Fim de tarde!...
Serena... Parada... Harmonia cândida
Como o apagar de alguma chama,
Como a esperar a magnânima
Mão celeste recolher o sol,
Que incendiando o céu qual um farol
Imenso, ainda arde a iluminar a mata,
Até que, em seu lugar, bem alta,
Rodeada de estrelas, coroada,
Ela aparece, encantadora e fria
Como uma noiva com seu véu de prata
Enchendo o céu de doce magia!
A lua - bela inspiradora dos poetas,
A bela adormecida torna-se desperta,
Deixa a redoma onde era reclusa
E vem, encantadora, a doce musa,
Banhar as almas dos enamorados!...
Oh, divinal visão!...
Que enche nossos olhos com a ilusão
Do sonhador, que almeja em vão
Reter-lhe o brilho, belo e fulgurante
Para banhar o rosto da amante...
Sob o mágico clarão de feiticeira
Espalha, dominadora, com carinho
A sua placidez por uma noite inteira...
Fulgurante enlevo que nos leva crentes
No poder de palmilhar este caminho
E o nosso sonho ver concretizar...
Saber que, à sua luz pode-se amar
E viver de esperança a vida inteira!...
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