Falemos de São Crispim,
Santo e mártir dos católicos.
Seria santo p ra mim,
P ros egeus e p ros eólicos?
Caríssimo Wladimir,
Mantenha o espírito frio,
Se quiser bem prosseguir
Navegando neste rio.
É lamentável que tenha
Tão curta a sua memória,
Mas é bom que se mantenha
Pelo menos esta história.
Sentimos no seu cansaço
Intensa desilusão.;
Mas não nos negue o seu braço,
Nem afaste o coração.
É preciso ser bem rápido
Ao apanhar os ditados.;
É bom não ficar apático,
Com estes versos errados.
Haveremos de algum dia
Fornecer-lhe bons versinhos,
P ra sua grande alegria
E destes seus irmãozinhos.
Jorram os versos completos,
As quadras saem perfeitas,
Os temas estão corretos,
As idéias nascem feitas.
Mas nos falta inspiração,
Na hora de examinar
O que devemos treinar
Com muita moderação.
Falar tão-só destes versos
É fútil repetição:
Ficam os temas dispersos,
Em imensa vastidão.
Sabemos que estamos dando
Bem pouca satisfação.
Queremos estar somando:
Provocamos divisão.
É preciso ter paciência,
Calma, amor, moderação,
E manter a obediência
Bem dentro do coração.
Vão os versos sendo feitos
Um a um, com alegria.
Podem não estar perfeitos,
Nem chamar isto poesia,
Pois os temas são estreitos,
Não demonstram harmonia,
Entretanto a nossa gente
Vai treinando humildemente.
Certamente, um outro dia,
Estaremos mais espertos,
Apurando a melodia,
Com pensamentos abertos.
Às vezes, o pensamento
Não se expressa com firmeza.
Eis que aparece o momento
De demonstrar esperteza,
Passando a bola p ro irmão
Que nos apanha o ditado,
Que não fica magoado,
Ao fazer a correção.
Este dia, certamente,
Não ficará demarcado
No caderno do escrevente,
P ra vir a ser exaltado.
São pobres as nossas rimas,
São chulos os nossos versos,
Mesmo que usemos as limas,
P ra aplainar os mais perversos.
É que não temos sofrido
Na busca da perfeição.
Alguns são bons, mas duvido
Que se alegre o coração.
Vamos dar por encerrado,
Por ora, o nosso cantar.;
É o que tem mais desejado
O nosso amigo falar.
Na hora da despedida,
Precisamos nos lembrar
Do Pai que nos deu a vida,
E a quem devemos amar,
Para ver agradecida
A noss’arte de rimar,
Conquanto não estejamos
Sentindo o coração leve,
O que virá dentro em breve,
Que o vento balança os ramos.
Mais tarde aqui estaremos
P ra fazer as correções:
O galé empunha os remos,
Sem ter quaisquer ilusões.
Obrigado, bom amigo:
Conserve a paz do Senhor!
Não fique bravo comigo,
Vá mantendo o seu ardor,
Da bondade no abrigo,
E vibre de puro amor
Sem ter grandes pretensões,
P ra não ter desilusões.
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