Como poeta
Sou mulher agradecida,
Porque vivo e canto a vida
Entoando uma canção...
Sempre sonhando
Não vi o tempo correndo,
Os meus dias fui tecendo
Como aranha o meu cordão...
No labirinto
Do trabalho e da esperança,
Eu deixei de ser criança
Sem perder a aptidão...
Formei estrelas
Das sementes que plantei,
Seres fortes eu gerei
Com amor e dedicação...
Sou a coberta,
Sou a manta do carinho,
Vivi como um passarinho,
De zelar eu fui capaz...
Sou como um rio,
Fui remanso,
Fui feito um poço,
Mas, agora, faço esforço
Para cantar meus madrigais...
Eu faço versos com as cores do destino,
Minhas mãos em desatino
Já não sabem mais parar...
E vou tecendo
Nas cordas do violino,
Minha voz em desalinho
Canto e sonho nos trigais...
A vida é bela,
Mas, quando se é criança,
E, no meio dessa dança
O meu sonho se refaz...
Eu fico atenta,
Tudo muda no caminho,
Tomei conta do meu ninho
Para poder viver em paz...
E hoje canto,
Vou sonhar com minha estrela
Vou buscar luz verdadeira,
Ser poeta das vestais!...
Serei valente
Nos meus dias outonais,
Vão brotar da minha pena
Longos versos estivais...
Sou teimosa,
Vou bem cheia de meiguice
Para lembrar a meninice
Em poemas colossais...
E vou falar
Nos meus versos só do amor,
Vou fazer canteiro em flor
Espalhar pelos quintais!...
_________________________________________
|