Temos que montar um jornal. Digo temos, pois somos oito pra realizar a última prova do semestre. Isso, de fala fácil passou a ser missão mais que impossível! Somos futuros jornalistas e como tal, tudo fica sempre para o último dia, para a última hora, para o último minuto... Aí bate aquele desespero. Uma semana antes da entrega: uns calmos, outros já arrancando o cabelo da cabeça com a pinça, normal, tudo vai dar certo (temos que acreditar nisso!).
As pautas estão prontas. Só pra variar, a minha e a da Liginha caíram. Claro! Porque que as mais enroladas do universo ficariam sem mais uma complicaçãozinha?! Não bastando, nossa "amada professora" nos "sugere" duas outras pautas. Ainda não descobrimos o que é pior: fazer uma outra pauta, mesmo que com a garantia de ser desinteressante; ou aceitar a ótima "sugestão" da nossa "amada professora"?
O Fabinho além de ser o "bendito fruto", é o ser mais centrado do grupo. Foi o primeiro a entregar sua matéria e quando solicitado para um artigo teve a mesma rapidez. Ana Amélia deu uma trégua com seu irmão e conseguiu sua matéria. Mas ficou no meio do caminho: participou de quase todas as nossas reuniões, menos as duas últimas. Ela tem namorado e família no interior e o amor não pode esperar, pelo menos o dela. Karlinha ficou uma hora na praia esperando o tal político, mas valeu a pena. O apartamento do cara era tão grande que acho que ela está lá até agora... pois seguiu o mesmo ritmo de sua amiga Ana.
Dani é a mais tímida do grupo. Quase não fala, mas é daquelas que quando falam é sempre algo que vale a pena ser ouvido. Foi ao Rio sozinha pela primeira vez, na casa de um cara um tanto quanto estranho. Ela se sentou para fazer a entrevista e o cara manda essa: "Me conta como está a sua vida". Eles devem ter sido muito amigos na encarnação passada. Dani está na guerra por esse jornal, não perdeu nenhuma luta!
Cassinha é uma das guerreiras também, não abandona o barco. Teve uma idéia legal para sua matéria, correu atrás e o resultado ficou bom. Se estressou como todos nós. Liginha e sua matéria. Isso é o que eu chamo de uma verdadeira novela. Fala com cientista social, manda e-mails, liga para a irmã de nossa "querida professora" etc. Nossa! E como liga para a irmã! Acho que essa tal "irmã" é uma ilusão de ótica, ou quem sabe uma irmã virtual? Melhor ainda, ela tem bina na casa dela e não queria dar nenhuma entrevista para nenhuma aprendiz de jornalista. E ainda por cima deve ter xingado muito nossa "querida professora", por dar o telefone dela, para uma aluna chata precisando de nota! Liginha é tão liquidificador que conseguiu transformar um monte de informações soltas em uma matéria bem homogênea. Transformar para informar!
Eu escrevi, escrevi, escrevi, mais a formiguinha não parava de subir! Ou melhor: a professora não queria mais me ouvir. Admito que sou uma malinha meio pesada, mais também olha a matéria que eu tive que fazer? Fazer? Não, refazer, rerefazer, rererefazer... E mesmo assim com certeza nossa "amada professora", que fuma Filtro Fases do Ratinho, vai achar trocentos deslizes. Mas estamos aqui para aprender mesmo....
Dentre mortos, cansados, estressados e descansados, creio eu, que salvaram-se todos. Mas o importante é que depois de falta de horário, falta de diagramador, falta de componentes e falta de cerveja, o trabalho ficou pronto. Não que isso seja motivo de alívio, porque agora ficaremos esperando a nossa "amada professora" nos dar nossa sonora nota, que por sinal só Jesus sabe qual vai ser!