Usina de Letras
Usina de Letras
215 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140787)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Religiosos-->FUNDAMENTOS ESPÍRITAS -- 22/02/2005 - 20:28 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
WLADIMIR OLIVIER












FUNDAMENTOS ESPÍRITAS



(CURSO DE ESPIRITISMO PARA INICIANTES)















Edição da CASA DO MÉDIUM

Rua Cinco de Julho, 1184
Indaiatuba — SP



ÍNDICE


Nota explicativa .....................................................
Unidade I
Parábola do semeador .......................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Explicação de Jesus da parábola do semeador ...
Teoria — A infância ..................................................
Meditação ............................................................
Unidade II
Deixai vir a mim as criancinhas ............................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Quem se eleva será rebaixado ..................
Teoria — Pluralidade dos mundos ......................................
Meditação ............................................................
Unidade III
Meu reino não é deste mundo ................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Uma realeza terrestre .........................
Teoria — Finalidade da encarnação ....................................
Meditação ............................................................
Unidade IV
O Consolador prometido por Jesus ...........................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — O advento do Espírito de Verdade ..............
Teoria — Jesus e as leis .............................................
Meditação ............................................................
Unidade V
O maior mandamento .........................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Fora da caridade não há salvação ..............
Teoria — Princípios básicos do Espiritismo ...........................
Meditação ............................................................
Unidade VI
A reencarnação .............................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Necessidade da encarnação .....................
Teoria — O homem .....................................................
Meditação ............................................................
Unidade VII
Poder da fé ................................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — A fé divina e a fé humana .....................
Teoria — Escolha das provas ..........................................
Meditação ............................................................
Unidade VIII
Mãos não lavadas ...........................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Jesus caracteriza a perfeição .................
Teoria — Estado natural ..............................................
Meditação ............................................................
Unidade IX
Olhai as aves do céu .......................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Parábola dos talentos .........................
Teoria — A verdadeira justiça ........................................
Meditação ............................................................
Unidade X
O Cristo consolador ........................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Sopro de esperança ............................
Teoria — A lei do trabalho ...........................................
Meditação ............................................................
Unidade XI
A lei de amor ..............................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — O ódio ........................................
Teoria — Sede brandos e benevolentes .................................
Meditação ............................................................
Unidade XII
O orgulho e a humildade ....................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — O verdadeiro caráter do Espiritismo ...........
Teoria — O que atrai e o que afasta os bons Espíritos ................
Meditação ............................................................
Unidade XIII
Ato de submissão e de resignação ...........................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Prece de aceitação da dor .....................
Teoria — O sentido da prece ..........................................
Meditação ............................................................
Unidade XIV
Pedi e obtereis ............................................
Pesquise, reflita e responda .........................................
Leitura complementar — Qualidades da prece segundo Jesus .............
Teoria — União pela prece ............................................
Reflexão final .......................................................

Bibliografia ...............................................







NOTA EXPLICATIVA





Destina-se esta obra a levantar os pontos essenciais da Doutrina Espírita, para iniciantes interessados em adquirir as noções básicas, mas visando ao encaminhamento a estudos mais avançados e complexos.
Os textos e as questões foram selecionados e propostos pelos Espíritos mentores da Escolinha de Evangelização, cabendo ao médium o mister de enfeixá-los e dá-los à publicação.
A Escolinha é entidade de ensino situada no etéreo espiritual e objetiva estimular os Espíritos-alunos a se aplicarem na aquisição das verdades e virtudes evangélicas, assegurando-lhes formação técnica e moral, para se integrarem em equipes de socorrismo fraterno, quer na ajuda e amparo dos irmãos sofredores, nas áreas mais densas da espiritualidade, quer na orientação dos irmãos encarnados, através da insuflação intuitiva de idéias e propósitos, ou por via da palavra dos médiuns.
A presente proposta de estudos foi organizada em março de 1979, dando seqüência aos trabalhos Caminhos para o Bem Maior, Pregações e Mensagens do Grupo de Análise do Comportamento Humano. Da leitura da série, pode-se inferir que o conjunto das manifestações realiza plano cuja finalidade é propiciar aos encarnados, a partir de sua iniciação, meios seguros para elaborar concepção de vida à luz dos princípios espíritas, segundo a codificação kardeciana. Sendo assim, este roteiro tanto serve para que a pessoa se enfronhe individualmente nos principais temas do Espiritismo, quanto sob a orientação dos evangelizadores dos centros espíritas.
Que a benevolência dos amigos aceite este atrevimento editorial e que Jesus nos cubra com seu manto protetor!







