Usina de Letras
Usina de Letras
261 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62169 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50575)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4755)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->12. PONDO AS MANGUINHAS DE FORA -- 09/11/2003 - 05:58 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Estou um tanto confuso,

Neste começo de dia:

Giro que nem parafuso,

Trepido que nem tupia.



Tenho, porém, a missão

De ditar alguns versinhos.

Fá-lo-ei de coração,

Em versos pequenininhos.



Diminuí tanto os versos

Que estou dando a impressão

De que tenham sido imersos

Em especial solução,

Com resultados perversos:

São carros na contramão,

Correndo na disparada,

Perigosos e mais nada...



— Que perigos vejo aí? —

Pergunta-nos Wladimir,

Sempre muito preocupado.

Pois é justamente isso:

A quebra do compromisso,

Por mantermo-lo afastado.



Sempre que está provocado,

O caríssimo escrevente

Põe a sisudez de lado

E diz p’ra toda esta gente

Que, conquanto preocupado,

Vai escrever, simplesmente,

Indiferente ao assunto,

Desde que fique aqui junto.



Conhecemos bem o tipo

Do fanatismo do médium,

Que, para não sentir tédio,

Nos aceita o desafio,

E, quando diz: — “Eu engripo” —,

É porque se sente só,

A jogar os grãos na mó,

Ou a navegar no rio.



Por isso, me comprometo

A servi-lo com ternura,

Nesta intenção toda pura,

Na rima em que me complico.

Não diga que me intrometo,

Porque estes versos são meus

E eu juro, perante Deus,

Que à poesia me dedico.



Essa oitava logo acima

Não só pecou pela rima

Mas no sentido dos versos:

Foi um exemplo que dei

P’ra que se conheça a lei

Dos julgamentos diversos.



Não ficou claro o sentido

Da sextilha mais acima.

Não foi problema da rima

Mas da seqüência dos versos.

Respondo, pois, ao pedido

Para expor mais claramente,

Que foi causa este escrevente

Daqueles versos perversos.



— “É p’ra frente que se anda!” —,

Diz-nos o irmão instrutor,

P’ra que enfrentemos a dor,

Amainando estes tormentos,

Pois, quando a estrofe desanda,

Nosso mundo se partiu

E o poeta se feriu:

São dores e sofrimentos.



São bons estes exercícios

Para testar a firmeza

Do pessoal desta mesa,

Perante seus insucessos.

Mas evitemos os vícios,

Ajamos com a consciência,

Tenhamos muita paciência:

Logo virão os progressos.



Está o amigo tranqüilo,

Percebendo com que força

Vamos pôr rima que torça

As suas desconfianças.;

Sem ter certeza daquilo

Que produzimos num átimo,

Vai ficando sorumbático,

Vai perdendo as esperanças.



Mas nem só de brincadeiras

Vai vivendo a nossa gente:

Se o assunto é diferente,

Pomos manguinhas de fora,

Pois, para dizer asneiras,

Basta um pouquinho de verve

(Casca grossa não nos serve)

E a estrofe se faz na hora.



Mas nosso médium resiste:

O que p’ra nós é gracejo,

P’ra ele vai ser o ensejo

De nos prestar um serviço.

P’ra que, então, não fique triste,

Tome só mais um golinho

Daquele nosso bom vinho,

Que lhe dará novo viço.



Sabemos ser, finalmente,

Esta estrofe a derradeira,

Que, em cotejo co’a primeira,

Está levando vantagem.

Fica alegre o escrevente:

Mais um dia se passou,

Que ele mui bem registrou,

Com pacienciosa coragem.



A prece de despedida

Cada qual diga por si,

Buscando lhe dar mais vida

Do que a vida que está aqui,

Eivando de sentimentos

Os mais belos pensamentos.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui