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Cordel-->LAMENTO DE CABOCLO -- 11/11/2004 - 05:16 (joão rodrigues barbosa filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É uma tristeza seu moço
Quando a chuva vai embora
E se vê tudo mudando
E não é muita a demora
Nos rios, as águas secando
Mas o caboclo não chora

E o que mais me alucina
É qque nesta vastidão
Não há galo-de-campina
Nem pomba a correr no chão
Nem mais ave de rapina
Já se foi o gavião

É essa a triste sina
Do meu querido sertão
Do que era uma mina
Não restou nenhum filão
Já não existe farinha
E nenhuma plantação

Meu cachorro só no osso
Querendo um osso roer
Não há água em nenhum poço
Pra que se possa beber
E do gado, só pescoço
É o que dá para se ver

Vou embora deta terra
Pois já cansei de sofrer
Vou procurar outro canto
aonde eu possa viver
mas escondo o meu pranto
Pra qque ninguém possa ver

É uma coisa medonha
Que não dá para esquecer
O homem chorar de vergonha
Por não ter o que comer
E até a Araponga
Já se fez emudecer

Aqui não há alegria
Há muito se foi o pasto
E o gado que antes havia
É pra urubu repasto
Dos bichos que então se via
Nem de preá tem mais rastro

Não se vê mais Corre-Campo
Não existe mais Tacaca
E do meu cavalo branco
Só me restou a carcaça
Procuro e não encontro
Nem mais cobra jararaca

Vou embora, vou-me embora
Mas um dia eu vou voltar
Pra isso não vejo a hora
Pois aqui é meu lugar
Valei-me Nossa Senhora
E mande chuva pra cá

Sofre assim o Rio Grande
E também o Ceará
Padece todo nordeste
O sol a terra queimar
É a visão de uma peste
Você pode imaginar

Mas um dia a Deus querer
Pois é o senhor do Universo
No nordeste vai chover
É só o que a ele peço
E haveremos de ter
Muita fatura e progresso

Milho , arroz e feijão
Gado gordo lá no pasto
Água a correr nos rios
E gente sem embaraço
Tudo verde nos baixios
Régua, caneta e compasso
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