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Poesias-->SOLIDÃO -- 04/10/2000 - 19:42 (Nelson Haroldo C Anjos) |
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SOLIDÃO
Quando este poema
bater em tua porta,
tocai os sinos!
Os versos não são ferinos,
eles falam do silencio, do exílio
e das gotas dos dias na ampulheta,
onde o meu tempo morre da paixão,
e na escuridão do meu leito
a noite transverte-se de solidão!
Há vento
que nem o alento
dentre os ventos
me traz o teu silencio,
e não sei, se a ti pertenço...
A solidão é dor, a solidão é fera
são cigarros acesos, são tragadas
é o morrer aos poucos,
e olhar para o nada!
A solidão não é visagem
advém das paragens...
A paixão esta na paisagem
e mora na outra margem!
A solidão é o rosto e o exílio da alma
é a volta da noite e o retrato do dia...
Do meu leito revela-se a tormenta
me foste luz! E porque a lua fugiria?
Ah... Como são vagas as minhas noites!
Esta lua, esta noite
sinto o aperto, queria ter-te,
afogar-me, dilacerar-me em teus beijos!
Esta volúpia é benfazeja
ainda que eu fosse em pensamentos
e tu me viesse em lampejos
me diz então, ainda somos nós?
Cruel!
Sou todo desejo...
Mata-me no silencio da tua voz!
Noites do ocaso, em jarros chineses
ornamentando a solidão de um leito qualquer...
Nhca
set/99
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