Matuto, velho criado
Nas ordens do coronel
Sempre foi um pé rapado
Mas lhe tiravam o chapéu
Hoje não é mais lembrado
Nada restou no papel
Mas naquele tempo longe
Lá na Fazenda Ingázinha
A lida era bem grande
Era uma primazia
E hoje já não se tange
Como antes se tangia
O bravo vaqueiro Osmar
Era pau pra toda obra
Sua vida era lidar
Com bicho a toda prova
Rês não deixava faltar
Pois conhecia a manobra
Mas um dia conheceu
Aquela que era Fulô
Ele logo percebeu
Que queria seu amor
Logo o peito lhe doeu
E a cabeça endoidou
Uma menina caprichosa
Qque o vaqueiro enganou
A Fulô era uma rosa
Do mais pérfido olor
Nada sendo caridosa
Com seus epinhos o furou
Osmar tinha um ranchinho
Dele não tinha papel
Foi presente do padrinho
O patrão, o coronel
De rês só tinha um poquinho
Mas tinha abelha com mel
Jogou fora tudinho
Para dar ao seu louvor
Não lhe restou um cisquinho
Deu tudo pro seu amor
Neem o cavalo Pretinho
Daquela desgraça escapou
Era um dia de feira
Quando Osmar avistou
Aquela que era a herdeira
Das coisas e do seu amor
Com outro homem, fagueira
Dando o que a ele negou
Com ódio do desafgeto
Pra cima dele partiu
Se errado ou se era certo
O peito dele feriu
Deixando seu coração aberto
Dali logo fugiu
E notícias do Osmar
Ninguém teve nem o viu
Nem por lá por Tangará
Nem no resto do Brasil
Seu mundo foi se acabar
Na boca de um funil
Não há retorno pra flecha
Depois de sido atirada
O fogo precisa de mecha
Pra ter sua chama ativada
Há porta que logo se fecha
E a vida não vale mais nada
Quando se cai em desdita
Por furor da emoção
Por causa de um laço de fita
Perde-se até a razão
A vida pra uns só credita
Dissabor e solidão