Usina de Letras
Usina de Letras
108 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62296 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22541)

Discursos (3239)

Ensaios - (10392)

Erótico (13574)

Frases (50682)

Humor (20041)

Infantil (5461)

Infanto Juvenil (4783)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140825)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6212)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O Custo do Silêncio -- 07/09/2000 - 07:36 (Washington J Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um conto de Washington J. Silva

Baseado em fatos e acontecimentos narrados no livro P180 Inimigo implacável

A saga de Perry Rhodan em português pela editora Erick P. Verlag

*************************************

Franz olhou assustado para o canto onde o enorme robô de guerra atirava com todas as armas que possuia. Os raios térmicos da grossura de um braço dissolviam o arcon-T, como se fosse de manteiga. O brilho intenso, o calor insuportável e o chiado característico das armas térmicas pioravam ainda mais a situação. De repente o console da positrônica se contorceu e começou a sumir numa implosão totalmente inverossímil.

Franz parecia hipnotizado pelo console que se dissolvia numa luz esverdeada. Seu instinto de conservação, no entanto, salvou mais uma vez sua vida ao fazer que ele, inconscientemente, se jogasse atrás do quadro de controle à sua direita. O fato estranho e mortal do console se desmanchando indicava que alguém estava usando um desintegrador pesado na sala!

À implosão do console seguiu-se uma escavação na parede metálica onde Franz estivera alguns segundos antes. Os escombros do quadro de controle e os grossos rolos de fumaça sufocante e escura escondiam Franz razoavelmente; pelo menos nos próximos segundos. Ele sabia que não poderia ficar ali muito tempo e assim arrastou-se pelos escombros, trêmulo e cansado. Suas mãos tocaram na grade do escoadouro do ar condicionado e ele imediatamente saiu pela portinhola sem se preocupar aonde ela o levaria. Com grande habilidade espremeu-se pelo duto de serviço e entrou no acesso da galeria principal. Avançou mais velozmente. Os ruídos e fulgores da batalha iam ficando cada vez mais para trás. Aos poucos o cerébro de Franz voltava a funcionar de maneira menos instintiva e mais logicamente. Ao dobrar o final do largo corredor de inspeção encontrou um pequeno nicho entre duas paredes. Sentou-se, com a respiração ofegante, e permitiu-se ficar alguns instantes observando o corredor escuro. Quanto tempo será que ele ainda tinha de vida? Quanto tempo até algum idiota acertar um tiro no gerador principal ou colocar o antigravo fora de combate?... Por que será que o Império fazia bases em gigantes de metano como Hatur-V? Uma pequena falha nos equipamentos e pronto, 15 G de pressão instantaneamente! Sem falar na atmosfera adorável de Metano e Hidrogênio. Um pouquinho de Oxigênio e voilá, fogos de artifício de montão. Talvez não o suficiente para cumprir o desejo cósmico desse planetão se tornar uma estrelinha mas o suficiente para varrer a base da existência...

- Franz! Tenente Franz, é você?

A voz do sargento Rick no rádio do traje de combate de Franz o irritou mais que o assustou. Será que todo mundo tinha perdido o juízo por aqui ?

- Cale-se sargento Rick. Aproxime-se para eu plugar um cabo de áudio em você.

Rick, o encarregado da manutenção, podia ser tudo mas burro certamente ele não era. Rapidamente ele aproximou-se de Franz e ligaram seus cabos de audio nos trajes um do outro. Após isso desligaram a emissão de voz do rádio normal e conversaram pelo sistema de cabos.

- Tenente Franz, é um alívio encontrá-lo vivo. O que é que esta acontecendo? Por que todo mundo esta atirando em todo mundo?

- Você se lembra quando a Crest, a nave-capitânea do Império, foi destruida?

- Claro que lembro tenente, até se comenta a boca pequena que Rhodan, Atlan e Bell estão mortos e que Mercant esta tramando um golpe ou coisa assim para tomar o controle da Frota e do governo em Terrânia...

- Não fale bobagens, homem! Mercant antes de tudo é amigo pessoal de Rhodan, Bell e Atlan e jamais trairia o Administrador. Tanto que iniciou uma operação monstro para encontrar os três... Mas isto não vem ao caso. Veja, a Amaldo, um couraçado de 800 m transformado em nave-laboratório, que também foi destruída junto da Crest no sistema de Beauly, quase foi vaporizada, mas o diário pessoal do capitão Telbaro foi encontrado e recuperado pela Segurança Galática através de Nathan.

- E daí, tenente? perguntou Rick impaciente.

- Daí que um alerta geral foi dado pois Nathan deduziu, com base no diário de Telbaro, que um grupo de rebeldes esta agindo nos bastidores e se infiltrando na Frota, Segurança Galática, USO e outras organizações do estado para atingir sabe-se lá que objetivos. Por isso também eu fui designado para cá há dois dias atrás.

- Compreendo. Tá explicado por que ninguém sabia qual era sua missão aqui, tenente. Mas, mesmo assim, ainda não entendo o que esta acontecendo. Por que Hatur-V ?

- Pense um pouco Rick! Qual a base mais importante da USO? perguntou Franz.

- Quinto Center, ora. Qualquer um sabe isso. Além do mais ele fica só a 350 anos-luz daqui...

- Viu! Deu pra perceber o porquê ? Venha, vamos sair daqui. Temos que dar um jeito de avisar Quinto Center ou alguma nave da frota.

- Pera ai, tenente. A sala de rádio parece um estacionamento de robôs de guerra. Eu quase morri para sair de lá e não pretendo voltar tão cedo.

- Ok, Rick. Vamos para os hangares. Temos que conseguir avisar alguém.

- Tenente, tem um corredor de manutenção direto daqui até lá. Siga-me.

Franz e Rick moveram-se rápida e silenciosamente até a grade do exaustor dos hangares e ficaram observando cuidadosa e detalhadamente o que acontecia por lá.

Haviam três gazelas de prontidão para levantar voo e aparentemente os robôs de guarda deveriam estar do lado de fora do portão de acesso da base para o hangar. Duas gazelas estavam com a luz vermelha de escotilha trancada acesa e a terceira estava com o passadiço abaixado e a luz verde de escotilha aberta acesa. De onde eles estavam parecia até que ambas as escotilhas de entrada estavam abertas.

- Parece que tá tudo bem, tenente. Vamos dar uma corrida até lá!

- Tá fácil demais Rick. Alguma coisa não está certa aqui.

- E o que nós vamos fazer então tenente Franz ? Esperar até que alguém se lembre dos hangares e mande uma divisão de robôs pra cá ?

- É. Você tem razão. Vamos até lá, mas vamos devagar, bem devagar.

Franz e Rick soltaram as grades da grelha e entraram no hangar esgueirando-se por trás de algumas caixas que estavam por lá.

O cuidado de Franz mostrou-se justificado pois ao contornar as caixas viram dois homens com um uniforme estranho que possuia um grande "V" vermelho no peito.

- Pelos deuses de Árcon! Olhe tenente. Silva e Mayers são agentes do inimigo !

- Calma Rick. Não atire daqui. Podemos acertar a gazela. Eu vou voltar pela esquerda e sair andando lá no meio do hangar. Quando eles sairem da frente da gazela pra me pegar voce acerta eles. OK?

- Tenente. É melhor você soltar o cabo de aúdio senão vou ter que ir junto com o senhor.

Franz sorriu e desconectou seu cabo do uniforme de Rick. Afastou-se para a esquerda e, de repente, saiu andando despreocupadamente pelo meio do hangar. Silva e Mayers sacaram seus desintegradores assim que perceberam Franz e correram para ele mandando que ele parasse e levantasse as mãos. O movimento foi muito rápido e pegou Rick de surpresa. Aí, ele cometeu um engano fatal. Ao ver os dois correrem para Franz ele abandonou a proteção das caixas e foi para a posição em que os dois homens estavam anteriormente. Um robô de guerra que estava dentro da eclusa da gazela atirou instantaneamente com o radiador térmico pesado e a arma de impulsos. Rick foi atingido de lado pelo radiador e jogado para fora do alcance do robô. O outro tiro acabou atingindo Mayers e o matou na hora. Silva titubeou por alguns segundos e Franz o acertou em cheio com seu desintegrador. O robô, que percebeu o tiro de Franz, saiu da eclusa para pegá-lo e foi recebido pelo fogo concentrado de Rick, que mesmo ferido mortalmente, ainda conseguia atirar mais ou menos. Franz também atirou. O robô foi jogado do passadiço e explodiu no chão do hangar. Sirenes de alarme e luzes vermelhas começaram sua dança ensurdecedora. Franz correu na direção de Rick.

- Rick, voce está bem ? Deixe-me ajudá-lo...

- Tenente, dessa eu não escapo. Vamos, fuja. Alguém precisa avisar a USO e a segurança galática. Me deixe aqui que eu seguro os caras que tentarem entrar. Vamos, vá logo.

Examinando rapidamente o ferimento, Franz percebeu que não havia mais nada a ser feito.

- Vá logo, Franz. Rápido, já estou vendo um movimento na trava da porta. Ande, senão minha morte será em vão.

Franz não conseguiu dizer nada. Apenas sorriu. Deu seu desintegrador para o sargento e correu para a gazela. Rick atirou na fechadura da porta do hangar emperrando-a de vez. Arrastou-se para trás de umas caixas. Apoiou o desintegrador e ficou esperando. Já quase não sentia mais nada. Nem dor, nem medo. Apenas uma vontade louca de ajudar a Terra...

O tenente fechou a eclusa da gazela e manobrou-a em direção à saída do hangar. O campo energético de compensação isolou a gazela do resto do hangar e suas portas começaram lentamente a se abrir. Lá atrás, os primeiros homens começaram a entrar e foram recebidos a tiros por Rick que ao tentar virar a cabeça para ver a saída da gazela viu tres transmissores de matéria iluminando-se na parede do fundo do hangar. Por um longo e delicioso segundo ele pensou que a frota estava chegando e que talvez houvesse esperança para ele, mas ao focalizar sua atenção nos uniformes dos homens que chegavam todos seus anseios se acabaram. Aquele maldito "V" vermelho. Ele ainda tentou avisar Franz, mas ele já estava decolando. Os primeiros plofosenses que chegaram perto do sargento Rick, já o encontraram morto !

Franz sabia que o hiper-rádio da gazela não teria potencia suficiente para vencer os campos de distorção da base de Hatur-V, por isso ele decolou com toda a aceleração possível. O que ele mais queria era sumir dali o mais rápido possível. Assim que a gazela saiu da cobertura de nuvens do planeta todos os rastreadores começaram a dar alarme de uma vez. Havia cerca de vinte e cinco naves de todas as classes nas proximidades do planeta. Franz alegrou-se e ligou o rádio para se identificar. Não teve tempo nem de dizer uma palavra. Sem aviso algum dois super-couraçados de 1500 m de diâmetro deram tres salvas de costado que reduziram a gazela a átomos...

Um novo poder se instalava na galáxia ! Um poder secreto, cruel e sem perdão. Iratio Hondro estendia suas mãos para as estrelas. Mas ainda não sabia que elas tinham um protetor e herdeiro...

******************************

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui