Usina de Letras
Usina de Letras
61 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62201 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50601)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4762)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Conclusões -- 29/12/2002 - 20:08 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outro dia li na Superinteressante uma reportagem sobre problemas matemáticos não resolvidos. Coisas simples, mas ainda sem solução. A reportagem dá conta de que existe um prêmio de um milhão de dólares para quem der solução a estes problemas. Um milhão de dólares para cada uma das soluções. São questões que ninguém entende, incluindo aí os maiores matemáticos do planeta. Analisando a lista de problemas, concluí que esqueceram pelo menos um. Não sei como, mas esqueceram o que poder-se-ia chamar de "problema do queijo". Parece uma bobagem, mas é um caso sério a desafiar as mentes mais brilhantes.

A questão é mais ou menos a que segue: quanto mais queijo, mais buracos. Quanto mais buracos, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo. Absurdo, contradição, impossibilidade física. Como explicar? Parece simples, mas inúmeros estudiosos na Suíça, Itália, Alemanha, fiordes noruegueses e nas barrancas do São Francisco, vêm se dedicando a esta questão desde tempos imemoriais.

Vale lembrar que muitos dos melhores queijos são os mais esburacados, sendo fácil concluir que os buracos são saborosos, o que só instiga a busca da solução.

Felizmente, o mundo começa a se dar conta de que não é necessário resolver o enigma para tirar proveito das inúmeras qualidades do buraco de queijo. Assim, analistas económicos já enunciaram com grande pompa que os preços do queijo não precisam aumentar com o aumento do número de buracos. Mantido o volume, uma fatia de queijo esburacado custa menos que outra menos aquinhoada com buracos.

Se os buracos são saborosos e nada custam, talvez seja melhor comprar apenas queijo em buracos, ou buracos de queijo ou ainda, como gostariam os anglicistas, de "cheese holes". Não, não gostei de "cheese holes".

Curiosamente, a indústria de laticínios não se aproveita desta característica dos buracos. Podiam lançar sabores para os buracos, ou vendê-los em separado. Queijo suíço com buracos de alho, ou Emental em buracos de salsa gorda. Tudo muito fino, nada com sabor camarão. Há todo um mundo de possibilidades a explorar. A indústria de salgadinhos poderia oferecer buracos sabor fritura de peixe, acondicionados em embalagens de papel brilhante com uma bela foto do buraco de queijo, sem o queijo para não configurar propaganda enganosa.

Se os europeus se dedicam à solução do enigma, os americanos vem se dedicando aos aspectos económicos. Esta questão toda, naturalmente, é objeto de estudo nas melhores universidades americanas e só não vieram a público porque pretendem patentear estas idéias. Na realidade, há uma guerra suja pela autoria destas idéias geniais. Eu mesmo, só tive acesso a esta questão por ser amigo de um primo da cunhada de uma tia de um importante reitor de uma destas escolas, cujo nome evidentemente não posso mencionar. Mas posso garantir, trata-se de instituição de grande prestígio.

Incrível como uma conclusão leva a outra. Esta questão toda corre nos bastidores, sem divulgação para o grande público, mas já movimenta todos os setores. Há um grande escritório de advocacia em São Paulo acionando clientes de pastelarias que insistem em classificar os pastéis de buracos de queijo como pastéis de vento, prejudicando as vendas e ridicularizando os comerciantes. Pedem indenizações milionárias pelos anos todos de humilhação a que os pasteleiros foram submetidos, quando na realidade foram os inovadores no aproveitamento económico dos buracos de queijo. Outro escritório, ainda mais ambicioso, está acionando o governo pela omissão, por nunca ter se pronunciado em favor dos pasteleiros.

Dizem que já há liminares proibindo a expressão "pastel de vento".


Escrito em 04.10.2002
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui