A NOTÍCIA QUE GOSTARIA DE LER
(por Domingos Oliveira Medeiros)
WASHINGTON – EUA - O presidente americano, George Bush, convocou a imprensa internacional para anunciar uma série de medidas que, segundo ele, irá transformar o mundo num lugar bem melhor para se viver. O encontro se deu na tarde de ontem, nos jardins da Casa Branca. Dentre as medidas anunciadas por Bush, algumas merecem destaque.Bush iniciou sua palestra dizendo que teve um sonho colorido. E que, neste sonho, teria aparecido um anjo da guarda, vindo não se sabe de qual país, provavelmente da África, da América do Sul ou do Oriente Médio - ele não soube precisar o lugar -, que o teria convencido a mudar de estilo e de estratégia política em relação aos povos do planeta.
Começou anunciando que resolvera vetar, integralmente, a recente Lei Agrícola, a famosa “Farm Bill”, que designava a importância de U$173 bilhões de dólares para proteger a produção americana de alimentos e de insumos agrícolas. Entendeu, o presidente, que a medida se reveste de prática protecionista e, portanto, bastante injusta. E anunciou que aquela importância seria destinada, num primeiro momento, para ajudar a combater a fome e a miséria no planeta.
E aproveitou para citar o nome de alguns países e continentes como a África, o Oriente Médio, a América Central, o Caribe, a América do Sul, como sendo as primeiras beneficiadas. Logo em seguida, prometeu ajudar na reconstrução do Afeganistão e intermediar o conflito entre Árabes e Judeus, criando um Estado Palestino para iniciar, efetivamente, o processo de paz mundial.
Prometeu, ainda, interferir nas organizações internacionais de crédito, no sentido de reduzir as dívidas de todos os países, criando condições de juros e de prazos mais exeqüíveis, de modo a que as nações possam continuar crescendo e se desenvolvendo normalmente.
Está previsto, também, um amplo programa de redução do arsenal nuclear, junto com outros países como a Rússia, a China, a Índia e o Paquistão, entre outras nações que detêm o domínio da tecnologia atômica.
O Iraque não foi esquecido. E contará com o apoio dos EUA para integrar a Organização da ONU, que trata do controle de armamentos químicos. O diretor, o brasileiro Butani, será reconduzido, segundo o presidente, ao cargo que ali ocupava. Está prevista uma reunião com todos os países envolvidos com a questão da Camada de Ozônio. Bush está disposto a retomar as conversas para, segundo ele, acabar, de vez, com este problema. Os EUA pretendem não só contribuir para a redução de gases poluentes, como irá fiscalizar as nações que não cumprirem com o disposto no Tratado de Kioto.
A notícia, que mais surpreendeu a todos, foi a de que a moeda americana não será mais a única a ser considerada nas transações comerciais. Todas as moedas poderão ser adotadas. Empréstimos junto ao FMI, por exemplo, em relação ao Brasil, poderão ser adquiridos em reais e pagos em reais. Sem levar em conta, portanto, as variações cambiais do dólar. Assim, o Brasil só irá pagar pelo que pegou emprestado (mais os juros de praxe). Especialistas entendem que, considerando os descontos que serão concedidos, mais a ampliação de prazos para abatimento do principal e pagamento dos juros, é grande a oportunidade de acabarmos, de vez, com essa dívida colossal, que não tinha mais fim. E que tirava todas as possibilidades de crescimento sustentado deste pais.
Bush anunciou, ainda, que sancionará lei no sentido de proibir que organizações americanas façam projeções sobre eventuais riscos do Brasil e de outros países do Terceiro Mundo. Bem como, proíbe que essas organizações ou pessoas fiquem dando palpites sobre as eleições e demais questões internas de cada nação.
A reunião terminou com uma enorme salva de palmas, inclusive da parte de todas as lideranças de terroristas do mundo inteiro, que aproveitaram a reunião para entregar suas armas e assinar um acordo de paz. Na oportunidade, comprometeram-se a não mais desenvolver ações terroristas, e se colocaram, inclusive, à disposição do governo americano para ajudar no combate à violência e ao tráfico de entorpecentes, propostas, aliás, contidas no plano de Bush. Não é brinquedo não!...
Domingos Oliveira Medeiros
14 de maio de 2002
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