Usina de Letras
Usina de Letras
236 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->34. A UM INSURGENTE -- 20/05/2001 - 08:36 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Caro Senhor:

Atrevo-me a dirigir-lhe algumas palavras, muito embora tenha a certeza de que não obterei sucesso com as minhas recomendações de moderação nas atitudes contra a sociedade. Poderia chamá-lo de Carlos ou de Reginaldo e teria acertado exatamente o seu nome, porque você tem vários apelidos e não se deixa identificar de maneira alguma, vivendo completamente à margem da lei.

No entanto, prescrevem-me as diretrizes da cordura e da civilização que devo respeitar o seu livre-arbítrio, conquanto não tenha de aturar os desplantes de sua personalidade revoltada, que faz inundar alguns corações com o fel da desilusão e do sofrimento.

E de que me valerá este intento frustro de complexa redação? Não estou a correr o risco de novas decepções, sabendo que o seu nível escolar é deveras insignificante, muito embora tenha a inteligência aguda e atilada para a maldade de toda a hora?

Perguntas que eu saberia responder de maneira pessimista, atentando para os deslizes de seus procedimentos atuais e históricos. Entretanto, existe o amanhã. Dizer que a Deus pertence é dizer as coisas pela metade. Ocorre que o evoluir é de lei e todas as criaturas avançarão pelos caminhos do Senhor, havendo o momento sublime de se passar pela porta estreita, o que significa que teremos de nos ocupar em conhecer as conseqüências de todos os nossos atos maliciosos, até mesmo quando, sorrateiramente, queremos que haja desculpas naturais para as próprias faltas.

Ninguém irá receber o indulto do Pai, tenha você, meu irmão Carlos, certeza absoluta disso. Quando afirmarmos que fomos vítimas de injustiças, que os nossos familiares sofreram atentados, que vivemos miseravelmente enquanto outros nadavam em ouro, que a cor da nossa pele não combinava com os anseios de pureza da maioria, negros entre brancos ou brancos entre negros, que a nossa raça sofreu a perseguição de outra raça que de nós se diferençava apenas por um linguajar e certos costumes estranhos, e assim por diante, apenas estaremos tentando justificar o injustificável, dado que a lei de amor nos obriga a considerarmos que todos somos igualmente filhos do mesmo Pai.

Carlos, meu caro, não há saída. Você irá regressar ao etéreo clamando contra as pessoas que para cá o enviarão, porque a isso você os força, e aqui irá deparar-se com aqueles que você mesmo enviou. Ora, se você se mantém num círculo, vamos dizer assim, das mais baixas vibrações morais, os que estiverem ao seu lado terão os mesmos direitos à maldade e à vingança, o que redundará em lutas, em dores, em desesperos, em desgraças, em reencarnações sofridas, cheias de provações, até que sua atitude se ajeite no sentido de favorecer a aprendizagem das diretrizes cristãs.

Lamentavelmente, meu caro, a nossa convivência aí no mundo foi cheia de percalços, numa época em que minha capacidade de influenciação era praticamente nula quanto às pessoas que se arrogavam o direito de cometer todo tipo de crime, sob os impulsos menos policiados pela consciência. Daqui, posso ver agora que, ainda que meus recursos fossem imensos, mesmo assim não iria conseguir convencê-lo a mudar para melhor, no sentido de se proporcionar a oportunidade do resgate dos débitos.

Claro está que posso escudar-me no clássico exemplo de Jesus levado ao sacrifício supremo, pois é mais ou menos isso que desejo demonstrar quanto ao fato de não me haver proposto a auxiliá-lo. Sendo assim, agora que me resguardo nesta esfera em que, tranqüilo, tenho uma visão mais abrangente da vida, devo adverti-lo para que realize um lógico levantamento das pessoas em quem você confia, para saber quantas estão aptas a oferecer-lhe uma rota para a salvação.

Possa o Senhor despertá-lo para a verdade!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui