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Textos_Religiosos-->O SURDO-MUDO -- 13/10/2006 - 09:29 (ANTONIO LUIZ MACÊDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SURDO-MUDO
Antonio Luiz Macêdo

Quando Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10), ele cumpria uma das suas profecias que se Encontra no Evangelho escrito por Mateus 8,20: “As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. A vida não pode esperar. Este versículo nos dá uma idéia de urgência, de pressa, de itinerância. Por este motivo encontramos Jesus aqui e acolá, pela manhã, à tarde, à noite, como mensageiro, missionário da Boa Nova e da Salvação.
Se tivermos um pouco de curiosidade e paciência e tomarmos a nossa Bíblia nas últimas folhas, encontraremos mapas da Palestina do tempo de Jesus, com as escalas correspondentes. Tomando uma régua e medindo as distâncias entre as cidades das quais se refere o versículo trinta e um, descobriremos que para curar um surdo-mudo, Jesus percorreu com os seus discípulos, a pé, a distância aproximada de 160 km. Andando em média 20 km por dia, Jesus gastou em torno de dezesseis dias para chegar à última cidade da Decápole (conjunto de dez cidades), onde “trouxeram-lhe um surdo que gaguejava e rogaram que impusesse as mãos sobre ele”. _Por que não pediram diretamente que o curasse?
A imposição das mãos para o povo judeu carregava na sua simbologia algo de divino, algo de sagrado, , porquanto este gesto era utilizado (e ainda hoje é), também por nós cristãos, como gesto de consagração. Consagração de ofertas (Lv 1,4; 3,2; 4,15; 16,21); Consagração de homens para o serviço de Deus (Nm 8,10; 27,18; Dt 34,9; At 6,6; 1Tm 4,14; 5,22; 2Tm 1,6); Consagração para abençoar (Gn 48,14; Mt 19,15; Mc 10,16); Consagração para curar (Mc 6,5; 7,32; 16,18; Lc 4,40; 13,13; At 28,8). Impor as mãos era sinal de Consagração, de bênção e de cura. Neste caso particular ele receberia de Jesus a cura que seria como uma bênção de Deus para aquele seu filho.
“Levando-o a sós para longe da multidão, colocou os dedos nos ouvidos dele e, com saliva, tocou-lhe a língua”. Jesus retira o homem para um lugar afastado porquanto o que motivava aquela multidão era a curiosidade, e não a fé; toca os seus ouvidos com os dedos, visto que somente a fé será capaz de retirar a força curativa do qual é possuidor; toca-lhe com saliva a língua, porque era crença daquele povo que a saliva possuía poderes medicinais curativos... E Jesus sabe respeitar a cultura de cada um.
“Depois, levantando os olhos para o céu, gemeu, e disse: ‘éfata’, que quer dizer – abre-te! Imediatamente abriram-se-lhe os ouvidos e a língua se lhe desprendeu, e falava corretamente”. Só podemos falar corretamente se ouvirmos corretamente. A nossa audição poluída com palavrões, letras musicais de duplo sentido, pornografia, imoralidades, mentiras, nos levam inevitavelmente a uma forma incorreta de falar ou de calar. A nossa mudez, a nossa gagueira espiritual, são frutos estragados de ouvidos mergulhados na sujeira do mundo. Bem falou Jesus quando disse: “A boca fala daquilo que o coração está cheio” (Lc 6,45).
Este homem que na tradução da Bíblia de Jerusalém é apresentado como surdo-gago, pode muito bem ser eu, pode muito bem ser você. Se os apelos do mundo ensurdeceram os ouvidos dos nossos corações e por isso gaguejamos pela vida, gaguejamos na nossa religião católica, gaguejamos aos apelos da Igreja, Jesus é delicado e, acima de tudo, discreto. Agora, neste momento, ele me convida, ele te convida, convida o teu filho, convida tua filha, teu esposo, tua esposa, cada membro de tua família, de nossa família, a entrar cada um dentro do próprio coração, a interiorizar-se, a permanecer sós, longe da multidão. Então ele colocará os seus dedos em nossos ouvidos, tocará a nossa língua com a sua saliva e ordenará: “Éfata!” Instantaneamente nossos ouvidos se abrirão para as coisas de Deus; nossa língua se desprenderá para que possamos cantar as maravilhas do Senhor; e falaremos corretamente, sem gagueira, visto que Jesus nos ensinou a ouvir. São paçavras e gestos que curam o corpo, a alma e o coração.

(Mc 7,31-35)


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