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Cordel-->Zéferro x Cula atiçados por Valdez -- 21/11/2004 - 22:14 (J Ferreira (ZÉFERRO)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
-----Mensagem Original-----
De: Valdez
Para: Ateneu@yahoogrupos.com.br
Enviada em: sábado, 20 de novembro de 2004 09:28
Assunto: [Ateneu] Três cabras


TRÊS CABRAS DA PESTE
valdez-11/04


Os amigos se punham regalados,
Conversando na boca da fogueira.
O Faiçal, já de garra da peixeira,
Preparava, sem pressa, fatiados:
Um tatu, dois preás, três mal-assados.
Herculano cuidando do café,
Zé Ferrim cutucando no chulé.
Três amigos, irmãos, três camaradas,
Reportando de antigas caçoadas;
Todos causos fiés de muita fé.

I

DE COMO FERRIM APRENDEU UMA LIÇÃO

Zé Ferrim começou: "No Canindé,
Um jumento peguei, mais um menino,
E me pus na estrada com destino
Das paragens centrais do Jequié;
O menino montado e eu a pé.
Encontrei duas velhas faladoras
Que, com ares gentis de professoras,
Me mandaram montar; por o rapaz
No caminho, a mostrar do que é capaz
Um pequeno rebento de pastoras.

Caminhamos, assim, muito calados,
Quando um moço me pede que carregue
O rapaz na garupa do meu jegue.
Feito o arranjo, partimos relaxados,
O jumento peidando maus bocados.
Um senhor nos deteve, insatisfeito,
Não cabia-nos jamais qualquer direito
De explorar a inocente criatura.
Pois... tomamos tenência, compostura:
Do jumento apeamos, sem mais jeito.

O jumento botamos nos costados.
Desse jeito, não sem constrangimento,
Adentramos à vila Livramento,
Nos sentindo, por fim, mais confortados,
E enfrentamos marés de desbocados:
Que palhaços! gritavam, gargalhando,
Quais hienas famintas, nos gozando.
Aprendemos, alfim, grande lição:
Se nos cumpre seguir uma razão,
Bem melhor nossas próprias ir usando.

DE COMO A LIÇÃO DO FERRIM FOI ENCONTRAR UM DOUTOR MAIS MENOR QUE UM JUMENTO
Zéferro, 20/11/2004

E aí, ao chegar em Juquié
Encontrei um "ceguim" tocando lira,
Só falava da tal de Guarabira,
Qu inté hoje o cu do mundo é,
Onde o macho mais bravo é mulher
Perguntei se podia me ajudar,
Pois queria um rancho encontrar.
Ele disse: você tem um jumento
É melhor seguir seu ensinamento
Porque não vou poder lhe ensinar

Foi aí que cheguei à conclusão
Meu jumento era mais inteligente
Que o "cego, cantor e indigente"
Safado, fingidor, burro e ladrão
Que vivia daquela enrolação
Trabalhar nem a pau ele queria
Ocioso, no mole ele vivia
Inda tinha o nome de doutor
Jamais vi um maior enganador
Inda vem me xingar com cantoria!


O JEGUE FILÓSOFO: O COICE MAIOR DEIXO POR CONTA DO AMIGO FAIÇAL.> >
CULA

Tá no livro de jumenteologia,
No paragrafo D, terceira linha,
Que o jegue é diferente da galinha
Nas entranhas de sua fisiologia.
Da galinha, nasce um bicho que pia,
Quebra o ovo e anuncia sua chegada,
Cisca a bosta da primeira defecada;
Segue a mãe em todo o ensinamento.
É, portanto, diferente do jumento,
Até mesmo no destino da cagada.

Tá escrito, em letra sublinhada,
No capítulo que trata dos muares,
Que o burro nasce em todos os lugares
E a galinha só nasce nas ninhadas.
As galinhas são aves empenadas
E os burros são mamíferos de pêlo.
É, portanto, impossível convertê-los
Um no outro, com a ciência hodierna.
Mesmo o burro que só usa duas pernas
Tem os cascos, onde ela tem artelhos.

