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Cordel-->Oitavas camonianas Zéferro x Valdez -- 23/11/2004 - 11:51 (J Ferreira (ZÉFERRO)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Zéferro
oh poetas tangei as vossas liras,
pra cantar os sentires que guardais,
não deixai que somente a dor vos fira,
emiti vossos cantos e os ais!
pois poeta é aquele que retira
luz do verbo, sentir chulo, jamais!
vamos todos erguer a nossa voz,
vamos todos da deusa Erato em pós!

valdez
Meu querido Ferrim, homem sem pêta,
Se abraçais, com fervor, tal incumbência,
É mister que esqueçais dessa marreta,
Ponteando na lira com decência...
Versejando, capricheis na etiqueta,
Fazei versos viris, com competência.
Nossas musas, vereis, aplaudirão,
Se tocais nessa lira com paixão!

zéferro
eia! grande momento de alegria!
nosso mestre adentra esta liça
ponteando saber e poesia
com a sua linguagem mais castiça,
e jamais usarei algaravia
pra terçar com tão sobre senhoria!
vejam todos, poetas do Ateneu,
eis que troa a voz de Prometeu!

valdez
Prometeu, criador de nós, humanos,
Foi por Zeus firmemente acorrentado.
Num rochedo ficou trinta mil anos,
O seu fígado às águias ofertado.
Se não queres prover tais desenganos,
Bem melhor me farias se, calado,
Contivesses, ao largo, o pensamento,
Me poupando, de pronto, o sofrimento.

zéferro
eu não quis referir ao seu castigo,
mas ao bravo que ousou roubar o fogo,
arrostando a ira e o perigo
sem cuidar que sua vida estava em jogo!
é assim o poeta, inimigo
dos que tudo açambarcam com malogro;
se a voz do poeta troa alto,
a bravura que mostra eu exalto!

valdez
Prometeu já de Hefesto há furtado
Muito fogo pra dar aos vis mortais.
Das sequelas não viu, mal informado;
Fez do mundo um curral para animais:
Deu-lhes fogo de amor, incontrolado;
Deu-lhes fogo pras guerras mais brutais.
No meu peito convivem dois teimosos:
O guerreiro e o poeta valorosos.


zéferro
mas em tudo fez Deus com perfeição:
se no Homem deixou criar-se a fera,
também deu-lhe um doce coração,
que mil versos de amor à musa gera
e o redimem dos crimes co a paixão,
viva ele em palácio ou tapera!
no poeta Deus fez o equilíbrio,
e a Fera rendeu-se ao Seu Princípio

valdez
No princípio Jeová fez a bebida,
Fez o vinho vertendo dos vinhedos;
E num porre feliz compôs a vida:
Um macaco boçal fez de levedos.
Mas, sentindo sua obra indefinida,
Fez Pandora, senhora dos segredos.
E, cansado, esquivou-se da empreitada...
Desde então, que saiba, fez mais nada!

zéferro
e não era preciso mais fazer,
pois a musa já dera ao poeta;
o que mais ias tu inda querer
se a terra do belo era completa,
da mulher, para nos enlouquecer?
Erato de poesia a fez repleta!
hoje o canto podemos entoar,
pois a deusa nós temos pr adorar!

valdez
Um facheiro de luz rompendo os ares
Resplandece nas vestes celestinas:
São meus versos brilhando quais quasares,
Minhas rimas estrelas vespertinas;
Os meus cantos, em tudo, singulares
Sobrelevam potências masculinas.
Tudo em mim se queimando em fogo imenso,
Tudo em mim desejando ser intenso.

zéferro
meteoro rasgando com sua luz,
pelos céus estrelados da poesia,
quero ser só o bardo que traduz
o amor com a minha melodia,
e em braços macíos, minha cruz,
quero ter meu castigo noite e dia,
pois eu sou o poeta que bem quer
minha vida doar pr uma mulher!

valdez
À mulher concedemos nossas vidas,
Desde tempos perdidos no passado;
Todas elas são minhas preferidas,
Sem nenhum pontifício recusado.
Mas, se queres privar das pretendidas,
Que os pudores se tenham conservado.
Os pudores no amor são prazenteiros,
Se cuidares gozá-los verdadeiros!

zéferro
eu as amo assim, na plenitude,
e as quero sem ver raça nem cor,
os pudores a que o mestre alude
pra gozá-los enfrento qualquer dor,
entoando mil loas co alaúde,
sem ser rude tal qual Admastor!
pra mulher eu empunho minha tocha
mas não quero findar feito uma rocha!

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