Já chega de treinamentos,
Que damos por concluídos:
Que se aumentem os momentos
Destes dias bem vividos.
Não prometemos tormentos,
Nem nós somos criativos:
Daremos aos sentimentos
Tratamentos mais ativos.
Por isso, o nosso irmãozinho
Cuidará com mais carinho
Dos versos que se farão.;
Não vai quebrar a cabeça,
Mas é bom que não se esqueça
De colocar emoção.
Eis o primeiro conjunto,
Simples forma de soneto:
Não fundi o meu bestunto,
No quarteto ou no terceto.
Mas darei ao meu assunto,
De mãos juntas eu prometo,
O respeito dum defunto,
Seja branco, seja preto.
Passarei a outro tema,
Procurarei variar.
Servirá, como meu lema,
O intento de auxiliar.
Não farei nenhum poema
Pelo gosto de rimar.
É bem curta esta memória,
Pois estes versos que fiz,
Se já têm a sua história,
Não terão final feliz:
Só um momento de glória
Dum amor que não se quis.
Pois a luta continua,
Seja na praça ou na rua,
Onde nos chame o dever.
Já temos um bom começo,
Mantenhamos o arremesso,
Nunca nos falte o querer.
O dom de fazer poesia,
Com as rimas demarcadas,
É arte que se aprecia,
Quando são bem declamadas.
Contudo, será preciso
Um pouquinho de juízo,
Ao determinar o assunto,
E aplicar grande talento,
P’ra se evitar o tormento,
Ao se montar o conjunto.
Prometemos suspender
A parte do treinamento,
Mas não temos que dizer,
Pois nos falha o pensamento.
Iremos ter de esperar
Que venham os companheiros,
Mais alegres, mais faceiros,
Para com eles rimar.
Nesta vidinha de agora,
A solução já demora,
Os nossos versos complicam:
Não temos o que dizer,
Por isso vamos fazer
Só estrofes que não ficam.
Mas eu pergunto ao irmão,
Cuja cultura respeito,
Se não é de coração
O treino que se tem feito?!
Às vezes, as rimas fenecem,
Os assuntos não aparecem,
Os textos se tornam sem graça.
Porém, nos vamos entretendo,
Quadras e sextetos fazendo,
Para demonstrar nossa raça.
Eis aí, caro irmãozinho,
No que está dando este dia:
Num punhado de poesia,
Que fazemos com carinho.
São fortes as emoções
Que banham os corações.
Lamento não conseguir
Completar estas quadrinhas.
Perdoe-me, Wladimir,
Repetir as ladainhas.
Na hora da despedida,
Ganham cores e mais vida
Os versos que vou fazendo.;
Parece até que eu queria,
Ao fazer esta poesia,
Deixar o médium tremendo.
Ia ele retirar-se,
Estava bem decidido.
Mas resolveu sofrear-se,
Não vendo tudo perdido.
Agora não quer safar-se,
Mas é disto que eu duvido.
Já que estas coisas dependem
Do que eu tiver resolvido,
Irei saber se me atendem,
Após ter agradecido,
Ou se virá outro irmão
Prosseguir esta emoção.
Mal ou bem, eu concluí
O que esperavam de mim.
Agradeço a Deus aqui
E ao treino ponho fim.
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