UNIDADE I





PARÁBOLA DO SEMEADOR



Saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar; e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas coisas lhes falou por parábolas, e dizia:
— Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol a queimou; e porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra, e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.
(Mateus, XIII: 1-8.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Sabe você o que é parábola? Conte uma.
2. Que sementes Jesus estava semeando?
3. Quem são os pássaros que comem as sementes de Jesus?
4. Quem faz brotar logo as sementes que o sol queima?
5. Quais sãos os espinheiros que abafam o crescimento das plantas?
6. Conhece você alguém que tenha dado cem por um na sua semeadura?




Leitura complementar



EXPLICAÇÃO DE JESUS DA PARÁBOLA DO SEMEADOR


— A todos os que ouvem a palavra do reino, e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo antes de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza. O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera. Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica, e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.
(Mateus, XIII: 19-23.)




Teoria



A INFÂNCIA


As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-se-lhes as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o conseqüente castigo exclusivamente sobre elas recai.
Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza. Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas, sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos.
[...] A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.
Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.
(O Livro dos Espíritos, 385.)




Meditação



1. É tão desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito que anima o corpo de uma criança?
2. Abstraindo do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, o Espírito, numa criancinha, pensa como criança ou como adulto?
3. Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de infância?
(O Livro dos Espíritos, 379, 380, 383.)







UNIDADE II





DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS



Então lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes:
— Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele.
Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.
(Marcos, X: 13-16.)




Pesquise, reflita e responda:


1. É você capaz de imaginar por que os discípulos afastavam os que desejavam levar as crianças ao Cristo?
2. Quem eram esses discípulos?
3. Por que Jesus se indignou com eles?
4. Está certo dizer-se: "O reino dos céus é das criancinhas"?
5. Por que Jesus amava as criancinhas?
6. Imagine a bênção de Jesus: que palavras teria ele dito?




Leitura complementar



QUEM SE ELEVA SERÁ REBAIXADO


Aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando:
— Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?
E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse:
— Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.
(Mateus, XVIII: 1-5.)




Teoria



PLURALIDADE DOS MUNDOS


Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.
(O Livro dos Espíritos, 55.)




Meditação



1. São habitados todos os globos que se movem no espaço?
2. É a mesma a constituição física dos diferentes globos?
3. Não sendo uma só para todos a constituição física dos mundos, seguir-se-á tenham organizações diferentes os seres que os habitam?
4. Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?
(O Livro dos Espíritos, 55, 56, 57, 58.)







UNIDADE III





MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO



Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe:
— És tu o rei dos judeus?
Respondeu Jesus:
— Vem de ti mesmo esta pergunta, ou to disseram outros a meu respeito?
Replicou Pilatos:
— Porventura sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste?
Respondeu Jesus:
— O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.
Então lhe disse Pilatos:
— Logo tu és rei?
Respondeu Jesus:
— Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
(João, XVIII: 33-37.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Quem foi Pilatos? Por que lavou ele as mãos?
2. Por que perguntou Pilatos a Jesus se era rei dos judeus?
3. Se o reino de Jesus não é deste mundo, de onde é então?
4. De que verdade veio Jesus dar testemunho?
5. Como se deve fazer para escutar a voz a Jesus?




Leitura complementar



UMA REALEZA TERRESTRE


Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: "O meu reino não é deste mundo"? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como não compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!
Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.
Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer para chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.
Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.
Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra; não o esqueçais. — Uma Rainha de França.
(O Ev. S. o Esp., II: 8.)




