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Poesias-->SAUDADES -- 13/10/2003 - 01:08 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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ah, a madrugada - suas asas delicadas...
tonta, absolutamente ausente de qualquer coisa
que não seja tu
que não seja teu olhar no meu enquanto o gozo da tua alma me tomasse
enquanto não fosse eu, realizada a tua amada
- cavalgar de ondas, hoje distantes
ah, estou em lágrimas
e minha dor é oceano
repleto das flores murchas do teu silêncio
sou eu o que fizeste de mim
bebeste minha alegria
- derramo as lágrimas todas da minha dor
- finalmente admito, sofro!
confesso que fujo
parto, com as lembranças do teu falo
arrumo as malas da alma
para, distante,
afogar minha saudade em terras novas
para que não possas alcançar-me
e novamente
enganar-me
para que não possas beber do meu amor
e abandoná-lo!
sei que tu sofres
mas é covardia o que te toma
meu amor é pouco para fazer-te desfraldar as velas da paixão
meu amor é pequeno para encorajar-te!
eu poderia correr para os teus braços
mas jamais procurarei por ti
jamais me jogarei aos pés do amor
para implorar o que mais quero - teu beijo
assim, escolho - parto
para tão longe que jamais me encontrarás
parto para tão longe que minha alma
será sombra nestas terras
parto para não mais voltar
meu amor será, então o vago verso que guardares
meu amor será uma nostalgia tão fina
que partirá teu peito em mil pedaços
quando distante
eu chorar por ti!
nada terás de mim
só o mesmo silêncio que me destes!
estaremos, o meu amor, o teu, mortos de pena
distantes, ocos,
como éramos antes.
estaremos frios.
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