Usina de Letras
Usina de Letras
287 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62174 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50577)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->10. DISSECANDO OS VERSOS -- 07/11/2003 - 06:58 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Raiava o Sol no horizonte,

A escuridão se perdia:

Se não existir quem conte,

Conto eu, nesta poesia.



Eis-nos aqui novamente,

Para fazer uns versinhos.;

Trate-nos, pois, o escrevente

Com muito amor e carinhos.



Sabemos ser divertido

Ficar a escrever à toa

Algo que tenha sentido

E, no final, inda entoa.



Queremos dizer com isso

O que bem sabe o escrevente:

Atendendo ao compromisso,

O malho ficou co’a gente.



Fica alegre o nosso amigo,

Satisfeitaço da vida.;

Não se preocupa comigo,

Ao vir ou na despedida.



Às vezes, dou-lhe trabalho,

Na métrica dalguns versos,

Se as sílabas embaralho,

Ou com finais controversos.



Estava ele contente,

Até a quadra anterior,

Mas aí ficou descrente

De haver, nos textos. valor.



Claro que nem tudo chega

Perfeitíssimo e completo:

Até p’ra que cante a pega,

Há quem deixe o bicho cego.



Você pegou o sentido

Que demos ao pensamento,

E perguntou ao ouvido

Se lavramos mais um tento.



Dessa forma, mais um verso

Se acrescenta aos anteriores.;

Pode chamá-lo perverso,

Se lhe causou muitas dores.



Mas se as rimas aparecem,

Se desenvolvem e crescem,

Tendo sentido no fim,

Ninguém aqui se aborrece,

Ao contrário, até parece

Que confiam mais em mim.



Se o verso nasce perfeito,

Se a rima vem de mansinho,

Quer dizer que temos jeito:

Somos aves no seu ninho.



Recebamos o convite

Com fé e muita coragem,

Que nossa Musa se excite

Diante de nossa imagem,

Pois a hora é chegada

De complicar a parada.



O nosso bom amiguinho

Vai escrevendo somente,

Recebendo com carinho

As idéias desta gente,

Por isso diz corajoso:

— “Eis-me aqui, forte e gostoso!”



O sentimento é saudável,

Pois lhe mostra claramente

Que este grupo é confiável,

O que o texto não desmente,

Entretanto, é bem preciso

Que demonstremos juízo.



Sai mui fácil este verso,

É simples a nossa rima.;

Estrelas são no Universo,

No limeiral, uma lima,

Mas o sentido que têm

Só se ajusta neste trem.



Para termos mais sucesso,

Precisamos compreender

Que é contínuo o progresso,

Que só cresce o bem-querer,

Que p’ra fazermos poesia

Há que se ter harmonia.



Assim, aumenta o desejo

De fazer algo bem sério,

Como os poemas que vejo

Saídos desse mistério

Do país da inspiração,

A nos encher de emoção.



Precisamos estudar

Algum ponto doutrinal,

Algo bem elementar,

Mas que soe natural,

Pleno de simplicidade

P’ra dizer com humildade.



Teria já começado

Essa fase da poesia,

Ou achamos engraçado

O som desta melodia,

Algo que tenha falhado,

A perturbar a harmonia,

Embora seja uma oitava

Esta casa em que habitava?



Sintam que estamos tentando

Mudar de cara e de rumo:

Apesar de algum desmando,

Nosso verso segue o prumo,

E nosso assunto está dando

P’ra conseguir um resumo,

E as nossas rimas conformam

Os temas que se transformam.



Vai chegar o nosso dia:

É forte o pressentimento.

Aumenta nossa alegria,

Diminui nosso tormento.

Já se dilui a poesia,

Nos prantos do sentimento.

A forma se aperfeiçoa

E o pensamento já voa.



Talvez nos falte o segredo

Duma experiência de vida,

Um fato como o degredo,

Que nos torna a alma sentida,

Que nos engrandeça o medo

Dalguma dor presumida,

Que nos fixe o pensamento

E perturbe o sentimento.



Vai ser ainda preciso

Dar valor à inteligência,

Compreendendo o seu aviso,

Como norma de prudência,

Já que é preciso ter siso,

Caso haja resistência:

A poesia há de fluir,

Quando a mente progredir.



Achava fácil o verso,

Diferente da poesia:

Se aquele era mais perverso,

Esta não pode ser fria.

Isto parece o reverso

Do que há instantes eu dizia:

Pensei fazer as quadrinhas,

Só preenchi várias linhas.



Vejam só no que tem dado

Todo este treinamento:

Se não tomarmos cuidado,

Poremos em julgamento

O que está metrificado,

Sem muito discernimento,

P’ra concluir, finalmente,

Que é preciso ir em frente.



Ficou com medo o amiguinho

De que eu fosse condenar

O que, com tanto carinho,

Pôde ele coordenar,

Tendo vindo de mansinho,

Chegando a aperfeiçoar,

Guardando bem na lembrança

Todos os passos da dança.



Quisemos vê-lo sorrir,

Como o gordo Sancho Pança,

Quando via refletir

O Dom Quixote da Mancha,

Pois o nosso Wladimir

Tanto verseja e não cansa,

Provando que à persistência

Deve-se unir a paciência.



São tantos os nossos versos,

Estrelas nos universos,

Perdidas na escuridão.

O que estamos sugerindo

É que só poema lindo

Obterá divulgação.



Por isso, bondoso amigo,

Mantenha sua esperança

De abandonar este abrigo,

Pois, ao surgir a bonança,

Passou o grande perigo

— Pois o medo também cansa —

Que acompanha a tempestade:

Reflita nesta verdade.



Queremos agradecer

A recepção que tivemos:

Foi agradável de ver

Registrar o que dissemos,

E sentir o bem-querer,

Pelos informes que demos.

Acredite, bom amigo,

Que pode contar comigo.



Mas não pense que outra gente,

Ao conhecer os poemas,

Aja diferentemente

Dos ditados dos seus lemas,

Pois o que se tem na mente

Se divide em vários temas,

Dentre todos, o mais caro

É demonstrar ser avaro.



Vamos encerrar dizendo

— Já que o assunto é muito sério —

Que estamos bem compreendendo

Destes temas seu mistério,

E que não basta ir mantendo

Defuntos no necrotério:

Tendo havido a exumação,

Dê-se a tal dissecação.



Eu elevo o pensamento,

Na hora da despedida,

Pedindo a Nosso Senhor

P’ra que nos cubra de amor,

E que seja o fundamento

Desta nossa curta vida,

P’ra que, na hora do adeus,

Fiquemos nas mãos de Deus.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui