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Poesias-->QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA -- 30/10/2003 - 03:39 (Elane Tomich) |
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QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA
Elane Tomich
Olhe aqui, não recomende
A alquimia que me rende.
Cresci muito assustada
Pra acreditar em fadas.
Andei cozendo retalhos
Da memória, atos falhos
Há uma década de senões
No lixo onde cato, em porões.
Cacos da alma, decerto
Que na superfície eram retos.
Mas na linha sinuosa
Foi onde quebrou-se a prosa
Metáfora de despetalada
Flor, me deixa enjoada
Falo de um falo remoto
Que fez o casulo roto.
Não quero usar imagens
Que transgridam a coragem
De remendar a memória
Trazendo-a à razão da história
É na primeira ferida
Que a lógica enlouquece a vida.
Rastreio num tempo sem horas
Razões dos segundos de agora.
Infância sem Papai Noel
Coelho da Páscoa é Nobel
Da paz, que o sangue desfaz
Onde o futuro aqui jaz.
Se houvesse explicação
Seria removido o não
Do conto que galo pedrês
Que quem quer conta outra vez..
http://www.elanetomich.com.br
http://www.usinadeletras.com.br/
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