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Erotico-->AS CORES DA VIDA -- 02/08/2001 - 18:35 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


AS CORES DA VIDA

Uma borboleta desenhou seu vulto no ar matinal, percorrendo a estrada que o sol havia traçado, combinando luzes e partículas de pó. Depois, escapando do magnetismo daquela rota solar, titubeou um pouco e, com uma pirueta espetacular desceu e pousou no seio esquerdo de Manuela, um pouco maior do que o outro e com um sinal que parecia um pequeno lago negro em uma imensa planície branca.
Contrastava com a pele deliciosamente nívea, o corpo do estrangeiro, deitado com a cabeça mergulhada no travesseiro, totalmente nu e espetacularmente negro e brilhante.
Aquele corpo excitava terrivelmente à Manuela. Por aquele negro, de origem desconhecida, toda a sua essência havia entrado em convulsão, como se um terremoto sacudisse a sua feminilidade e destruísse todas as suas estruturas. Olhando a borboleta amarela, que insistia em aproveitar seu seio para descansar, a mulher recordou a noite anterior, quando havia encontrado o homem em uma ruela escura da cidade. Um medo irracional percorreu o seu corpo, um terror que não tinha explicação e que, magicamente, transformou-se em desejo. O homem se expressava em um idioma desconhecido para ela, mas que soava doce e incitante. Parecia perdido, queria alguma coisa que ela não conseguia compreender. De qualquer maneira, ela estendeu-lhe a mão e conduziu-o pelas ruas vazias da cidade.
Uma tremenda excitação apoderou-se de suas entranhas. Uma vontade louca de retornar, de esquecer, de entregar-se a aquela idéia, inconcebível, até poucas horas antes, envolveu sua consciência e impeliu-a a abandonar-se. A noite era mais escura que a pele do estrangeiro. Uma noite quente e densa, sem lua, sem estrelas, uma noite de outro mundo. Adivinhando o caminho, ela levou-o até a cabana que sabia estar desocupada. Alimentou-o com o pouco que encon-trou na cozinha e depois, com toda a experiência adquirida e instintiva, derrubou-o sobre a cama e como um animal enlouquecido, serviu-se do corpo negro e ardente, deixando que as suas fantasias mais loucas conduzissem o seu corpo e o seu espírito totalmente perturbado.
O homem era um animal hábil e sensível. Mergulhava no corpo feminino, navegando a carne dolorosamente branca e receptiva, empurrando-a com seu vigor físico até a beira do abismo e sem deter-se, até o fundo do rio mais escuro e confuso, de onde ela emergia radiante, deslumbrante, pronta para outro embate, pronta para ser possuída por aquele ser quase irreal, que a inundava de puro prazer.
O corpo masculino exalava um odor irresistível que acabava com os últimos resquícios de razão de Manuela. Sua boca era atrevida e exigente, explorando seus seios, seu umbigo, todo o seu corpo, com fome e sede. Seu negro sexo parecia crescer de maneira incontrolável. Endiabrado e incansável, era mais que um descobrimento na vida de Manuela, era uma revelação pela qual ela havia esperado por toda a sua existência.
Abandonando os últimos segundos de razão, entregou-se, deixando que o estrangeiro usufruísse de sua loucura, de seu deleite, clamando por aquele odor acre, por aquele músculo forte, por aquele corpo inesquecível que entrara no seu, fazendo com que perdesse a consciência , devolvendo-a depois a uma realidade muito melhor e muito mais prazerosa. Sentindo-se a mulher mais amada do mundo, explodiu em um gozo alucinante, um orgasmo incrível que parecia dividir suas células, seus átomos, provocando uma explosão esplendorosa em seu interior. Possuída sem piedade, suplicava que ele parasse, que precisava respirar, pensar. O corpo negro, no entanto, pleno de energia, insistia naquele delirante movimento. A carne negra penetrava a branca carne, abrindo caminhos, sondando sensibilidades. As mãos grandes do homem, moviam o corpo feminino buscando sua satisfação. De joelhos na cama, com as mãos apoiadas na cabeceira, a loira cabeça no travesseiro, Manuela sentiu primeiro uma dor dilacerante, depois, uma sensação desconhecida crescendo desmesuradamente e deixando-a com uma vontade louca de abrir-se, de receber cada vez mais aquele estrangeiro enorme e arrebatador. Com um grito tribal, o forasteiro derrubou-se sobre ela, inundando-a, fa-zendo-a delirar.
A borboleta amarela abandonou o seio esquerdo de Manuela e fazendo acrobacias evadiu-se pela janela. Manuela levantou-se. Feliz e dolorida caminhou até a porta, e dali analisou com terna paixão o corpo negro e desnudo. Pa-recia conservar parte do suor e do brilho da noite anterior. Os pés grandes e perfeitos, as pernas grossas e sólidas, as nádegas firmes e tentadoras, as costas amplas, os braços grandes e a cabeça mergulhada no travesseiro. Nunca mais teria sobre ela um homem como aquele, capaz de enlouquecê-la daquela maneira. Dirigindo-lhe um derradeiro olhar, abriu a porta e saiu à rua. Começou, então, a imaginar, que explicações daria ao seu marido, aos seus filhos, à sua mãe, pen-sando que história aloucada inventaria para explicar aquelas marcas em seu corpo e toda uma longa noite de ausência. Sorriu e soube que, daquele momento em diante, o mundo já não seria mais o mesmo, muito menos ela...

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