ESCREVE... CLARO... E RI !...
Literatura Profiláctica
Claro... No mor dos óbvios
Primeiro vai de gatinhas
Soergue-se... E logo cai...
Mas assim persiste e vai
Ora nos braços da mãe
Ora nos braços do pai
Nos braços de toda a gente...
Claro... Lá se eleva
Em princípio hesitante
E um dia radiante
Começa enfim a correr
Tudo-tudo a correr
A descer e a subir
A subir e a descer...
Claro... Depois abranda
Experimenta a corda bamba
Sob as leis do equilíbrio
Vence feliz o ludibrio
Das curvas cegas da vida
Por onde vai perpassando
Com uma ou outra corrida...
Claro... Fica cansado
Vai-se sentindo pesado
Muito lento... Arrastado
Alquebrado... Corcovado
E então subindo escadas
Santinho... Que dores danadas
Lhe passam pelo costado...
Claro... Recurso à mão
Utiliza obviamente
A bengala e mais à frente
As muletas são então
A penúltima solução
Para se manter de pé
E ser ainda quem é...
Claro... Nem de gatinhas
Só com a ajuda de alguém
Em três metros de vai-e-vem
Cama-e-sol e sol-e-cama
O velhinho... Coitadinho...
Esquece em seu programa
Quem ficou pelo caminho...
Claro... Mesmo a seus pés
Quando a custo está sentado
Gatinha um garotinho
Que lhe alcança os joelhos
O encara e sorri...
E este futuro engelho
Escreve... Claro... E ri !...