. E o destino, enfim, concordou: aqui estou. Novamente. Destarte, sem poder fugir à soberania dos fatos. Intempestivamente. Mas pagando três contas: a de Rubênio, a de Celso Furtado e a sua. Parabéns, grande amigo.

Que Deus abençoe todos os brasileiros. Aqui e lá em cima. Abraços. Domingos.

Brasília, 24 de novembro de 2004.


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