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Poesias-->11. SEM BURILAMENTO -- 08/11/2003 - 10:04 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Comecemos devagar,

P’ra não ser grande seu susto:

Conjugando o verbo “amar”,

Diminuiremos o custo.



Damos bola p’ra torcida,

Sempre que existe o desejo

De nos enchermos de vida,

Ao toque do realejo.



Todos queremos saber

O que o destino nos reserva:

Periquito, vem trazer

Sapiência de Minerva.



Se viemos devagar,

Já é hora de aumentar

A sua velocidade.

Não queremos assustar,

Mas, se isso for custar,

Coloque cumplicidade.



Os termos com que tratamos

Os assuntos da poesia

São os mesmos com que damos

À prosa sua harmonia,

Mas é preciso saibamos

Ser bem outra a melodia

Que canta, com emoção,

A vida do coração.



Se não tivermos sucesso,

Faremos qualquer gracinha:

Não mais haverá progresso,

Porém, haverá quadrinha.



O nosso tema do dia

É difícil p’ra chuchu,

Já que falar de poesia

Não é para “brucutu”.



Eis o exemplo definido

Do que tínhamos em mira.

Terá o irmão percebido

Como é que tange esta lira?



Aos pouquinhos, as palavras

Se ajustam perfeitamente:

São diamantes nas lavras,

Gemas, nas mãos do escrevente.



Mas já estamos satisfeitos

Com estas preliminares:

Estando os versos perfeitos,

Vão-se tornando exemplares.



Entretanto, a nossa lida

Não termina por aqui:

Consideramos cumprida

Só metade do rali.



É bom levar o escrevente

A pensar junto co’a gente

A respeito dos problemas:

Na hora da solução,

Havendo mais emoção,

Melhoram nossos poemas.



Mas o nosso compromisso

É terminar o serviço,

Sem deixá-lo angustiado.

Deve, sim, sentir o gosto,

Estando o poema posto,

Dum sabor edulcorado.



Nem é brega, nem é chique,

Nem deve causar chilique,

Ao levantar a poeira:

Fiquemos, humildemente,

Ao lado de toda a gente

Que gosta de brincadeira.



Mas, se o assunto for mui sério,

Coisas lá do cemitério,

A causar assombração,

Arregacemos as mangas,

Acomodemos as cangas,

Acordemos a emoção.



Existe um certo mistério,

Ao se tanger o saltério,

Que nos enche de saudade,

Pois são formas primitivas

De nos porem bem ativas

As lembranças doutra idade.



São nossas recordações

Tão-só reverberações

Das venturas doutras eras.

O que nos cala no peito

Deverá ter outro jeito:

Promessas doutras esferas.



Se este meu querido amigo

Desejar aqui parar,

Irá saber que eu não brigo:

É muito grande este mar.



Havemos de ser felizes,

Pois já lançamos raízes

Dentro de seu coração.

Amanhã é outro dia

P’ra treinar nossa poesia,

Com muita satisfação.



Quando Deus criou o mundo,

Não o fez em um segundo:

Tudo brota devagar.

Da mesma forma, esta vida

Só pode ser compreendida,

Se conseguirmos amar.



Aproveitei este ensejo,

A partir desse desejo

De suspender o ditado,

P’ra prosseguir destemido,

Neste trabalho envolvido,

Mas tendo muito cuidado.



Improvisar é preciso,

Mas é preciso juízo

P’ro verso não desandar.

Se formos só sentimentos,

Ficarão os pensamentos

Completamente no ar.



O bom irmão que perdoa,

De todos nós se condoa,

Por termos voltado ao tema.

Não que sejamos teimosos,

Tampouco somos vaidosos:

Persistir é nosso lema.



Chegará ainda o dia

Em que faremos poesia

Digna de todo respeito.

O nosso verso de agora

É diamante que esplendora

Somente dentro do peito.



Eis que esta felicidade

Vai encher-nos de saudade,

Quando a vida terminar.

Aí nos recordaremos

Do peso dos nossos remos,

Ao enfrentarmos o mar.



É um pouco a contragosto

Que deixamos nosso posto,

Ao se encerrar este dia.

É que, ao falar de saudade,

Recordamos outra idade

Em que a vida era poesia.



Derramamos nosso pranto,

Agora cheios de espanto

Dessa emoção sorrateira.

É que a poesia era vida,

Num’alma que foi ferida

Por uma dor verdadeira.



Não faz mal, caro irmãozinho,

Receba-nos com carinho,

Mesmo co’a rima imperfeita.

É que, p’ra fazer poesia

Com melodiosa harmonia,

Só a dor tem a receita.



Vemos que seu interesse

Prendeu-nos hoje conosco:

Para se livrar do enrosco,

Nosso preço há de ser esse.



Já nos vamos despedir,

Convencendo o Wladimir

Que deve amanhã voltar,

Encerrando os nossos versos

Co’aqueles termos perversos

Que sempre devem rimar.



Rogamos a Jesus Cristo

Que nos ajude com isto,

Nos mandando inspiração,

P’ra que nosso pensamento

Se eleve neste momento,

Tendo Deus no coração.



Sabemos que a despedida,

Para ser bem comovida,

Tem de dar satisfação,

Mas não por causa do adeus,

Mas porque, perante Deus,

A verdade é emoção.



Vamos, assim, encerrando,

Co’o coração festejando

Esta participação,

Embora com rimas fáceis,

Com versinhos pouco gráceis,

Mas sorrindo, com razão.



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