Portanto, eu lhe dou um bom conselho,
Meu amigo, grande amigo, Zé... amigo:
Nunca cuspa sem olhar no próprio umbigo,
Nunca xingue sem que olhe no espelho,
Num defeque sem saber se o aparelho,
O sanitário, tem perfeita condição
De afogar toda a sua inspiração,
A magia que lhe sai do pensamento,
Pra que sinta o orgulho do jumento
Que, no fundo, ensiou-lhe esta lição.

Burro safado, fingidor, cego e ladrão,
São pobres rimas de decrépita poesia.
Foram proscritas da jumenteologia,
Como titicas espalhadas pelo chão.
Somente ao homem, por antiga tradição,
Se lhe permite usá-las, quando queira,
Como fazemos em nossas brincadeiras
Ao celebrar a mais pura amizade.
Rogo ao Faiçal que dê continuidade,
Pois já cansei de escrever tanta besteira.
PS: "O" da galinha é o que o Ferrinho cheira!
cula

ISKREVEU, NUM LEU, O PAU KUMEU, I TÔ AXANO KI EH ISO KITUKEH!
Zéferro

Mais o livro da jumentolojia
Insina munto beim ki o kastrado
Dah koise kuano tah dizisperado
Kum medo di entrah bem num a fria
Dus nego ki li kosa a viria
Asim si asusedi kums dotô
Ki o rabo si paresi kum fulô
Num ven ia singrasah, bixo nojento
Prukê tu eh galin a i naum jumento
I eu sô munto galo kumedô

As letra ki tu leu num ti dizia
Koidado si mexê kum o Zehpherro
Prukê tu vai sortah taman io berro
I todos vai sabê ki eh Maria
Ki agarrô bem mais dukê kabia
I agora tah largano todos pelo
Na bunda jah num sobra mais kabelo
Tu teim as duas mais soh ti alegra
Fikah di kuatro pra perdê as prega
Vais akabah korkunda kual kamelo!

Amigo kuma tu ki miskulamba
Num servi prah limpah neim o meu rabo
Eu faso as prisizaum i kuano akabo
Num fiko kuma tu di perna bamba
Prukê butah pra fora ti dah samba
A min a inspirasaum veim das muleh
I tu num sabi beim o ki eh ki eh
Eu poso aprendê kum o jumento
Mais tu praieli deu foi u asento
Aprendi a num pegah mais no meu peh

Safado, fingidô, sego e ladraum
Eh poko pra keim komi soh pikih
Saum rimas de kantah pra Piauhy
Mais num ten io rankô no korasaum
Prumodikê tu eh um amigaum
Eu vô ti vizitah la na kadeia
Ki eh teu bom lugah, kabra de peia,
Faisal si tu kizeh entrah no rolo
Jah sabe ki eh sargado este bolo
Kumigo eh asim, a koiza eh feia!


A KOIZA É FEIA, MAS É MANSA.
Cula

Meu amigo que insinua a Koiza feia,
o que em ti pode haver se não feiura?
Se tua Koiza já caiu de tão madura,
quase nem chega a marcar as seis e meia;
Se o teu pazer e usar a koiza alheia,
já que a tua é apenas um excremento.
Quem sabe use a koiza dura do jumento
no aprendizado de sua vã filosofia.
E, então, enterre sua coiza mole e fria,
junto ao cocô que lhe sai do pensamento.

Eu tenho pena e lhe entendo o sofrimento,
e o desespero que empresta ao seu verso.
Sei que o mundo pra você é tão perverso,
que até comove o meu triste sentimento.
Mas eu vou ter de quebrar meu juramento
e declinar do seu segredo mais antigo,
pois a verdade não faz merecer castigo,
ainda que seja verdade dolorida:
A koiza feia do Ferrin não tem mais vida;
Portanto, calma! que ninguém corre perigo.