Teoria



FINALIDADE DA ENCARNAÇÃO


Deus lhes impõe [aos Espíritos] a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
(O Livro dos Espíritos, 132.)




Meditação



1. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem?
2. De que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
(O Livro dos Espíritos, 133, 133-a.)







UNIDADE IV





O CONSOLADOR PROMETIDO POR JESUS



— Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
[...] o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
(João, XIV: 15-17; 26.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Quais são os mandamentos de Jesus Cristo?
2. Prove que Jesus Cristo foi um Consolador.
3. O Espírito de Verdade trará novos conhecimentos?
4. Segundo sua opinião, terá o texto de Jesus o objetivo de anunciar o Espiritismo? Explique sua resposta.
5. Cite alguns dos ensinamentos do Espiritismo.
6. Procure n O Evangelho Segundo o Espiritismo as explicações que Allan Kardec deu para este texto de Jesus e compare-as às suas respostas. Veja se você consegue completar as suas próprias observações.




Leitura complementar



O ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE


Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinarem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: "Vinde a mim, todos vós que sofreis."
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." — O Espírito de Verdade.
(O Ev. S. o Esp., VI: 5.)




Teoria



JESUS E AS LEIS


Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.
Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens.
(O Livro dos Espíritos, 625.)




Meditação



1. Que se deve entender por lei natural?
2. É eterna a lei de Deus?
3. As leis divinas, que é o que compreendem no seu âmbito? Concernem a alguma outra coisa, que não somente ao procedimento moral?
4. São as mesmas, para todos os mundos, as leis divinas?
(O Livro dos Espíritos, 614, 615, 617, 618.)







UNIDADE V





O MAIOR MANDAMENTO



Os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da lei, experimentando-o, lhe perguntou:
— Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
Respondeu-lhe Jesus:
— "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento." Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
(Mateus, XXII: 34-40.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Quem eram os fariseus? E os saduceus?
2. Que fazia um intérprete da lei?
3. Como pode o homem cumprir o maior e primeiro mandamento?
4. Por que diz Jesus que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro?
5. Podemos chegar à conclusão de que, para cumprirmos os dois mandamentos maiores, devemos observar a máxima: Fora da caridade não há salvação? Por quê?
6. Quem é o seu próximo?




Leitura complementar



FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO


Meus filhos, na sentença: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume da caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe, o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. — Paulo, o apóstolo.
(O Ev. S. o Esp., XV: 10.)




Teoria



PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ESPIRITISMO


A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base. Se a estas questões:

Credes em Deus?
Credes que tendes uma alma?
Credes na sobrevivência da alma após a morte?

responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei; desejara que assim fosse, mas não tenho certeza disso, o que, quase sempre, equivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz. Porque, em suma, as manifestações espíritas não são mais do que efeitos das propriedades da alma. Com semelhante interlocutor, se se não quiser perder tempo, ter-se-á que seguir muito diversa ordem de idéias.
Admitida que seja a base, não como simples probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, dela muito naturalmente decorrerá a existência dos Espíritos.
(O Livro dos Médiuns, 4.)




Meditação



1. Que é Deus?
2. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
3. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
4. Que é o Espírito?
5. Que é a alma?
(O Livro dos Espíritos, 1, 4, 9, 23, 134.)







UNIDADE VI





A REENCARNAÇÃO



Havia, entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse:
— Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
A isto respondeu Jesus:
— Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Perguntou-lhe Nicodemos:
— Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
Respondeu Jesus:
— Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
Então lhe perguntou Nicodemos:
— Como pode suceder isso?
Acudiu Jesus:
— Tu és mestre em Israel, e não compreendes estas cousas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto, contudo não aceitais o nosso testemunho. Se tratando de cousas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem.
(João, III: 1-12.)



Pesquise, reflita e responda:


1. Você é capaz de citar um dos sinais de Jesus?
2. Nicodemos confundiu reencarnação com ressurreição. Sabe você estabelecer a diferença? Explique.
3. Sabendo que o termo água simboliza a natureza material, o que você acha que simboliza o termo Espírito?
4. Por que é importante saber que o Espírito reencarna?
5. Pode você oferecer alguma prova da reencarnação?




Leitura complementar



NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO


— É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação, para todos os Espíritos, é um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. — S. Luís.
(O Ev. S. o Esp., IV: 25.)




Teoria



O HOMEM


O homem é formado de três partes essenciais:
1o. — o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2o. — a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3o. — o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca.
(O Livro dos Espíritos, 135-a.)




Meditação



1. Que seria o nosso corpo se não tivesse alma?
2. Um Espírito pode encarnar a um tempo em dois corpos diferentes?
3. A alma tem, no corpo, sede determinada e circunscrita?
4. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
5. A alma passa por muitas existências corporais?
6. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
(O Livro dos Espíritos, 136-b, 137, 146, 166, 166-b, 167.)







UNIDADE VII





PODER DA FÉ



Quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse:
— Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e outras muitas, na água. Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.
Jesus exclamou:
— Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino.
E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado.
Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular:
— Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?
E ele lhes respondeu:
— Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.
(Mateus, XVII: 14-21.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Qual era o sofrimento da criança?
2. Ao curar o menino, Jesus teria praticado um milagre?
3. Por que Jesus acusou os discípulos de incrédulos?
4. Você saberia dizer a que montanha Jesus se referiu?
5. Faça uma distinção entre fé cega e fé racional.
6. Como você demonstra sua fé em Deus?




Leitura complementar



A FÉ DIVINA E A FÉ HUMANA


No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Até o presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. — Um Espírito protetor.
(O Ev. S. o Esp., XIX: 12.)




Teoria



ESCOLHA DAS PROVAS


Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ides agora perguntar por que decretou ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.
(O Livro dos Espíritos, 258-a.)




Meditação



1. Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas?
2. Poderá dar-se que Espíritos vindos de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, por exemplo, nasçam no seio de povos civilizados?
3. Que é o que dirige o Espírito na escolha das provas que queira sofrer?
4. Nas provações que lhe cumpre passar para atingir a perfeição, tem o Espírito que sofrer tentações de toda natureza? Tem que se achar em todas as circunstâncias que possam excitar-lhe o orgulho, a inveja, a avareza, a sensualidade, etc.?
5. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?
(O Livro dos Espíritos, 268, 272, 264, 261, 259.)







UNIDADE VIII





MÃOS NÃO LAVADAS



Um fariseu o convidou [a Jesus] para ir comer com ele; então, entrando, tomou lugar à mesa. O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara primeiro, antes de comer. O Senhor, porém, lhe disse:
— Vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o exterior não é o mesmo que fez o interior? Antes dai esmola do que tiverdes, e tudo vos será limpo. Mas ai de vós, fariseus, porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, e desprezais a justiça e o amor de Deus! Devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas.
(Lucas, XI: 37-42.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Por que era importante para o fariseu lavar as mãos antes da refeição?
2. Por que Jesus não lavou as mãos?
3. Que rapinas e perversidades podem encher os corações?
4. Qual é a importância de se cuidar do interior?
5. Devemos concluir que Jesus admitia desleixo com o exterior?
6. Como proceder para se ter uma vida regrada segundo os ensinamentos de Jesus?




Leitura complementar



JESUS CARACTERIZA A PERFEIÇÃO


Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele fez nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
(Mateus, V: 43-48.)




Teoria



ESTADO NATURAL


O estado de natureza é a infância da Humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral. Sendo perfectível e trazendo em si o gérmen do seu aperfeiçoamento, o homem não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, como não o foi a viver eternamente na infância. Aquele estado é transitório para o homem, que dele sai por virtude do progresso e da civilização. A lei natural, ao contrário, rege a Humanidade inteira e o homem se melhora à medida que melhor a compreende e pratica.
(O Livro dos Espíritos, 776.)




Meditação



1. Pode o homem retrogradar para o estado de natureza?
2. A força para progredir, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento?
3. Segue sempre marcha progressiva e lenta o aperfeiçoamento da Humanidade?
4. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?
5. Qual o maior obstáculo ao progresso?
(O Livro dos Espíritos, 778, 779, 783, 784, 785.)







UNIDADE IX





OLHAI AS AVES DO CÉU



Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
(Mateus, VI: 19-21.)

Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?
Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: "Que comeremos? Que beberemos?" ou: "Com que nos vestiremos?", porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
(Mateus, VI: 25-34.)




Pesquise, reflita e responda:


l. Cite alguns tesouros que se podem acumular no céu.
2. Por que o homem não pode aumentar de um côvado o curso de sua vida?
3. Que vícios Jesus censurou nestes sermões?
4. Quem eram os gentios no tempo de Jesus? E hoje em dia?
5. Prove que Deus é naturalmente justo.
6. Será que Jesus estava pregando aos homens que não trabalhassem?




Leitura complementar



PARÁBOLA DOS TALENTOS


Um homem, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e então partiu.
O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou conta com eles.
Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo:
— Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
Disse-lhe o senhor:
— Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor.
E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse:
— Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
Disse-lhe o senhor:
— Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor.
Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse:
— Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondeu-lhe, porém, o senhor:
— Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
(Mateus, XXV: 14-30.)




Teoria



A VERDADEIRA JUSTIÇA


Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. Não sendo natural que haja quem deseje o mal para si, desde que cada um tome por modelo o seu desejo pessoal, é evidente que nunca ninguém desejará para o seu semelhante senão o bem. Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças, sempre o homem se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo.
(O Livro dos Espíritos, 876.)




Meditação



1. Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais?
2. Como se pode definir a justiça?
3. O sentimento da justiça está na natureza, ou é resultado de idéias adquiridas?
4. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?
(O Livro dos Espíritos, 877, 875, 873, 879.)







UNIDADE X





O CRISTO CONSOLADOR



Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
(Mateus, XI: 28-30.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Que aflições podem sobrecarregar-nos?
2. Qual jugo deveremos tomar?
3. Por que Jesus possui mansuetude e humildade de coração?
4. Para que serve à alma repousar?




Leitura complementar



SOPRO DE ESPERANÇA


Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas.
Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente. — O Espírito de Verdade.
(O Ev. S. o Esp., VI: 6.)




Teoria



A LEI DO TRABALHO


Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter de viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.
(O Livro dos Espíritos, 685.)




Meditação



1. A lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?
2. Por que o trabalho se impõe ao homem?
3. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes para lhe assegurarem a existência?
4. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais?
5. Que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?
(O Livro dos Espíritos, 647, 676, 679, 681, 685-a.)







UNIDADE XI





A LEI DE AMOR



O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos. quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germens latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. — Lázaro.
(O Ev. S. o Esp., XI: 8.)




Pesquise, reflita e responda:


1. O amor é um instinto, uma sensação ou um sentimento?
2. Socialmente, em que a lei de amor é importante?
3. Por que os mártires desceram ao circo?
4. Em que o Espiritismo vem aumentar a esperança dos homens?
5. Como nós devemos proceder para cultivar o Espírito?




Leitura complementar



O ÓDIO


Amai-vos uns aos outros e sereis felizes. Tomai sobretudo a peito amar os que vos inspiram indiferença, ódio, ou desprezo. O Cristo, que deveis considerar modelo, deu-vos o exemplo desse devotamento. Missionário do amor, ele amou até dar o sangue e a vida por amor. Penoso vos é o sacrifício de amardes os que vos ultrajam e perseguem; mas, precisamente, esse sacrifício é que vos torna superiores a eles. Se os odiásseis, como vos odeiam, não valeríeis mais do que eles. Amá-los é a hóstia imácula que ofereceis a Deus na ara dos vossos corações, hóstia de agradável aroma e cujo perfume lhe sobe até o seio. Se bem a lei de amor mande que cada um ame indistintamente a todos os seus irmãos, ela não couraça o coração contra os maus procederes; esta é, ao contrário, a prova mais angustiosa, e eu o sei bem, porquanto, durante a minha última existência terrena, experimentei essa tortura. Mas Deus lá está e pune nesta vida e na outra os que violam a lei de amor. Não esqueçais, meus queridos filhos, que o amor aproxima a Deus a criatura e o ódio a distancia dele. — Fénelon.
(O Ev. S. o Esp., XII: 10.)




