ARGAMASSA
Elane Tomich
Acrescenta-me à luz do teu mistério,
recriando-me em arte relativa
nos cercos que o tempo te permite,
na obliqüidade que o olhar te oferece.
Faz de conta que criaste a argamassa
que te ilude ao moldar-me a teu critério.
Acorda-me em tuas mãos, sou coisa viva
e mostra-me a paisagem no limite
onde o espaço é o tempo que acontece
e a vida, tempo de caça que passa.
A mudança que do feio faz beleza
mais que esfera, que nos prende, é espiral.
Faça-me mais que tua em vôo livre
onde a queda, possível, não chega ao chão.
Na volta, vôo em movimento erótico
o mesmo que desconcerta a certeza.
Na linha da emoção num pólo, o mal
igual ao sentido de bem - querer que tive...
...quando renasci do amor de tuas mãos,
não sei se eterno ou ilusão de ótica.
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