Eu canto versos pelas madrugadas
Como os boêmios cantam nas calçadas,
Olhando o céu de estrelas recamado,
Com os violões, as cordas dedilhadas...
Eu nem pressinto a manhã chegar...
Se trago em meu ser a luz do dia,
Se brilha em meus olhos esta aurora,
Se cantam em meu peito as cotovias...
Oh, estrelas! Deixem-me assim cantar
Sob esta luz amena e feiticeira...
Assim quero seguir a vida inteira
Saudando com meus versos a sonhar...
O seresteiro é ave peregrina
Que canta e chora - lírica armadilha,
Numa expansão de harpas atrevidas
Recolhe em versos as emoções sentidas...
Raios, trovões, ribombam no infinito...
Estrela solitária esconde o brilho...
Lampejos fulgurantes rasgam a noite,
E a chuva cai ao som dos violinos...
Seresteiro do amor, abre os teus braços,
Expande esse teu dom pelo infinito,
Consola os corações que estão aflitos...
Recolhe, com carinho, esses cansaços!!!
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