Teoria



SEDE BRANDOS E BENEVOLENTES


— Dar-se-á que reproveis a esmola?

Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração pouco se comoverá.
Lembrai-vos também de que, aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: "Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der." Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho.
Deve-se distinguir a esmola propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação.
Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instruí os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus. — São Vicente de Paulo.
(O Livro dos Espíritos, 888-a.)




Meditação



1. Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
2. Como se pode definir a justiça?
3. Se cada um atribuir a si mesmo direitos iguais aos de seu semelhante, que virá a ser da subordinação aos superiores? Não será isso a anarquia de todos os poderes?
4. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?
5. Jesus também disse: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
6. Será uma virtude o amor materno, ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais?
(O Livro dos Espíritos, 880, 875, 878-a, 879, 887, 890.)







UNIDADE XII





O ORGULHO E A HUMILDADE



[...] A humildade é virtude muito esquecida entre vós. Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo? Oh! não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem. Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo. Lembrai-vos daquele que vos salvou; lembrai-vos da sua humildade, que tão grande o fez, colocando-o acima de todos os profetas.
O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometia o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre. Julgam que os títulos e as riquezas lhes são devidos, pelo que, quando Deus lhos retira, o acusam de injustiça. Oh! irrisão e cegueira! Pois, então, Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? Terá o Criador feito duas espécies de homens? Tudo o que Deus faz é grande e sábio; não lhe atribuais nunca as idéias que os vossos cérebros orgulhosos engendram.
[...] Despertai, meus irmãos, meus amigos. Que a voz dos Espíritos ecoe nos vossos corações. Sede generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, fazei o bem com humildade. Que cada um proceda pouco a pouco à demolição dos altares que todos ergueram ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos e tereis o reino da verdade. Não continueis a duvidar da bondade de Deus, quando dela vos dá ele tantas provas. Vimos preparar os caminhos para que as profecias se cumpram. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais retumbante da sua clemência, que o enviado celeste já vos encontre formando uma grande família; que os vossos corações, mansos e humildes, sejam dignos de ouvir a palavra divina que ele vos vem trazer; que ao eleito somente se deparem em seu caminho as palmas que aí tenhais deposto, volvendo ao bem, à caridade, à fraternidade. Então, o vosso mundo se tornará o paraíso terrestre. Mas, se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos enviados para depurar e renovar a vossa sociedade civilizada, rica de ciências, mas, no entanto, tão pobre de bons sentimentos, ah!, então não vos restará senão chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não será. Voltai para Deus, vosso pai, e todos nós que houvermos contribuído para o cumprimento da sua vontade entoaremos o cântico de ação de graças, agradecendo-lhe a inesgotável bondade e glorificando-o por todos os séculos dos séculos. Assim seja. — Lacordaire.
(O Ev. S. o Esp., VII: 11.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Dê dois exemplos de atos humildes.
2. Cite um fato em que o orgulho se mostre.
3. Qual é a diferença espiritual entre ricos e pobres?
4. Qual é a maior dificuldade para se vencer o orgulho?
5. Qual a missão dos Espíritos e do Espiritismo?




Leitura complementar



O VERDADEIRO CARÁTER DO ESPIRITISMO


Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus. — O Espírito de Verdade.
(O Ev. S. o Esp., prefácio.)