A única koiza que resta do amigo
é a saudade dos tempos de criança,
quando queimava todo o couro da aliança,
até gastar quase a metade do umbigo.
Se não me engano o seu único inimigo,
um nobre turco das terras do estrangeiro,
muito apegado na comida e no dinheiro,
e sabe estórias lá de Quixeranubim,
tocou no mundo toda fama do Ferrim:
Como a mania dele amar pelo trazeiro.

TEU KUMESO JAH DIZ KEM TU EH
Zéferro

Kem teim nomi kuma o teu
Divia tê mais koidado
Pois paresi ki jah deu
O ki pudia sê dado
Falah di koiza mais eu
Eh um poko arriskado
No teu nomi tu mexeu
Antes era separado
Agora tu si meteu
Dondi tu num foi xamado

As galin a tem pena ki arrufa
quando elas vê galo no terrero
i prikura xegah nele premero
inteh kanta kum metro di bulhufa
eu tô vendo k inteh teu peito istufa
galin a vehia eh soh lero-lero
arrufa si kizeh mais num ti kero
eu beim sei ki tutah jah pirigano
mais kumigo tu leva dizingano
sô galo, e eh franga ki ispero!

Sei ki tu foi o bom di jogah bila
ki fazia di tudo pra gan iah
era kraki in dah e imprestah
e os kolega pur tu fazia fila
e eles era kuma tua mochila
ki vergon ia prum omi do Nordeste
nunka fose um bom kabra da peste
kuma eh ki um omi asim vira
pruki eh ki tu foi sê um kualira
mi konfesa, pruki foi ki tu deste?

CU-LINHA: PRO ZÉ A LINHA.
CULA

O meu nome,Herculano,
é cuma fui batizado,
intiriço ou separado,
se tivé assoletrando.
Foi o véio Segisnando,
home de grande cultura,
que retirô da leitura
de antiga mitologia,
prá dá podê e energia
e uma força colossal,
mode calá os boçal,
cum douta sabedoria.

Seja João ou Maria,
cabra macho, efeminado,
desses metido a viado,
muito comum hoje em dia.
Que cuma tu, se arrepia,
descança a mão na cintura,
quande vê a Koiza dura
fica depressa assanhado,
põe a vergonha de lado,
e a centua a frescura.

És a mió criatura,
cum quem eu já duelei.
No cordel tu é um rei,
teus verso sai cum fartura,
Sem perdê a compustura,
nem mesmo nos xingamento.
Mesmo os coice de jumento,
que o cordel obriga a dá
tu num deixa machucá,
na emoção do momento.

Portanto, seu bixiguento,
quero te dá um abraço,
pra te mostrá o que faço
com os cabeça de vento.
Seu cafageste, nojento,
cumedô de lambisgóia,
engulidô de jibóia,
que faz a koiza sumi.
Nunca é demais repeti:
tua amizade é uma jóia!

ZEH - FERRO: PRU KULA O ZEH
Zehferro

I eu sô teu maioh fan
dus teus verso inspirado
tudo munto bem bolado
tua frauta eh di Tupan
tu bria kuma a men ian
pur iso tua amizadi
eh u sumo da bondadi
tu eh um kara paid egua
pueta pra nais di legua
meresi todas kuin an

mais eu ten io alergia
pur maxxo mei iskizito
tu teim kara di muskito
i tu num kanta, só pia
eh gosmozo kuma gia
tem rizada di jumento
aleim di sê inskremento
fedorento i sebozo
puxano pra mintirozo
tu eh mermo um munumento!

asim nois semo amigo
amigo do korasaum
pra karkeh situasaum
um du otro semo abrigo
infrentamo inimigo
o fazemo farra junto
kum vivo o kum difunto
pruke nois temo koraji
aki vai min a omenaji
pru mioh omi do mundo!
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