----- Linha a linha, fui por ali abaixo, Kaká, estendido no seu verbo escrito, moído e remoído de revolta, suspenso, pendurado por corda invisível que me susteve a respiração.
----- Que mais posso fazer se não estar solidário consigo, ombro a ombro nesta distância, e demonstrá-lo públicamente sem receio algum, seja do que for. Ocorreu-me lê-la pela primeira vez e logo o assombro se me deparou. Não pactuo, nunca pactuei e jamais pactuarei na minha vida com o criminoso trato político que os absurdos governantes da vida dão aos seus povos, sempre em nome de que tudo melhorarão.
----- Persuado-me até de que se a humanidade vivesse naturalmente sem esses devassos à frente do seu destino, as mortandades e a miséria que assolam a maioria dos cidadãos seriam significativamente menores e a sua existência bem mais aprazível. Esses odres de ambição, creio-o firmente, são o motivo culminante de todas as guerras e causas nefastas que predam a existência dos mais fracos, que são os que deveras produzem.
----- Ninguém espere que possam surgir messias políticos que se devotem à equidade e equilíbrio satisfatório das colectividades. Veja-se, ouça-se, sinta-se e cheire-se até como vai agora o mundo, principalmente os países que se subordinam sem mais ao poder global, que estagna e exaure cada vez mais as economias.
----- Lutemos Kaká, a escrever, a denunciar a lepra sanguessugante que nos enegrece os dias. A lutar com convicção a dor sente-se menos.