Teoria



O QUE ATRAI E O QUE AFASTA OS BONS ESPÍRITOS


As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.
Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não fora essa imperfeição, teriam podido tornar-se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de Espíritos mentirosos, aniquilaram-se e mais de um se viu humilhado por amaríssimas decepções.
O orgulho, nos médiuns, traduz-se por sinais inequívocos, a cujo respeito tanto mais necessário é se insista, quanto constitui uma das causas mais fortes de suspeição, no tocante à veracidade de suas comunicações. Começa por uma confiança cega nessas mesmas comunicações e na infalibilidade do Espírito que lhas dá. Daí um certo desdém por tudo que não venha deles: é que julgam ter o privilégio da verdade. O prestígio dos grandes nomes, com que se adornam os Espíritos tidos por seus protetores, os deslumbra e, como neles o amor próprio sofreria, se houvessem de confessar que são ludibriados, repelem todo e qualquer conselho; evitam-nos mesmo, afastando-se de seus amigos e de quem quer que lhes possa abrir os olhos. Se condescendem em escutá-los, nenhum apreço lhes dão às opiniões, porquanto duvidar do Espírito que os assiste fora quase uma profanação. Aborrecem-se com a menor contradita, com uma simples observação crítica e vão às vezes ao ponto de tomar ódio às próprias pessoas que lhes têm prestado serviço. Por favorecerem a esse insulamento a que os arrastam os Espíritos que não querem contraditores, esses mesmos Espíritos se comprazem em lhes conservar as ilusões, para o que os fazem considerar coisas sublimes as mais polpudas absurdidades. Assim, confiança absoluta na superioridade do que obtêm, desprezo pelo que deles não venha, irrefletida importância dada aos grandes nomes, recusa de todo conselho, suspeição sobre qualquer crítica, afastamento dos que podem emitir opiniões desinteressadas: tais as características dos médiuns orgulhosos.
Devemos também convir em que, muitas vezes, o orgulho é despertado no médium pelos que o cercam. Se ele tem faculdades um pouco transcendentes, é procurado e gabado e entra a julgar-se indispensável. Logo toma ares de importância e desdém, quando presta a alguém o seu concurso. Mais de uma vez tivemos motivo de deplorar elogios que dispensamos a alguns médiuns, com o intuito de os animar.
(O Livro dos Médiuns, 227-228.)




Meditação



1. Qual a mais meritória de todas as virtudes?
2. Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?
3. Sendo a vida corpórea apenas uma estada temporária neste mundo e devendo o futuro constituir objeto da nossa principal preocupação, será útil nos esforcemos por adquirir conhecimentos científicos que só digam respeito às coisas e às necessidades materiais?
4. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?
5. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
(O Livro dos Espíritos, 893, 895, 898, 903, 919.)







UNIDADE XIII





ATO DE SUBMISSÃO E DE RESIGNAÇÃO



Quando um motivo de aflição nos advém, se lhe procurarmos a causa, amiúde reconheceremos estar numa imprudência ou imprevidência nossa, ou, quando não, em um ato anterior. Em qualquer desses casos, só de nós mesmos nos devemos queixar. Se a causa de um infortúnio independe completamente de qualquer ação nossa, é ou uma prova para a existência atual, ou expiação de falta de uma existência anterior, caso, este último, em que, pela natureza da expiação, poderemos conhecer a natureza da falta, visto que somos sempre punidos por aquilo em que pecamos.
No que nos aflige, só vemos, em geral, o presente e não as ulteriores conseqüências favoráveis que possa ter a nossa aflição. Muitas vezes, o bem é a conseqüência de um mal passageiro, como a cura de uma enfermidade é o resultado dos meios dolorosos que se empregaram para combatê-la. Em todos os casos devemos submeter-nos à vontade de Deus, suportar com coragem as tribulações da vida, se queremos que elas nos sejam levadas em conta e que se nos possam aplicar estas palavras do Cristo: "Bem-aventurados os que sofrem."
(O Ev. S. o Esp., XXVIII: 30.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Qual é a causa mais comum de nossas aflições?
2. Que representa um infortúnio que não depende de qualquer ação nossa?
3. Conte algum caso em que haja expiação de uma falta anterior.
4. Há males que vêm para bem? Exemplifique.
5. Qual é o remédio mais eficaz para as tribulações da vida?




Leitura complementar



PRECE DE ACEITAÇÃO DA DOR


Meu Deus, és soberanamente justo; todo sofrimento, neste mundo, há, pois, de ter a sua causa e a sua utilidade. Aceito a aflição que acabo de experimentar, como expiação de minhas faltas passadas e como prova para o futuro.
Bons Espíritos que me protegeis, dai-me forças para suportá-la sem lamentos. Fazei que ela me seja um aviso salutar; que me acresça a experiência; que abata em mim o orgulho, a ambição, a tola vaidade e o egoísmo; que contribua para o meu adiantamento.
(O Ev. S. o Esp., XXVIII: 31.)




Teoria



O SENTIDO DA PRECE


As vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser suportadas até ao fim; mas, Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de vós os bons Espíritos e, dando-vos estes a força de suportá-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Hemos dito que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora, o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará, bem o sabes. Demais, não é possível que Deus mude a ordem da natureza ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto de vista mesquinho e do da vossa vida efêmera, vos parece um grande mal é quase sempre um grande bem na ordem geral do Universo. Além disso, de quantos males não se constitui o homem o próprio autor, pela sua imprevidência ou pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou. Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supondes. Julgais, de ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou da força das coisas. Muitas vezes também, as mais das vezes mesmo, ele vos sugere a idéia que vos fará sair da dificuldade pelo vosso próprio esforço.
(O Livro dos Espíritos, 663.)




Meditação



1. Agrada a Deus a prece?
2. Qual o caráter geral da prece?
3. Pode-se, com utilidade, orar por outrem?
4. Pode-se orar aos Espíritos?
5. Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de abrandar a justiça de Deus?
(O Livro dos Espíritos, 658, 659, 662, 666, 664.)







UNIDADE XIV





PEDI E OBTEREIS



Propôs [Jesus] esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um fariseu e o outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si, desta forma:
— Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
— Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o se humilha, será exaltado.
(Lucas, XVIII: 9-14.)




Pesquise, reflita e responda:


1. Os fariseus, você sabe quem eram. Explique agora quem eram os publicanos.
2. Sabendo que adúltero significava traidor, traiçoeiro, forneça pelo menos uma palavra de significado contrário.
3. Acha você que jejuar ou pagar os dízimos são atos de piedade perante Deus?
4. Qual era o maior defeito da oração do fariseu?
5. Qual era a maior virtude da prece do publicano?
6. Reze o pai-nosso e faça uma apreciação a respeito do valor das palavras.




Leitura complementar



QUALIDADES DA PRECE SEGUNDO JESUS


Quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
Vós, porém, quando orardes, entrai no vosso quarto, e, fechada a porta, orareis a vosso Pai que está em secreto; e vosso Pai, que vê em secreto, vos recompensará.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.
(Mateus, VI: 5-8.)




Teoria



UNIÃO PELA PRECE


Aos homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação contém a de empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse fim. Se é certo que nada pode fazer que o Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de aplicá-la a todas as ações do Espírito, não menos certo é que a prece que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, para este, um testemunho de que dele vos lembrais, testemunho que forçosamente contribuirá para lhe suavizar os sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais ligeiro arrependimento, mas só então, é socorrido. Nunca, porém, será deixado na ignorância de que uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade. Em conseqüência, crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor que o Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei do amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito. — Monod.
(O Livro dos Espíritos, 665.)


Reflexão final

O amor e a caridade são o complemento da lei da justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
(O Livro dos Espíritos, 886.)





BIBLIOGRAFIA



_ _ _ _ _ _ _ _ _ — A Bíblia Sagrada. Trad. de João Ferreira de Almeida.
Ed. rev. e atual. Rio, Sociedade Bíblica do Brasil, 1959.

KARDEC, Allan — O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon
Ribeiro. 82a. ed., Rio, Federação Espírita Brasileira [1981]

_____________ — O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 70a.
ed., Rio, Federação Espírita Brasileira [1989]

_____________ — O Livro dos Médiuns. Trad. de Guillon Ribeiro. 34a.
ed., Rio, Federação Espírita Brasileira [1976]





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui